Mais de mil clientes pagam dívida às operadoras a prestações
Por causa da pandemia, mais de mil portugueses estão a pagar dívidas às operadoras que, muitas vezes, ultrapassam o salário mínimo nacional. Cada cliente abrangido paga, em média, 88 euros por mês.
As “moratórias” nas telecomunicações continuam a proteger milhares de famílias portuguesas cujas vidas financeiras sofreram um rombo com a pandemia. Entre janeiro e junho deste ano, foram mais de mil os clientes com dívidas às operadoras que negociaram com estas empresas um plano de pagamentos a prestações.
O balanço foi feito pela Anacom: no primeiro semestre, 1.123 clientes “com valores em dívida na sequência da não suspensão do serviço acordaram com os prestadores planos de pagamento dos valores em dívida”. O montante médio dos planos de pagamentos é de 683 euros, incluindo IVA, sendo “cerca de 4% superior” ao salário mínimo nacional, e a prestação média mensal é de 88 euros, nota o regulador.
Segundo a Anacom, a dívida média dos clientes que negociaram o pagamento a prestações corresponde, deste modo, “a cerca de 20 faturas médias mensais dos serviços em pacote”. “Por prestador, estes valores variaram entre 282 e 1.023 euros”, acrescenta a entidade.
Na primeira metade do ano, estiveram em vigor “um conjunto de medidas legislativas com o objetivo de assegurar a proteção dos utilizadores de serviços públicos essenciais”, onde se inseriram as telecomunicações. Face à ameaça da Covid-19, milhões de portugueses tiveram de começar a trabalhar a partir de casa, sempre que as funções o permitiam, pelo que uma dessas medidas excecionais e temporárias foi a proibição de as operadoras suspenderem o serviço, mesmo em caso de falta de pagamento.
A entidade reguladora avança agora que 54% dos clientes que pediram a proteção das medidas foram “contemplados” pelas mesmas: de 6.835 pedidos endereçados às operadoras no semestre, 3.676 “beneficiaram de alguma das garantias previstas na lei”.
“A suspensão temporária de contrato foi a solução mais requerida pelos clientes que viram o seu poder de compra reduzido devido à pandemia”, frisa ainda o regulador. Foram 979 os clientes que suspenderam os seus contratos de telecomunicações e 866 puderam mesmo rasgar os seus contratos fidelizados de forma “unilateral”, sem penalização.
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