Leão não abre mão da meta do défice na negociação do OE
O ministro lembra que o cenário macroeconómico é a “referência em todas as análises” externas sobre a economia portuguesa e que, com a geringonça, nunca foi alterado entre a entrega e a votação final.
João Leão referiu esta sexta-feira que não está disponível para deixar derrapar a meta do défice, fixada em 3,2% na proposta do Governo, durante a fase de negociação do Orçamento do Estado para 2022 com os partidos da esquerda.
Durante uma conferência organizada pelo ECO, o ministro das Finanças sublinhou que o cenário macroeconómico é “importante porque é o cenário de referência em todas as análises [externas] sobre o país e mesmo internamente”, frisando que nos últimos seis anos houve “a preocupação” de não o alterar.
“Não significa que, dentro do quadro de escolhas, não haja margem para ouvir as preocupações e fazer os ajustamentos. Mas [desde o regresso do PS ao poder] não me recordo de ter havido alterações no cenário macroeconómico desde que o Governo apresentou o OE até à aprovação final”, insistiu o governante.
Sobre a folga para negociar medidas com o PCP e o BE, João Leão recordou que “as negociações não têm só dimensões financeiras”, mas, mesmo dentro dessa dimensão, “pode haver um reequilíbrio”. Isto porque o OE é “um exercício de escolhas e pode passar por redirecionar medidas mais num sentido ou noutro”, sem aumentar a despesa.
“Temos de ter sempre disponibilidade para ouvir e tentar, dentro do quadro possível, ver as alternativas, desde que sejam boas para o país. Temos de chegar a soluções que sejam positivas para o país”, salientou.
Já questionado sobre a possibilidade de governar com duodécimos, o ministro das Finanças declarou que “é sempre muito importante” ter o documento aprovado no Parlamento. E elencou as razões: para conseguir executar as medidas propostas e porque é “fundamental para a credibilidade e perceção internacional”. “Dá um sinal de estabilidade”, reforçou.
Negociar “até à última”
Em declarações aos jornalistas, no final da conferência realizada pelo ECO em Lisboa, João Leão admitiu que “[tem] sempre negociações difíceis e exigentes com os partidos que viabilizam o OE” e que a única diferença este ano foi o “calendário mais exigente” na preparação do documento, em referência às eleições autárquicas.
“Equilíbrio e ponderação” são as palavras de ordem do ministro das Finanças para as negociações que ainda vão acontecer nas próximas semanas para “ver os ajustamentos que [pode] fazer” e tentar garantir o voto positivo do PCP e do Bloco. “Até à última, estaremos sempre disponíveis para esse diálogo, mas num quadro de responsabilidade”, salvaguardou.
Veja aqui a entrevista completa a João Leão:
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