Sindicatos dizem que greve foi “enorme êxito”. BCP fala em dia “normal”
Sindicatos dos bancários consideraram que a greve nacional no BCP e Santander, contra os despedimentos coletivos, "foi um enorme sucesso". O CEO do BCP falou em "normal" e "sem perturbação".
Os sindicatos dos trabalhadores bancários consideraram que a greve nacional desta sexta-feira, contra os despedimentos coletivos no BCP e no Santander, “foi um enorme êxito” e que a adesão demonstra a “justiça das reivindicações”.
Já o CEO do BCP, em reação ao protesto dos trabalhadores, afirmou numa mensagem interna a que o ECO teve acesso que “o banco funcionou durante o dia com total normalidade e sem qualquer perturbação”. “Os sindicatos e a comissão de trabalhadores não são inimigos nem sequer adversários (…). Merecem todo o nosso respeito, mesmo quando discordamos em absoluto, como é o caso, sobre os fundamentos para esta greve”, disse Miguel Maya, lembrando que ele próprio é sindicalizado desde 1990.
Sem avançar números da adesão à greve, os sindicatos Independente da Banca (SIB), dos Bancários do Centro (SBC), dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SinTAF), Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Mais – Sindicato do Setor Financeiro, dos Bancários do Norte (SBN) e ainda o dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), em solidariedade, consideraram, em comunicado conjunto, que a greve convocada pela defesa da manutenção dos postos de trabalho no BCP e no Santander “foi um enorme êxito”.
“A adesão à greve demonstra objetivamente a justiça das reivindicações dos bancários e que os trabalhadores do Banco Santander e BCP se identificam com os motivos que conduziram à convocação da greve pelos sindicatos”, apontaram, saudando também os trabalhadores que aderiram à iniciativa, bem como os que participaram nas concentrações realizadas em Lisboa e no Porto.
Na mesma nota, os sindicatos reiteram a exigência do “fim imediato” dos despedimentos coletivos que estão em curso naqueles bancos, que consideram “injustos, injustificados e sem fundamento”.
“Exigimos ainda o fim do clima de instabilidade, insegurança e pressão, visando que os trabalhadores aceitem condições de revogação do contrato de trabalho que não desejam e que colocam em causa a própria sustentabilidade financeira dos trabalhadores e seus agregados familiares”, acrescentaram.
Caso as administrações dos bancos não “retirem as devidas ilações” das ações de hoje, os sindicatos garantem tomar novas medidas.
Depois de, em setembro, o BCP e o Santander Totta terem confirmado que iam avançar com despedimentos coletivos (uma vez que não conseguiram que o número de trabalhadores pretendido saísse por acordo), todos os sindicatos de bancários convocaram uma greve – a primeira nacional desde 1988 – e várias concentrações pelo país.
Nos últimos meses, os sindicatos têm vindo a acusar os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os forçam a aceitar sair por rescisões (sem acesso a subsídio de desemprego) ou por reformas antecipadas. Isto ao mesmo tempo que têm elevados lucros, acrescentam.
O BCP teve lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre (menos 84% do que no mesmo período de 2020) e o Santander Totta 81,4 milhões de euros (menos 52,9%).
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