Leão quer “foco na recuperação” para economia crescer cerca de 5% este ano
Ministro das Finanças defende "foco" na União Europeia e em Portugal para garantir “uma completa recuperação” pós-crise.
O ministro das Finanças, João Leão, defendeu esta sexta-feira “foco” na União Europeia (UE) e em Portugal para garantir “uma completa recuperação” pós-crise, destacando o “crescimento económico mais forte do que previsto” este ano, de 5%.
“Estamos agora a registar uma verdadeira forte recuperação na Europa e as empresas estão agora com uma elevada atividade. E com o sucesso de todo o programa de vacinação na Europa, esperamos agora um crescimento económico mais forte este ano do que antes previsto, de cerca de 5% na Europa e também perto dos 5% em Portugal, o que é muito importante”, declarou João Leão, à chegada à reunião do Eurogrupo em Kranj, na Eslovénia.
Isto significa que “precisamos agora de nos focar este ano e no próximo para assegurar uma forte e completa recuperação da crise e temos de nos concentrar em implementar o [fundo de recuperação] Próxima Geração da UE em toda a Europa para o garantir”, acrescentou o ministro da tutela.
“Na UE não se pode pensar nas estratégias separadamente e, por isso, temos de promover um debate sobre as nossas políticas monetárias orçamentais e teremos reuniões importantes hoje para garantir que estamos concentrados em garantir uma recuperação económica forte e por um período de tempo que permita manter finanças sustentáveis”, adiantou João Leão, aludindo também à reunião do Ecofin desta tarde.
O Eurogrupo vai esta manhã debater a situação económica da Zona Euro, ainda severamente impactada pela pandemia, numa altura de agravamentos e quando a UE tenta iniciar a sua recuperação da crise.
Na reunião informal dos ministros das Finanças da Zona Euro, que decorre na cidade eslovena Kranj no âmbito da presidência do Conselho da UE assumida pela Eslovénia, os responsáveis receberão a diretora do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), Andrea Ammon, que os atualizará sobre a atual situação epidemiológica.
Com o ECDC a prever que os internamentos e as entradas nos cuidados intensivos aumentem ligeiramente nas próximas semanas, após uma subida acentuada do número de casos de covid-19 no verão (sem que isso se reflita porém nas mortes devido à vacinação), o Eurogrupo discutirá então a atual situação económica, tirando desde já lições sobre o impacto desigual da pandemia entre setores económicos e regiões.
Em concreto, o grupo informal de ministros das Finanças da zona euro analisará as implicações da pandemia a médio prazo em termos de ações políticas necessárias para evitar divergências, nomeadamente no que toca à solvabilidade das empresas e à capacidade de ajustamento na zona euro durante o período de recuperação.
E esta discussão acontece quando chegam à UE as primeiras verbas para financiar a recuperação pós-crise da covid-19, numa altura em que a Comissão Europeia já disponibilizou quase 49 mil milhões de euros em pagamentos iniciais feitos a 11 países da UE de pré-financiamento, incluindo Portugal (2,2 mil milhões).
Em causa está o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do “NextGenerationEU”, o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de covid-19.
Esta tarde, a presidência eslovena do Conselho organiza em Kranj a reunião informal dos ministros da Economia e Finanças da UE, que decorre até sábado. Em ambas, Portugal estará representado pelo ministro da tutela, João Leão.
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