Exportações caíram 10% e importações afundaram quase 15% em 2020, o ano da pandemia
Pandemia diminui as exportações de bens em mais de 10% e as importações em quase 15% em 2020, de acordo com os dados finais do INE.
As exportações portuguesas de bens caíram 10,3%, para um total de 53,8 mil milhões de euros, enquanto as importações recuaram 14,8%, para um total de 68,1 mil milhões de euros, mostram os dados finais do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao ano de 2020, fortemente marcado pela chegada da pandemia. O maior défice comercial manteve-se com Espanha e o maior excedente registou-se com a França.
No ano passado, as exportações de bens diminuíram 10,3% face a 2019, atingindo 53.757 milhões de euros. Por sua vez, as importações encolheram 14,8%, para 68.146 milhões de euros, refere o INE. Foram evoluções contrárias às observadas em 2019 (+3,5% nas exportações e +6% nas importações), que são “resultado da pandemia”, que arrancou no país no início de março.
Durante 2020, o domínio dos países Intra-UE nas transações de bens de Portugal com o exterior aumentou para 71,4% nas exportações (+0,7 pontos percentuais face a 2019) e 74,7% nas importações (+0,9 pontos percentuais). Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações decresceram 8,9% e as importações diminuíram 12,3% (+4,4% e +6,8%, respetivamente em 2019).
Ainda no mesmo período, a balança comercial de bens registou uma diminuição do défice de 5.686 milhões de euros, atingindo um saldo negativo de 14.388 milhões de euros, refere o INE. Esta evolução favorável, contrariando o observado nos quatro anos anteriores, deveu-se sobretudo ao comércio Intra-UE, que registou um decréscimo do défice de 4.105 milhões de euros, enquanto no comércio Extra-UE o défice diminuiu 1.581 milhões de euros.
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, o saldo comercial totalizou -10.936 milhões de euros no ano passado, representando um decréscimo do défice em 3.699 milhões de euros relativamente a 2019.
Espanha, França e Alemanha continuaram a ser os principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal, concentrando conjuntamente mais de metade das exportações, referem os dados do INE. Espanha manteve-se como principal parceiro (peso de 25,4% nas exportações e 32,4%), mas o défice comercial das transações com o país vizinho diminuiu 1.142 milhões de euros.
Em simultâneo, as transações com Espanha, Alemanha e China continuaram a apresentar os principais saldos deficitários. O maior excedente verificou-se nas trocas com a França, que registaram o maior aumento do saldo na globalidade dos países parceiros (+2.319 milhões de euros). Os segundo e terceiro maiores excedentes ocorreram nas transações com os Estados Unidos e o Reino Unido.
No que diz respeito aos bens transacionados, as máquinas e aparelhos continuaram a ser o segundo grupo mais exportado e o principal grupo de produtos nas importações, mantendo-se os veículos e outro material de transporte como principal grupo exportado e segundo nas importações. O maior défice comercial continuou a registar-se nas máquinas e aparelhos, enquanto o maior excedente foi nas transações de minerais e minérios.
Importações de produtos relacionados com a Covid dispararam 17%
Analisando os produtos relacionados com a pandemia (excluindo as vacinas), verifica-se que, em 2020, as importações destes produtos no seu conjunto aumentaram 17% (+725 milhões de euros) para um total de 4.977 milhões de euros, refere o INE.
O grupo dos “Equipamentos de proteção” observou o maior aumento das importações (+402 milhões de euros, correspondente a +63,8%), sobretudo devido à importação de máscaras provenientes da China. Seguiu-se o acréscimo das importações de “Produtos químicos/Testes” (+12,2%, +293 milhões de euros), sobretudo devido a medicamentos incluindo os usados no tratamento da Covid e a reagentes de diagnóstico.
As importações de “Aparelhos/Instrumentos médicos” registaram um aumento de 2,4% (+29 milhões de euros) face a 2019, sendo que, neste grupo, o INE destaca o acréscimo nas importações de Aparelhos de ozonoterapia, de oxigenoterapia, de aerossolterapia, aparelhos respiratórios de reanimação e outros aparelhos de terapia respiratória provenientes sobretudo da China.
Analisando o período acumulado de janeiro a agosto de 2021, observa-se que as importações de produtos relacionados com a pandemia diminuíram 2,9% (-97 milhões de euros) face ao mesmo período do ano passado. Esta evolução resultou da diminuição das importações de “Equipamentos de proteção” (-24,5%, -178 milhões de euros), com destaque nas importações de máscaras da China.
(Notícia atualizada às 11h49 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Exportações caíram 10% e importações afundaram quase 15% em 2020, o ano da pandemia
{{ noCommentsLabel }}