Negociações falham e Saint-Gobain Portugal avança com despedimento coletivo de 130 pessoas
A empresa anunciou que vai avançar com o processo formal de despedimento coletivo dos 130 colaboradores. Admite que existe a possibilidade de os trabalhadores serem recolocados em outras empresas.
Após várias horas de negociações, a Saint-Gobain Sekurit Portugal deu por terminado o processo negocial que mantinha há um mês com os representantes dos trabalhadores, “depois de estes terem apresentado uma proposta totalmente irrealista” e anunciou que vai avançar com o processo formal de despedimento coletivo dos 130 colaboradores, anunciou a empresa esta quarta-feira.
“A empresa vai assim avançar com o processo formal de despedimento coletivo, designadamente o envio das cartas de despedimento aos trabalhadores. A SGSP vai manter as últimas condições apresentadas ontem no processo negocial, que considera “justas e equilibradas”, explica a empresa em comunicado.
A empresa adianta que existe a possibilidade de a maioria dos 130 trabalhadores serem recolocados em “duas importantes empresas da região que estão a fazer um investimento e que irão criar mais de uma centena de postos de trabalho”. No entanto, a Saint-Gobain Sekurit Portugal esclarece que “a aceitação pelos trabalhadores destas alternativas é voluntária”.
“O apoio à recolocação dos trabalhadores será feito através de uma consultora especializada, tendo já sido apresentadas propostas concretas de recolocação de cerca de uma centena de trabalhadores da empresa. Estão em cima da mesa 36 postos de trabalho nas empresas do Grupo Saint-Gobain em Portugal, 51 em empresas independentes da região de Lisboa e 10 em empresas do Grupo Saint-Gobain em Espanha, num total de 97 postos de trabalho”. Está em cima da mesa a possibilidade de “manter seis trabalhadores no armazém a instalar em Palmela”, sublinha a fabricante de vidro para automóveis.
A proposta final da empresa prevê “uma compensação financeira de 100% acima do valor da indemnização legal de cada trabalhador, ou seja, o dobro do valor legal”. A empresa assegura “para todos os trabalhadores a continuidade do seguro de saúde, seguro de vida e seguro de acidentes pessoais durante o ano de 2022″.
A decisão de encerramento da atividade produtiva da SGSP, anunciada no mês passado, foi desde o início considerada como irreversível pela empresa, tendo em conta os prejuízos acumulados – que em agosto deste ano já ascendiam a 1,8 milhões de euros – e a impossibilidade de reversão dos problemas estruturais da SGSP.
Em Portugal, o Grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 pessoas, distribuídos por 11 empresas e oito fábricas, com um volume total de faturação a rondar os 180 milhões de euros. Após renovar o parque industrial e o forno para transformação de vidro da unidade de produção da Covipor, em Santo Tirso, está a construir na Maia uma nova fábrica de 9 mil metros quadrados para a Saint-Gobain Abrasivos.
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