Abandono no ensino superior aumentou
Nos cursos técnicos, que já apresentavam as percentagens mais altas em anos anteriores, houve mais alunos a deixar de estudar. Foi aqui que se registou o maior aumento, de 17% para 18,7%.
Quase 13 mil estudantes que se matricularam no ensino superior em 2018 já não estavam no sistema um ano depois, o que corresponde a 11,3%, segundo dados oficiais atualizados este sábado, que indicam um aumento nas licenciaturas e cursos técnicos.
Das licenciaturas aos mestrados integrados, incluindo também os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), a percentagem de estudantes que já não estavam no sistema de ensino superior um ano após iniciarem o curso aumentou ligeiramente e de forma transversal no ano letivo 2019/2020, em instituições públicas e privadas.
Os dados são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e foram disponibilizados no portal Infocursos (http://infocursos.mec.pt/), que reúne informação estatística detalhada sobre os cursos superiores em Portugal, desde licenciaturas a mestrados, em universidades e institutos politécnicos, para ajudar os estudantes portugueses a escolherem o curso que querem frequentar de forma mais informada.
No total, 12.726 entre os cerca de 112 mil alunos que começaram a estudar no 1.º ou no 2.º ciclo do ensino superior em 2018, já não voltaram à universidade no ano seguinte, o correspondente a 11,3%.
Comparando as diferentes formações no ensino superior, que houve um aumento generalizado, contrariando aquilo que vinha a ser a tendência decrescente dos anos anteriores e que se manteve apenas nos mestrados de 2.º ciclo.
Nas licenciaturas, por exemplo, 9,1% dos caloiros de 2018/2019 não regressaram à faculdade no ano seguinte, registando-se um ligeiro aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, a mesma diferença no caso dos mestrados integrados, onde a taxa de abandono passou de 3,4% para 3,7%.
Também nos cursos técnicos, que já apresentavam as percentagens mais altas em anos anteriores, houve mais alunos a deixar de estudar e foi aqui que se registou o maior aumento, de 17% para 18,7% no ano passado.
Por outro lado, comparando as instituições de ensino superior, continua a ser menos provável os estudantes voltarem a matricular-se no privado do que no público, seja em licenciatura, cursos técnicos, ou mestrados.
Ainda assim, olhando para um período mais alargado, o abandono ao fim do primeiro ano continua a ser mais baixo em comparação a 2015, sobretudo nos cursos técnicos, onde a diferença é de 9,7 pontos percentuais (passou de 28,4% para 18,7%).
No portal Infocursos é possível analisar, curso a curso, este e outros indicadores, como a percentagem de estudantes que continuavam inscritos no mesmo curso um ano após ingressarem no ensino superior, e que voltou a aumentar, exceto nos cursos técnicos.
Também é possível consultar dados sobre a percentagem de recém-diplomados que acabaram por se inscrever no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) como desempregados e, a este nível, a plataforma mostra que no segundo semestre de 2020 esse número aumentou ligeiramente (de 3,3% para 4,6% no público e de 3,9% para 5,7% no privado), depois de ter diminuído consecutivamente nos cinco anos anteriores.
A forma como os estudantes ingressaram nos cursos, a idade média dos alunos que frequentam os cursos, se há mais raparigas ou rapazes inscritos, a média das notas de ingresso dos alunos, quantos estrangeiros existem no curso ou as classificações finais dos diplomados são outras das informações disponibilizadas.
Com as atualizações que hoje ficam disponíveis, será possível consultar dados sobre 4.043 cursos ministrados em 101 instituições de ensino superior.
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