Fed prepara-se para reduzir “bazuca” monetária este ano
Os membros da Reserva Federal estão divididos sobre o momento exato, mas parece ser certo que a redução da compra de ativos vai começar ainda em 2021, segundo as minutas da última reunião.
Os membros da Reserva Federal estão divididos sobre o momento ideal para começar a reduzir o montante das compras de ativos, a chamada “bazuca” monetária”, iniciadas durante a pandemia para contrariar o seu impacto económico. Mas esse abrandamento deverá começar ainda este ano. De acordo com as minutas da reunião de política monetária da Fed de julho, não há unanimidade: há participantes que preferem uma ação mais rápida ao passo que outros alertam para os riscos dessa retirada de estímulos.
“Os participantes expressaram diversas opiniões sobre o ritmo apropriado para a redução da compra de ativos assim que as condições económicas satisfaçam os critérios fixados pelo comité no seu guidance [orientação sobre o futuro da política monetária”, lê-se nas minutas divulgadas esta quarta-feira. Só houve consenso sobre o facto de ser “apropriado” começar a reduzir ainda “este ano”: se já em setembro ou se mais no final de 2021, é a questão que ainda está por responder.
A compra de ativos por parte da Fed, assim como o Banco Central Europeu (BCE) na Zona Euro, acalmou os mercados em março do ano passado quando a Covid-19 chegou à Europa e aos EUA, elevando a incerteza sobre o futuro e introduzindo medidas restritivas que tiveram um impacto acentuado na atividade económica. Atualmente a Fed compra 120 mil milhões de dólares por mês em ativos, como dívida pública e títulos hipotecários.
Por um lado, “muitos participantes” consideram que existem “benefícios potenciais” num ritmo de retirada de estímulos que acabaria com a compra de ativos antes de se considerar que as condições fixadas seriam alcançadas. Por outro lado, outros participantes indicaram que os critérios para aumentar os juros diretores deviam ser “distintos” daqueles que estão associados com a redução da compra de ativos e que o “timing dessas decisões deverá depender do rumo da economia” norte-americana.
“Vários participantes notaram que um começo antecipado do abrandamento [da compra de ativos] pode ser acompanhado por reduções mais graduais no ritmo de compras e que essa combinação pode mitigar os riscos de um excessivo aperto das condições financeiras como consequência do anúncio do abrandamento“, acrescentam as minutas.
Fica assim tudo em aberto para a reunião da Fed daqui a um mês. A expectativa dos analistas é que a Fed anuncie um plano para reduzir gradualmente a compra de ativos na próxima reunião de 21 e 22 de setembro. A parte positiva é que os membros da Reserva Federal consideram que a economia norte-americana continua a recuperar a bom ritmo e o desempenho do mercado de trabalho está próximo de satisfazer os critérios da Fed.
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