Repsol vai investir 657 milhões de euros em Sines
A Repsol vai investir 657 milhões de euros no Complexo Industrial de Sines, beneficiando de incentivos fiscais de até 63 milhões de euros que serão esta quinta-feira apreciados pelo Governo.
O Conselho de Ministros aprecia esta quinta-feira a atribuição de incentivos fiscais de até 63 milhões a um projeto de 657 milhões de euros da Repsol no Complexo Industrial de Sines, apontado como o “maior investimento industrial” da última década.
“O Conselho de Ministros terá a oportunidade de apreciar hoje um conjunto de investimentos, entre eles, provavelmente, o maior investimento industrial dos últimos dez anos. É um investimento da Repsol, que vai não só contribuir para a descarbonização da economia portuguesa, como vai focar-se nos objetivos que temos de aumentar as exportações e diminuir as importações”, avançou à agência Lusa o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.
Em causa está um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) para ampliação do Complexo Industrial de Sines da petrolífera Repsol, com a construção – prevista para arrancar este ano e terminar em 2025 – de duas novas fábricas de materiais poliméricos de alto valor acrescentado, 100% recicláveis, para as indústrias automóvel, farmacêutica ou alimentar, entre outras.
Segundo salientou o secretário de Estado, “estima-se que, em momento de cruzeiro, o impacto direto do projeto na balança comercial de bens poderá andar muito próximo dos 800 milhões de euros”.
De acordo com o governante, o projeto vai ainda “alargar a longevidade de uma instalação produtiva muito importante, que é o site que a Repsol administra em Sines”, permitindo posicioná-lo “como uma infraestrutura moderna num setor que tem de contribuir para a descarbonização, já que a sua base é o combustível fóssil, é o petróleo”.
“Vai, em grande medida, iniciar um processo que permitirá que Portugal, desde o ponto de vista desta indústria, tenha uma infraestrutura que, claramente, deu um salto muito significativo no conjunto da União Europeia”, realçou.
Para Brilhante Dias, “mais do que o montante do investimento – que é muito relevante e, na área industrial, é provavelmente o maior nos últimos 10 anos – [o projeto] vai permitir o relançamento de uma unidade muito importante e de um grande exportador português”. “Porque a Repsol é um dos maiores exportadores portugueses na área de bens, que provavelmente está no top 10 dos exportadores portugueses”, notou.
O secretário de Estado apontou ainda a criação prevista com o projeto de 75 novos empregos permanentes, a que a acrescem, durante a fase de construção, uma média de 550 postos de trabalho, que poderão chegar a um pico de mais de 1.000 pessoas. “É um grande dia para Portugal, é um grande dia para Sines e acreditamos também que um grande dia para a Repsol”, concluiu o governante.
Investimento terá impacto superior a 1.000 milhões por ano na balança comercial
O investimento da Repsol Polímeros no Complexo Industrial de Sines terá um impacto de “mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial”, segundo a aicep Global Parques, gestora da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS).
“Este investimento tem um enorme impacto, direto e indireto, de mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial portuguesa, entre a substituição de importações, as novas exportações e o potenciar da indústria transformadora de todo o país”, sublinhou o presidente executivo da aicep Global Parques, Filipe Costa.
Segundo a aicep, em comunicado, além dos 657 milhões de euros [de investimento] nas duas novas fábricas de polímeros, o projeto de expansão da Repsol inclui ainda “22 milhões de euros em tancagem e pipelines para produtos, 18 milhões em interligações elétricas e mais de 30 milhões de euros em equipamentos de geração de eletricidade de fonte renovável para autoabastecimento”, num valor total superior a 725 milhões de euros.
De acordo com a gestora da ZILS, o novo projeto da Repsol Polímeros vai permitir “acrescentar mais 51 hectares ao seu Complexo Petroquímico”, instalado em Sines, e “mais 57 hectares de recuperação ambiental com a instalação de painéis fotovoltaicos, num areeiro agora desativado, para um total de 250 hectares da Repsol Polímeros na ZILS”.
A este investimento, a aicep Global Parques espera que “se sigam a instalação de mais unidades da economia circular, para processos de reciclagem química, que empurrarão o investimento total da Repsol Polímeros em Sines para mais de mil milhões de euros no âmbito do presente ciclo de investimento do Plano Estratégico 2021-2025 da Repsol Química”.
(Notícia atualizada com mais informação às 14h20)
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