Trabalhadores da Dielmar reúnem-se quarta-feira com o Governo para pedir solução idêntica à da Groundforce
Trabalhadores da Dielmar estão a pressionar o Governo para salvaguardar os postos de trabalho e pedem uma solução idêntica à Groundforce. "O Governo só tem um caminho possível: procurar soluções".
Os trabalhadores da Dielmar aprovaram esta segunda-feira um resolução que tem como objetivo salvaguardar os postos de trabalho dos 300 colaboradores da empresa de vestuário de Alcains. O sindicato pede uma solução idêntica à da Groundforce que permita garantir os postos de trabalho e o futuro da empresa.
“A continuação da laboração e o pagamento dos salários não é uma solução inédita, já que ela tem sido concretizada noutras empresas, nomeadamente na TAP, Groundforce e Efacec, entre outras, e tem enquadramento legal, já que o Estado é acionista da empresa (…) além do mais esta solução é menos onerosa que pagar subsídios de desemprego”, lê-se na resolução a que o ECO teve acesso.
A resolução considera “precipitada” a possibilidade dos 300 trabalhadores da Dielmar serem já despedidos. “Quando muito, em último recurso, admitem ponderar a possibilidade de suspensão dos contratos, mantendo o vínculo à empresa até que seja encontrada uma solução de viabilização no decorrer do processo de insolvência”.
A dirigente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares, explica ao ECO que o objetivo desta resolução é “salvaguardar os postos de trabalho” e que os colaboradores vão dar algum compasso de espera de forma a manter o vínculo com a empresa. “Está em cima da mesa prolongar o período de férias até ao final do mês de agosto desde que seja dada a salvaguarda por parte do ministério da Economia”, destaca Marisa Tavares. A decisão depende do gabinete liderado por Siza Viera.
A líder do sindicato destaca ainda que os “trabalhadores estão a demonstrar mais uma vez a intenção de salvaguardar os postos de trabalho até porque estão a abdicar de um direito individual que é o período de férias”. No entanto ressalva que para isso acontecer “tem que existir o compromisso sério por parte do Governo que chegam ao final do mês e têm o vencimento disponível”.
Apesar da garantia salarial, a dirigente do Sindicato diz que “não se trata apenas de chegarem ao final do mês de agosto e terem o salário disponível, mas sim garantir os postos de trabalho”. Marisa Tavares lembra ainda que “se os trabalhadores optarem por seguir com o caminho do desemprego, de qualquer das formas o custo iria, de forma indireta, para o Estado”.
“Não desistimos e o Governo só tem um caminho possível: procurar soluções. Esta é a única possibilidade que aceitamos”, lê-se ainda na resolução aprovada pelos trabalhadores da Dielmar.
Amanhã o sindicato da Beira Baixa vai reunir com o gestor de insolvência, na quarta-feira com o ministério da Economia juntamente com a comissão sindical da empresa e na sexta-feira vai voltar a reunir com os trabalhadores da Dielmar por volta das 15h00 à porta da empresa.
O gestor de insolvência da Dielmar, João Francisco Baptista de Maurício, confirmou esta segunda-feira ao ECO que existem três interessados em adquirir a empresa de vestuário. Para o Sindicato Têxtil da Beira Baixa é “uma luz ao fundo do túnel” e é “positivo existirem propostas que visem a continuidade da empresa”.
O Sindicato salienta ainda que a “autarquia garantiu que tudo fará para que a empresa continue a laborar” e que este não seja o último capítulo desta história com 56 anos.
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