Mais de 80% dos colaboradores acreditam que podem desempenhar funções de forma remota

Os números do estudo "The New Normal" são claros: a maioria das pessoas quer continuar a poder trabalhar remotamente e acredita que pode fazê-lo sem prejudicar a produtividade. Antes pelo contrário.

A atração dos melhores candidatos requer uma abordagem transparente, imparcial e que coloque as pessoas em primeiro lugar nesta fase de transformação. Esta foi a principal conclusão do estudo “The Next Normal” elaborado pela Michael Page. Flexibilidade, agilidade e produtividade são palavras de ordem no futuro do trabalho: mais de 80% dos colaboradores acreditam que podem desempenhar as suas funções de forma remota, e mais de 60% quer continuar a trabalhar a partir de casa.

“O curto período de um ano transformou intensamente o mundo em que vivemos e trabalhamos, e uma das maiores mudanças foi a rápida ascensão do escritório em casa. De um momento para o outro, a digitalização já não é uma aspiração, mas sim uma realidade que nasceu da necessidade. Esta metamorfose teve inevitavelmente um impacto em todos os aspetos da gestão de recursos humanos, desde a atração e retenção de talentos até à cultura empresarial”, começa por dizer Álvaro Fernandez, managing director da Michael Page, em comunicado.

“Como os nossos consultores constataram, muitas empresas enfrentaram inicialmente uma acentuada curva de aprendizagem. No entanto, com a orientação certa, muitas também abriram caminho para um novo padrão de flexibilidade, agilidade e produtividade”, continua.

A flexibilidade como nova tendência do próximo normal, é comprovada por 89,8% (quase nove em dez) dos colaboradores entrevistados, durante o ano passado, pela consultora especializada em recursos humanos, que insistiram na necessidade de um maior equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional.

O teletrabalho é considerado com algo positivo pela maioria dos colaboradores (62%), que afirmam que, mesmo sem as restrições do confinamento implementadas, pretendem continuar a trabalhar a partir de casa mais do que antes da pandemia.

E estes modelos de trabalho híbridos podem também ser fatores de atração de candidatos talentosos. Mais de 80% (81,2%) dos colaboradores acreditam que podem exercer as suas funções a trabalhar total ou parcialmente de forma remota, revelam os números da investigação da Michael Page, que analisou as tendências, desafios e oportunidades ao nível dos RH para passar da fase de sobrevivência à reconstrução e crescimento das organizações.

A atração e retenção do talento depende ainda de vários fatores de motivação, como o relacionamento com os colegas e chefias, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e o propósito e valor da empresa em que estão inseridos. Para 94,9% dos colaboradores inquiridos pela Michael Page em toda a Europa, a relação com os superiores e os colegas é o fator essencial ao ponderar uma mudança, seguido do reconhecimento do seu trabalho (94,7%) e possível acesso a formação (90,2%). Fatores que se encontram antes ainda de um aumento salarial (74,6%).

Trabalho remoto gerou nível “surpreendente” de produtividade

O receio de uma quebra da produtividade, com os colaboradores a trabalhar à distância, tem criado alguns bloqueios a modelos de trabalho mais flexíveis, mas a Michael Page vem dar novo fôlego aos empregadores. “O trabalho remoto gerou um nível surpreendente de produtividade e envolvimento para muitas organizações”, refere a consultora, salientando, contudo, que o papel das lideranças é fundamental para determinar o empenho das equipas.

No que diz respeito à produtividade, quando questionados sobre se a forma como os empregadores geriram a sua força de trabalho durante o confinamento teve impacto no seu próprio empenho, a maioria dos colaboradores responderam que “sim”. “A liderança eficaz é a chave para gerir as equipas remotas e manter os colaboradores empenhados, devendo as empresas encontrar o equilíbrio entre a autonomia do trabalho remoto e as orientações de gestão”, considera a Michael Page.

O estudo “The Next Normal” aponta, ainda, para uma boa correlação entre o trabalho remoto e a produtividade: 44% dos colaboradores afirmaram que a sua produtividade melhorou graças aos diferentes horários ou às disposições de escritório em casa. Além disso, quase um terço reportou um aumento da motivação e da satisfação no trabalho.

“Para tal, contribuíram a confiança e a transparência, que constituem os pilares da produtividade do trabalho remoto e encontram-se no topo da lista daquilo que os candidatos procuram num empregador”, explica a recrutadora. E acrescenta: “Os modelos híbridos de horários flexíveis e trabalho remoto são o caminho a seguir no próximo normal e mudaram inevitavelmente o desenvolvimento orgânico da cultura empresarial que deixa de estar enraizada num local ou numa rotina das nove às cinco.”

Os modelos híbridos de horários flexíveis e trabalho remoto são o caminho a seguir no próximo normal e mudaram inevitavelmente o desenvolvimento orgânico da cultura empresarial que deixa de estar enraizada num local ou numa rotina das nove às cinco.

Michael Page

“Ao mesmo tempo, a cultura empresarial é essencial para reforçar as relações e para o sucesso do local de trabalho digital. Ao recorrer a uma comunicação aberta e à empatia, os líderes podem lançar as bases para uma cultura atenta, vibrante e inclusiva, necessária para a progressão”, finaliza.

Acesso à formação entre as prioridades

Já no que toca aos benefícios mais valorizados pelos colaboradores e candidatos, o acesso à formação está entre as três prioridades principais. Cerca de 90% dos inquiridos pela Michael Page afirmam que este é um fator decisivo na escolha de um empregador.

As competências sociais são, por sua vez, também as tendências mais valorizadas, com a coordenação, a gestão do tempo e a comunicação em primeiro plano, especialmente na liderança, à medida que mais empresas mantêm estratégias de trabalho remoto ou híbrido. Resolução de problemas (55,6%), espírito de equipa (48,8%) e comunicação (45,7%) são as três skills que os colaboradores consideram serem, atualmente, as mais procuradas pelos empregadores.

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