GMS leva Apple ao Montijo e troca Bang & Olufsen no Porto
A retalhista liderada por André Marques da Silva, com berço e core no automóvel algarvio, abre a 10ª loja da Apple na margem Sul do Tejo até final do ano e sobe a Boavista com a dinamarquesa B&O.
Depois de Braga, Porto, Aveiro, Lisboa (Amoreiras, Chiado e Colombo), Cascais, Faro e Almada, a GMS Store prepara-se para inaugurar até ao final deste ano uma loja da Apple no Montijo, avançou ao ECO o presidente executivo do grupo, André Marques da Silva, que calcula um investimento de 600 mil euros.
Com o estatuto de revendedor premium da tecnológica americana em Portugal, o grupo abriu nas últimas semanas no remodelado Glicínias Plaza (Aveiro) e, após “dois anos à espera” que a localização ficasse livre, está a ultimar a transformação do espaço de 130 metros quadrados no Fórum Montijo, que até agora estava ocupado pela Imaginarium.
Foi em 2011, em Almada, que a GMS Store abriu a primeira loja Apple, depois de José Marques da Silva, fundador e pai do atual CEO, ter ficado “louco” ao ver a loja da marca em Nova Iorque. No regresso a Portugal, o grupo – até então concentrado no retalho automóvel em crise – fechou um acordo de distribuição com a tecnológica americana. Em 2021 conta faturar perto de 32 milhões euros nesta área do negócio, quase 10% acima do ano passado.
Estamos a ter algumas dificuldades em ter o produto [iPhone 13] que desejaríamos por causa do problema dos semicondutores. Tudo o que chega está vendido. Se tivesse mais quantidade, vendia mais.
Para este aumento de vendas, a confirmar no último trimestre, irá contribuir o novo iPhone 13, embora a GMS Store esteja a ter “algumas dificuldades em ter o produto que [desejaria] por causa do problema dos semicondutores”. A marca já anunciou que, a nível mundial e face ao que estava antes previsto, vai haver menos 10 milhões de exemplares do novo modelo. “Pode-nos afetar alguma coisa. Vamos ver o que acontece até ao final do ano. Tudo o que chega está vendido. Se tivesse mais quantidade, vendia mais”, acrescentou André Marques da Silva.
Sem medo de um cenário em que a Apple decida abrir uma loja própria em Portugal – seria “uma mais-valia” -, o empresário confirmou que a GMS vai começar a vender iPhones recondicionados, mas apenas online. Para já, os iPads e os relógios inteligentes ficam de fora da equação. Além da economia circular, justificou esta aposta nos telefones usados com a “procura muito grande das novas gerações, que não podem [pagar] produtos novos da marca, que é muito aspiracional”.
Dinamarquesa sobe no luxo da Boavista
Mais recente, conseguida há quatro anos e menos relevante para as contas do grupo – a faturação esperada para este ano fica-se pelos dois milhões de euros –, é a representação da Bang & Olufsen (B&O) em Portugal. A marca dinamarquesa conta com lojas exclusivas em Cascais, Lisboa (Amoreiras) e no Porto, além de dois espaços dentro do El Corte Inglés, em Vila Nova de Gaia e na capital, onde tem igualmente um branded space na loja de luxo Jncquoi Avenida.
Outra “oportunidade que a própria pandemia trouxe” ao grupo – no Montijo foi um espaço comercial a esvaziar para a Apple – foi o facto de a Covid-19 e a nova organização híbrida de trabalho estar a fazer com que “as pessoas passem mais tempo em casa e quererem melhorar” os dispositivos de áudio e vídeo, como os que são produzidos por esta marca de luxo, sejam televisores ou colunas de som.
E foi para “dar ao Porto a oportunidade de conhecer toda a gama de produtos da B&O, num espaço completamente diferente, de acordo com o estatuto da marca”, que o grupo investiu quase meio milhão de euros numa nova loja na cidade Invicta. Subiu dois quilómetros na Avenida da Boavista, passando do Edifício Aviz para a vizinhança da marca de joalharia David Rosas, em frente ao hotel Crown Plaza.
Este espaço de “última geração”, que o CEO da GMS Store diz ser “maior [tem 150 metros quadrados], mais visível e que permite uma experiência de compra diferente”, vai ser inaugurado esta quinta-feira e é “talvez a melhor loja da B&O em Portugal”. “Sendo uma marca de luxo, a estratégia não passa por muitos pontos de venda. Não precisa. Vamos agora consolidar esta operação”, completou.
Vamos dar ao Porto a oportunidade de conhecer toda a gama de produtos da Bang & Olufsen, num espaço completamente diferente, de acordo com o estatuto da marca.
Nascido em Lisboa há 49 anos e com formação de base em Direito, André Marques da Silva começou a trabalhar há três décadas no negócio fundado pelo pai em 1980, que até à crise financeira internacional de 2008 estava apenas concentrada no ramo automóvel. “O mercado caiu 70%. Foi muito difícil, tivemos de fazer vários cortes na empresa, ficámos sem linhas de crédito”, recorda.
O grupo continua a estar nas mãos da família Marques da Silva e prevê fechar este ano com um volume de negócios à volta dos 110 milhões de euros. Apesar da diversificação para as áreas da tecnologia e dos artigos audiovisuais, a MS Car continua a ser o maior grupo automóvel do Algarve, abarcando um total de 12 marcas, como várias do grupo Fiat, Peugeot, Kia, Honda, Seat ou Iveco.
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