Preços do gás natural batem novos recordes na Europa e ameaçam mais subidas na eletricidade
Para a segunda metade de 2021 é já esperado que o preço do gás neste índice seja 60% mais caro do que a média histórica dos cinco anos anteriores.
Esta terça-feira, 14 de setembro, os preços do gás natural no Reino Unido e na Holanda voltaram a disparar para níveis recorde, avançou a Bloomberg. Os preços futuros de referência do gás europeu negociados na Holanda subiram até 7%, para 65,57 euros por megawatt-hora. Já no Reino Unido, os preços contratados para o próximo mês subiram na mesma proporção (6,9%) para 1,92 euros por unidade energética.
Há apenas seis dias, a 8 de setembro, os contratos de gás TTF (Title Transfer Facility), transacionados na Holanda e que são uma das principais referências para o preço do gás na Europa, chegaram a máximos históricos de 53,68 euros por MWh de acordo com a Bloomberg, acabando por estabilizar nos 52,55€/MWh. A marca dos 50 euros por MWh foi ultrapassada no início do mês.
Para a segunda metade de 2021 é já esperado que o preço do gás neste índice seja 60% mais caro do que a média histórica dos cinco anos anteriores (isto sem considerar 2020, em que o preço esteve em mínimos, devido à pandemia).
Com o inverno à porta, basta uma tempestade ou uma vaga de frio mais rigorosa no continente para que os preços do gás dupliquem e cheguem aos três dígitos, acima de 100 euros por MWh, dizem os analistas.
Também no mercado britânico, os preços tinham já quadruplicado na semana para 1,52 euros por unidade, com algumas centrais elétricas a serem pagas até 4.662 euros por MWh para produzirem energia. O vento apenas foi responsável por 4,9% da energia produzida (face a 18% no ano passado), o que obrigou a recorrer mais às centrais a gás e a carvão para acomodar a procura.
O mesmo cenário mantém-se e esta terça-feira, diz a Bloomberg, prevê-se mesmo que a rede de gás britânica possa ficar sem abastecimento devido a interrupções no fornecimento nas instalações do país, uma vez que a geração de energia elétrica a partir do gás aumentou exponencialmente devido à redução da produção a partir do vento.
Por outro lado, os preços em alta na Europa podem fazer com que as reservas de gás do continente aumentem, ao desviar as cargas antes destinadas para os mercados asiáticos, onde a procura é também elevada.
“A competição entre compradores europeus e asiáticos para atrair os carregamentos de gás natural (GNL) necessários parece ter começado, sem limites conhecidos”, disse a consultora Engie EnergyScan em nota enviada à Bloomberg.
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