Tombo de 9% do BCP atira Lisboa para o vermelho

Pharol disparou 6%, mas a bolsa portuguesa acabou no vermelho. Culpa do BCP, que afundou mais de 9%, e da Galp, que cedeu mais de 1%. Juros aliviaram ligeiramente antes de Portugal ir aos mercados.

O tombo de 9% das ações do BCP, a dias de entrar em negociação mais 14 mil milhões de novas ações do banco, arrastou a bolsa nacional para o vermelho. O dia só não foi pior em Lisboa porque a Pharol voltou a brilhar e o grupo EDP fechou em terreno positivo. No mercado de dívida, na véspera de o Tesouro português ir ao mercado, os juros nacionais observaram uma ligeira correção.

Apenas sete cotadas fecharam abaixo da linha de água: Corticeira Amorim, BCP, CTT, Mota-Engil, Galp, REN e Sonae Capital. Mas estes desempenhos foram suficientes para deixar o PSI-20 a contabilizar mais perdas: o principal índice português caiu 0,74% para os 4.563,21 pontos. Lisboa desvaloriza mais de 2% desde o início do ano.

O BCP foi um dos principais protagonistas do mercado nacional. As ações afundaram 9,46% para 0,157 euros, com os analistas a explicarem a pressão vendedora em torno do banco liderado por Nuno Amado com um movimento de correção após as valorizações nas últimas sessões. E isto quando na quinta-feira vão para o mercado mais 14 mil milhões de novas ações do BCP, na sequência do aumento de capital de 1.300 milhões de euros, uma operação que foi totalmente subscrita com forte presença dos acionistas e que permitiu a dispensa da tomada firme do sindicato bancário que organizou este reforço de capital.

“O BCP está a corrigir os ganhos das últimas sessões”, referiu Eduardo Silva, gestor de ativos da XTB Portugal. “O sentimento de risk off na Europa com incidência sobre o setor da banca é evidente, depois de dois dias de fortes subidas, o BCP está a ceder parte dos ganhos e acompanha o setor com uma desvalorização acentuada. A volatilidade é ainda mais forte em Itália onde o risco político e a pressão sobre o setor da banca têm estado em foco”, acrescentou.

Também a Galp, com uma queda de 1,19% para 13,67 euros, pressionou o índice português, cuja queda foi amparada essencialmente pela expressiva valorização da Pharol (+6,%), EDP (+0,94%) e EDP Renováveis (+0,77%). No caso da Pharol, a empresa reforça o estatuto de cotada nacional com mais ganhos em 2017, numa altura em que a Oi prossegue o seu plano de recuperação perante o interesse de investidores na operadora brasileira.

Também o BPI subiu 1,63% para os 1,124, no último dia em que os acionistas podiam vender na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI. Os espanhóis ofereciam 1,134 euros.

Entretanto, no mercado secundário de dívida, os juros portugueses registaram algum alívio na sessão desta terça-feira. A taxa associada à dívida a dez anos cede mas continua acima dos 4,2%. Também nas maturidades a cinco e sete anos, as yields registavam descidas ligeiras, na véspera de o IGCP tentar levantar até 1.250 milhões de euros em obrigações nestes dois prazos.

No plano europeu, depois de uma manhã globalmente positiva, algumas praças sentiram alguma pressão vendedora e encerraram o dia no vermelho. Foi o caso das bolsas de Madrid, Paris e Milão, que apresentaram perdas inferiores a 0,5%.

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