Benfica pode expulsar Vieira da administração daqui a 30 dias
SAD do Benfica impôs prazo de 30 dias para resolver impasse na liderança: ou Vieira se demite ou tem "ok" da Justiça para contactar outros administradores. Caso contrário, será o fim de linha.
O Benfica deu um prazo de 30 dias a Luís Filipe Vieira para resolver o impasse na liderança: ou se demite por sua iniciativa ou volta a poder contactar os outros membros da administração, algo que está nas mãos da justiça. Caso contrário, será o fim de linha para o presidente da SAD encarnada.
“A Benfica SAD informa que o conselho fiscal comunicou ao conselho de administração que, perante o teor daquelas medidas de coação, em especial a proibição de contactar com os demais membros do conselho de administração, situação que, na verdade, resulta na impossibilidade de exercer funções como membro do órgão de administração, declarará (…), o termo das funções de Luís Filipe Vieira como membro do conselho de administração no prazo de 30 dias, salvo se entretanto Luís Filipe Vieira deixar de exercer o referido cargo ou a causa de impossibilidade de exercício desse cargo cessar”, informa a SAD benfiquista em comunicado enviado ao mercado ao início da tarde.
O conselho fiscal justifica esta posição com a defesa dos interesses da sociedade encarnada e com a necessidade “de transmitir, com clareza e transparência a todos os stakeholders da Benfica SAD, informação acerca da composição e do funcionamento do conselho de administração”.
Esta decisão aplica-se à SAD e não ao clube, que controla a sociedade. Já foram marcadas eleições para a liderança do clube das águias que terão lugar até final do ano.
SAD dá informações às autoridades
A SAD liderada agora por Rui Costa adiantou ainda que está a cooperar com as autoridades sobre o alegado desvio de 2,5 milhões de euros por Luís Filipe Vieira da sociedade para proveito próprio, designadamente “prestando as informações que lhe foram solicitadas e diligenciando no sentido de apurar os factos relevantes para, conforme previsto na lei, aferir o cumprimento dos deveres legais e contratuais por parte de Luís Filipe Vieira enquanto membro do conselho de administração”.
De acordo com o Ministério Público, através de empresas offshore nos EUA, Tunísia e Emirados Árabes Unidos, controladas pelo empresário de futebol Bruno Macedo, transferidos quase 2,5 milhões de euros relativos a negócios com a transferência de jogadores para as empresas do presidente do Benfica.
Luís Filipe Vieira foi detido e constituído arguido na passada quarta-feira, tendo sido libertado no sábado mediante o pagamento de uma caução de três milhões de euros.
Entre as medidas de coação impostas pelo tribunal, o presidente do Benfica ficou ainda impedido de contactar os outros arguidos — José António dos Santos, o seu filho Tiago Vieira e Bruno Macedo –, os membros da administração da SAD do Benfica e qualquer administrador ou funcionário do Novo Banco, entre outros.
Estão em causa estão suspeitas de “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento” por “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”
(Notícia atualizada às 14h05)
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