Preços da luz sobem para todos? Saiba como fica a sua fatura em julho
É cliente da EDP Comercial, Endesa ou Galp? Estas empresas garantem que não vão mexer nos preços de venda de eletricidade. Já a Iberdrola é a única que admite uma "revisão de valores" em 2021.
Para quase um milhão de famílias portuguesas que ainda está no mercado regulado — 954 mil consumidores que correspondem a 5% do consumo nacional de eletricidade — daqui a duas semanas, no início de julho, os preços da luz vão subir em média 3%, o que se traduzirá num impacto real na fatura algures entre os 1,05 e os 3 euros por mês. As contas são da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que decretou a atualização da tarifa de Energia tendo em conta os preços em forte alta (acima dos 90€/MWh) no mercado grossista de energia elétrica.
E para os restantes 5,4 milhões de portugueses (95% do consumo nacional) que já mudaram para o mercado livre de eletricidade? Os preços também aumentam? Apesar de as tarifas reguladas decretadas pela ERSE servirem de barómetro para as comercializadoras que operam no liberalizado, não é obrigatório que a subida agora decidida pelo regulador seja imitada por elétricas como a EDP, Endesa ou Galp.
Aliás, foi precisamente isso que estas três elétricas já vieram garantir: não vão aumentar os preços da luz para as suas carteiras de clientes. Já a Iberdrola é a única que até agora assume uma posição diferente e admite carregar nas tarifas: “A manter-se este cenário de preços grossistas elevados, haverá uma revisão de valores”.
Apesar dos preços da energia elétrica em alta nos mercados grossistas — 25% acima do inicialmente previsto para 2021 —, a EDP Comercial já veio garantir que vai “manter os preços da eletricidade inalterados ao longo do ano” para os seus mais de quatro milhões de clientres. Em causa está a elevada cotação das licenças de dióxido de carbono (CO2), que fez disparar os preços no Mibel e as estimativas da ERSE de 49,52 euros/MWh para 61,85 euros/MWh, o que corresponde a um desvio de 12,33 euros/MWh.
“A EDP Comercial tem como princípio garantir uma política de estabilidade e previsibilidade aos seus clientes residenciais. Assim, e apesar de os preços grossistas estarem a subir de forma significativa, devido ao aumento do preço do gás e das licenças de CO2, não está prevista qualquer alteração nos preços pagos pelos nossos clientes em 2021″, garantiu fonte oficial da EDP.
Os dados mais recentes da ERSE (de fevereiro de 2021) mostram que a EDP mantém a sua posição como principal operador no mercado livre, com 75,2% dos 5,4 milhões de consumidores em mercado livre, ainda que esteja a perder quota de mercado há já vários meses.
Por seu lado, a Endesa, que entretanto chegou à marca de meio milhão de clientes em Portugal (7,7% do mercado livre e 9,2% do consumo residencial), diz apenas que “neste momento, não estamos a considerar um aumento nos preços de venda”.
“A política de preços da Endesa não é definida apenas com base nos preços de compra de energia, mas também com base no preço da tarifa transitória do mercado regulado, e da concorrência. É importante que os clientes que mudam para o mercado livre tenham uma poupança real em relação ao mercado regulado; pelo que os preços do mercado BTN (Baixa Tensão Normal) da Endesa, sempre ficarão abaixo da tarifa transitória, que o regulador deverá modificar levando em consideração os preços de aquisição de energia”, diz a segunda maior elétrica que opera no mercado português.
Também a Galp garantiu ao ECO/Capital Verde que “não está a refletir qualquer aumento do custo de energia nos clientes domésticos. A tabela de preços mantém-se para já, apesar do acréscimo do preço da eletricidade no mercado grossista”.
Já a Iberdrola garante que “segue uma estratégia de aprovisionamento que protege o cliente durante o período contratual”, mas não descarta um aumento dos preços das suas oferta de eletricidade para as famílias no mercado liberalizado. A elétrica espanhola, que tem 6% dos clientes em mercado livre e 6,3% do consumo no setor residencial, justifica: “No início de cada novo período propõem-se novos preços de mercado que contemplam não só o presente como a evolução futura. A manter-se este cenário de preços grossistas elevados, haverá uma revisão de valores”, diz fonte oficial da Iberdrola ao ECO/Capital Verde.
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