Além do britânico, é preciso apostar noutros mercados para “o verão não ser um desastre”, defende a AHRESP
Sem turistas britânicos, o turismo deposita as esperanças nos portugueses. Associação que representa a restauração e a hotelaria defende aposta noutras nacionalidades.
Se o ano começou com mais otimismo para o turismo, as últimas semanas têm abalado essa confiança. Se as reservas hoteleiras dispararam quando o Reino Unido colocou Portugal na “lista verde”, rapidamente foram canceladas depois de Boris Johnson ter recuado nessa decisão. É este o balanço que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) faz dos últimos dias, afirmando ser impossível fazer previsões para o verão, tendo em conta que tudo muda de repente. Em entrevista ao ECO, Ana Jacinto diz que o setor está “muito pouco otimista” para o verão e que, para compensar a falta de turistas britânicos, Portugal deve tentar conquistar outros mercados.
“Há uns meses estávamos muito otimistas, até porque assim que Portugal entrou no corredor do Reino Unido houve uma procura tremenda de reservas e, portanto, começámos a olhar para o verão de outra forma. Mas a verdade é que aconteceu o que aconteceu, muitas reservas foram canceladas e o volume de reservas diminuiu drasticamente“, diz a secretária-geral da AHRESP.
O decorrer do verão é antecipado com cautela, tendo em conta os últimos acontecimentos. “É com grande apreensão e temos de avaliar o dia-a-dia, porque as reservas estão a chegar muito em last minute [em cima da hora] e não é possível planear”, nota a responsável. “Hoje podemos fazer e amanhã, se calhar, já não podemos fazer nada”, acrescenta.
Neste momento, as esperanças estão depositadas no mercado interno, embora a associação reconheça que os portugueses não são suficientes para cobrir toda a oferta existente. “Estamos, obviamente, a contar com o nosso mercado interno, vamos ver se pode dar aqui algum oxigénio outra vez, como no ano passado, mas não é suficiente para a oferta que temos”, afirma Ana Jacinto.
Na falta de britânicos, o turismo deposita também expectativas noutras nacionalidades, como os espanhóis e os alemães, para “tentar que o verão não seja completamente um desastre”. “É evidente que também não podemos estar tão dependentes de um único mercado e, portanto, temos de trabalhar para diversificar os nossos mercados e conquistar mais”, nota a secretária-geral da AHRESP.
“Em teoria deveria ser um verão melhor do que o do ano passado. Mas com estas restrições todas não sei se será assim. Não conseguimos planear nem antever nada, é muito difícil fazer previsões. Há um mês as perspetivas eram que iríamos começar a ter alguma procura. Agora estamos muito pouco otimistas”, afirma Ana Jacinto, ciente de que todos os países vão tentar promover os seus próprios destinos.
Ainda assim, a responsável que as reservas de última hora, o certificado digital e a vacinação a continuar a evoluir podem contribuir para haver “menos sazonalidade neste inverno”. “Isto é, pode ser que, se as coisas correrem bem, prolonguemos a procura também em outubro e novembro, para turistas que já estejam vacinados, que tenham certificado e queiram viajar”, acredita Ana Jacinto.
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