Desde o início da pandemia que não havia tão poucos aviões em terra
Há mais aeronaves no ar com o recuo nas restrições e a retoma do turismo de verão. Nos primeiros cinco meses de 2021, a TAP transportou 876.611 passageiros, tendo maio sido o melhor mês do ano.
Um avião só gera receitas quando está a voar e, pelo contrário, representa custos enquanto está em terra pelo que as companhias aéreas tentam maximizar o tempo no ar. Nos últimos meses, com as restrições à circulação, estas empresas foram obrigadas a estacionar as aeronaves estando no início do mês quase 3.400 nesta situação. É, no entanto, o valor mais baixo desde o início da pandemia.
“Com o início do verão de 2021, a suave recuperação dos voos está a fazer com que mais aeronaves voltem ao serviço: mais de 800 desde o início de maio, deixando os nossos aeroportos com o menor número de aviões inativos desde o início da pandemia. É um bom sinal para o verão que se aproxima“, refere um relatório da Eurocontrol sobre a atividade aeroportuária na Europa.
Os 3.384 aviões parados a 1 de junho (na média semanal) comparam com 4.931 em fevereiro, mês em que a situação foi mais agravada. No verão passado, o mínimo tinha sido de 3.575 registado a 1 de setembro de 2020. No pico da pandemia, cerca de 7.200 aviões estavam “adormecidos”, a ocupar pátios, parques e até pistas.
Aviões inativos podem dizer respeito a aviação executiva, jatos privados, que não voam necessariamente todas as semanas, aparelhos em manutenção ou reparo ou mesmo alguns que foram recentemente aposentados e ainda não tiveram destino. Há sempre uma sazonalidade natural nesta questão, mas tem sido principalmente a pandemia a determinar as alterações.
“A recuperação parcial do tráfego no verão de 2020 permitiu que alguns desses aviões inativos voassem novamente e o número total diminuísse para pouco mais de 3.500. Mas a segunda vaga de Covid-19 de inverno na Europa levou muitas dessas aeronaves de volta a terra e, embora a temporada de Natal tenha melhorado a situação, novas restrições de viagem com a terceira onda de Covid-19, no início de 2021, empurraram o número de inativos de volta para quase 5.000“, explica.
A nova aproximação do verão ajudou nesta retoma em maio. Ainda assim, nenhum dos números é comparável a níveis pré-pandemia, quando a média semanal era inferior a 1.500, segundo dados da associação que representa o setor a nível europeu.
Fonte: Eurocontrol
Passageiros transportados pela TAP em máximos deste ano
A recuperação do setor da aviação faz-se sentir não só no número de aviões em terra ou no ar, mas também pelo número de passageiros que viajam. Este indicador tem vindo a aumentar desde março e o total de pessoas que passaram pelos aeroportos portugueses nos primeiros cinco meses do ano atingiu os 2.843.682, o que fica ainda assim 67% abaixo do registado em 2020, segundo dados divulgados esta terça-feira pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Olhando para as companhias aéreas, entre janeiro e maio, a TAP transportou 876.611 passageiros, tendo maio sido o melhor mês. Após as 253 mil pessoas que viajaram na TAP em janeiro, o agravamento da pandemia (e a disseminação de estirpes mais contagiosas do novo coronavírus) levou vários países a fecharem fronteiras e Portugal a entrar num novo confinamento.
O número de passageiros afundou para 56.487 em fevereiro, tendo a companhia aérea ajustado o número de voos a um quinto do que seria normal. Em março — mês em que avançou a primeira fase de desconfinamento em Portugal –, começou a tendência de recuperação com 93.917 passageiros a passarem pelos aviões da TAP. O ritmo de recuperação acelerou em abril e depois em maio, com uma subida de 24% para 261.649 pessoas. Apesar disso, os níveis continuam muito abaixo de pré-pandemia: o mês passado representou uma quebra de 83% face a igual período de 2019.
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