Procura por “Ubers” recupera mas há falta de motoristas
Volume de viagens está a recuperar rapidamente e a gerar falta de motoristas para "Ubers". Três principais plataformas de TVDE confirmam que são precisos mais volantes e mãos que os conduzam.
As plataformas eletrónicas de transporte não estão a conseguir recrutar motoristas que cheguem para dar resposta a todas as “boleias” pedidas pelos utilizadores. Este é outro dos setores que enfrentam escassez de mão-de-obra disponível no mercado, à medida que a oferta de recursos humanos se vai ajustando à procura das empresas.
Com a retoma à vista no horizonte, já não é a procura que mais preocupa. É a manutenção de um nível de oferta suficiente que está a gerar dores de cabeça às empresas como a Uber.
“No nosso negócio de mobilidade, a procura está a recuperar mais rápido do que o esperado. Por isso, diríamos que existem no mercado bastantes oportunidades para parceiros e motoristas neste momento”, disse ao ECO uma porta-voz da Uber, que é líder de mercado em Portugal no setor de TVDE.
Não é a única. A Free Now congrega o serviço de táxi com o de transporte privado e confirmou que também nota alguma falta de motoristas para assegurar este último serviço aos utilizadores. “De momento, sentimos que a disponibilidade de motoristas é efetivamente escassa face ao aumento de procura que a nossa plataforma está a ter no contexto atual”, afirmou fonte oficial.
No nosso negócio de mobilidade, a procura está a recuperar mais rápido do que o esperado. Por isso, diríamos que existem no mercado bastantes oportunidades para parceiros e motoristas neste momento.
Quanto à Bolt, que detém uma plataforma de TVDE e uma plataforma de entrega de refeições ao domicílio (Bolt Food), a empresa também está a assistir a “um aumento da procura dos vários serviços” que oferece, em resultado “do aumento da vacinação dos portugueses e aceleração do processo de desconfinamento em todo o país”. Nesse sentido, confirmou estar consciente de que existe escassez de mão-de-obra disponível no mercado.
“Este cenário reflete-se, naturalmente, numa maior necessidade de motoristas e estafetas para assegurar o aumento da procura. Estamos conscientes desta realidade e, como consideramos ser um ótimo momento para entrar neste negócio, estamos a promover algumas ações de comunicação digital para chegar até estes parceiros. O setor está a assistir a uma rápida recuperação e isso irá refletir-se também em maiores ganhos”, explicou fonte oficial da Bolt.
A Uber também detém uma plataforma de entrega de refeições ao domicílio. No entanto, a empresa explica que, “no negócio de delivery [Uber Eats], este período de férias traduz-se, por norma, numa menor procura nas principais cidades portuguesas”.
Em alguns países, sobretudo nos EUA, a pandemia gerou distorções curiosas no mercado laboral, com o desemprego a permanecer elevado, apesar de o volume de ofertas de emprego estar em recordes. Alguns economistas têm justificado este facto com o tipo de empregos que as pessoas procuram não corresponder, exatamente, às vagas abertas pelas empresas.
Soma-se a isto o facto de a taxa de poupança estar em alta, depois de ter subido expressivamente durante os confinamentos (o que pode resultar numa menor urgência na procura de emprego), bem como os apoios sociais continuarem a dar fôlego a algumas famílias. Deste fenómeno não se pode desassociar ainda o medo da Covid-19, que ganha mais expressão no setor dos serviços, dado que são empregos onde há mais contacto entre pessoas.
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