Fatura da luz fica mais cara no regulado. Veja quanto vai pagar a mais este mês
A alta de preços no Mibel obrigou a ERSE a ditar um aumento médio de 3% dos preços da energia no mercado regulado a partir de hoje, 1 de julho. As faturas mensais vão subir entre 1 e 3 euros.
Com o preço grossista da eletricidade no mercado ibérico a alcançar no mês de junho o valor médio mensal mais alto (83,3 euros/MWh) dos últimos 14 anos — ou seja, desde que o Mibel arrancou, em 2007 –, este efeito vai fazer-se sentir nas faturas dos consumidores domésticos que ainda permanecem no mercado regulado já a partir de hoje, 1 de julho.
Perante estes aumentos dos preços grossistas de energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (de uma média de 67,1 euros por MWh em maio para 83,3 euros em junho), a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) avançou entretanto com uma atualização do preço da tarifa de Energia do mercado regulado, no valor de cinco euros por cada MWh.
Esta medida terá um impacto direto de cerca de 1,05 euros na fatura média mensal para a maioria das pessoas que ainda permanecem com tarifas reguladas e têm uma potência contratada de 3,45 kVA.
No entanto, para quem consome mais e opta por uma potência contratada de 6,9 kVA aumento na conta da luz poderá ficar próximo dos três euros.
Para um consumidor-tipo definido como casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,45 kVA e consumo de 1900 kWh/ano, a fatura média mensal crescerá pouco mais de um euro e terá de desembolsar ao final do mês 37,11 euros, de acordo com as contas da ERSE.
Já para um casal com dois filhos, com uma potência de 6,9 kVA e um consumo de 5.000 kWh por ano, a simulação aponta para uma variação média de 2,86 euros na fatura mensal. A conta da luz a partir de julho de 2021 vai fixar-se nos 92,60 euros, segundo a projeção do regulador.
“Tendo por base os consumidores-tipo do simulador de preços de energia da ERSE, o impacte estimado da atualização da tarifa de Energia para os consumidores do mercado regulado é de 3%, em relação aos preços em vigor, no total da fatura de eletricidade (com IVA)”, nota a ERSE. Já tendo em conta a redução de 0,6% realizada em janeiro, “com esta atualização, a variação tarifária média anual entre 2021 e 2020 será cerca de 0,9%”.
Esta nova tarifa de energia abrange os consumidores no mercado regulado, o que corresponde a cerca de 5% do consumo total e de 954 mil clientes, em fevereiro de 2021, segundo adianta o regulador, em comunicado.
Quanto aos restantes 95% do consumo de eletricidade em Portugal e aos mais de cinco milhões de consumidores que já transitaram para o mercado liberalizado, a ERSE garante “esta alteração não condiciona o mercado livre a repercutir a mesma atualização de preços, já que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de eletricidade e procura oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial”.
O regulador alerta mesmo: “Mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano devido à subida dos preços no MIBEL, subsistem várias ofertas mais bem posicionadas que o mercado regulado”.
No mercado livre, as maiores comercializadoras – EDP, Galp e Endesa – já garantiram que não vão mexer nas tarifas para já (a Iberdrola admite rever se a tendência de preços no Mibel se mantiver), mas a Deco garante que é “inevitável” um aumento dos preços da luz para todos os consumidores, sem exceção.
A ERSE recomenda aos “consumidores que ainda estejam no mercado regulado, a procurarem potenciais poupanças na fatura de eletricidade junto dos comercializadores em mercado livre”. O regulador tem um simulador disponível para este exercício.
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