OE reforça Startup Portugal e inclui verbas para incubadoras e startups verdes ou digitais
Estão previstos vales incubadoras, de cerca de cinco milhões de euros, e vales 'startups' verdes e digitais, de cerca de 30 milhões de euros, no próximo ano.
O Governo prevê o reforço do investimento na Startup Portugal e verbas para vales incubadoras e startups verdes e digitais, de acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) divulgado na segunda-feira.
“A capacidade das empresas nacionais para digitalizarem a sua capacidade produtiva, os seus processos, serviços e produtos, e para transformarem as suas propostas de valor e os seus modelos de negócio, será fundamental não só na resposta à crise Covid-19, mas também na competitividade futura da economia”, lê-se no documento, no âmbito da transição digital.
Entre os investimentos previstos para o próximo ano está o reforço Estrutura Empreendedorismo, de cerca de três milhões de euros, com o “reforço da entidade existente – Startup Portugal, enquanto entidade exclusivamente dedicada ao ecossistema empreendedor e com poderes de implementação de políticas públicas definidas pela área governativa da economia e transição digital”.
Esta estrutura, “que possui atualmente a figura de associação de direito privado, detendo o Estado uma posição maioritária, terá a incumbência de liderar a agenda do empreendedorismo e da implementação dos respetivos planos de ação, tendo especificamente como missão, entre outras responsabilidades, a execução de avisos e a implementação de apoios ao ecossistema incluindo as medidas pertencentes ao PRR”, adianta.
Estão previstos vales incubadoras, de cerca de cinco milhões de euros, e vales ‘startups’ verdes e digitais, de cerca de 30 milhões de euros, no próximo ano.
No caso dos vales incubadoras, o investimento passa “por criar um vale para que as incubadoras/aceleradoras possam investir no seu desenvolvimento, nomeadamente tecnológico, terem à sua disposição mais recursos e estarem mais atualizadas no seu conhecimento e nas suas capacidades, nomeadamente no apoio a ‘startups’ com modelos de negócio assentes no digital”.
De acordo com o Governo, estas condições irão permitir que estas estruturas “apoiem melhor as ‘startups’ incubadas, nomeadamente nas condições de acolhimento e acompanhamento nos seus programas”.
Nesse âmbito, os investimentos disponibilizados deverão ainda permitir “um maior foco das incubadoras e aceleradoras em ‘startups’ que possuam soluções e modelos de negócio de forte pendor digital (produtos e/ou serviços), no sentido de serem elas próprios catalisadores do processo de transição digital preconizado nesta componente”.
Já sobre os vales ‘startups’ verdes e digitais, trata-se de um “programa de ‘vouchers’ que tem por objetivo apoiar ‘startups que tenham ou queiram desenvolver modelos de negócio digitais e com forte componente verde”.
Está também previsto o investimento de cerca de 12 milhões de euros no próximo ano na Academia Portugal Digital/Emprego + Digital, um programa “de certificação de competências digitais em larga escala” que permitirá aos trabalhadores produzir um autoavaliação das suas competências digitais atuais, considerando o quadro português de competências digitais (QDRCD) baseado na DigComp, como também receber um plano personalizado de capacitação nesta área com metas concretas, objetivos pessoais e exigências específicas do mercado de trabalho (atuais e futuras), refere.
Permitirá também a aceder a recursos de formação ‘online’ que permitam aos trabalhadores adquirir novas competências e atingir os objetivos pré-indicados desenvolver um passaporte pessoal que centralize e certifique a informação das competências digitais do trabalhador, acrescenta a proposta do OE2022.
A criação da Rede Nacional de ‘Test Bed’, no montante de 77 milhões, é outro dos investimentos previstos.
Visa a criação de uma rede nacional de ‘test beds’, infraestruturas que têm como objetivo criar as condições necessárias às empresas para o teste de novos produtos e serviços, através de um espaço físico ou de simulador virtual.
“O objetivo desta rede colaborativa é aumentar o número de pilotos de produto que se tornem comercialmente viáveis, atravessando o que é apelidado de ‘vale da morte’, correspondente à passagem de validação em laboratório (TRL 4) à fase de protótipos em ambiente industrial (TRL7)”, aponta.
O ‘Coaching’ 4.0, com cerca de dez milhões de euros no próximo ano, “enquadrado no programa nacional para a Indústria 4.0” e que visa fomentar a integração de tecnologia nas empresas, apoiando o desenvolvimento de processos e competências organizacionais que fomentem a transformação digital e o Digital Innovation Hubs (DIH) (cerca de 12 milhões de euros em 2022), um programa que tem por objetivo “ampliar a rede de DIH, complementando aquela que já se encontra em desenvolvimento no âmbito do Digital Europe Programme (DEP)”, são outros dos investimentos.
O DIH tem como objetivo “é alcançar um maior número e diversidade de empresas portuguesas, segmentando-as setorialmente em função das suas necessidades específicas e fomentando o desenvolvimento de uma cultura colaborativa, promovendo a inovação aberta e o desenvolvimento de competências”.
Está também prevista a desmaterialização da fatura (dois milhões de euros), tendo em vista promover a aceleração da transição para uma sociedade sem papel e para a redução dos custos de contexto.
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