Apesar da pandemia, número de empresas em Portugal subiu quase 3% em 2020
A pandemia afetou seriamente a economia no ano passado. Ainda assim, Portugal viu o número de empresas crescer, sobretudo PME. Ainda assim, o volume de negócios tombou quase 10%.
A pandemia condicionou fortemente os negócios no ano passado. Ainda assim, o número de empresas em Portugal subiu 2,8% em 2020 em relação ao ano anterior, embora o pessoal ao serviço tenha decrescido 0,5% e a faturação tombado quase 10%.
Os números provisórios lançados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mostram um aumento do número de pequenas e médias empresas (PME) em 2,8%, evolução que ajudou a contrariar a quebra de 3% do número de grandes empresas. Ao todo, Portugal tinha mais de 1,35 milhões de empresas, das quais 99,9% eram PME.
Os indicadores financeiros revelam a brutalidade do impacto do vírus nas contas das empresas. O volume de negócios caiu 9,6% e o valor acrescentado bruto (VAB) — a riqueza que as empresas produziram — recuou 10,1%.
Ainda assim, o pessoal ao serviço das empresas ficou relativamente estável no ano passado, um total 4,2 milhões de trabalhadores, menos 0,5% em relação a 2019, beneficiando das medidas de apoio ao emprego lançadas pelo Governo para conter o impacto da pandemia no mercado de trabalho, tal como o lay-off.
A pandemia, contudo, não afetou por igual todos os setores de atividade. O setor do turismo — alojamento e restauração — perdeu 36,4% da faturação no ano passado devido às restrições impostas na circulação de pessoas em todo o mundo, embora, surpreendentemente, o número de empresas tenha subido 1,4%. Outra das indústrias afetadas foi dos transportes e armazenagem, com quebras de 24% do volume de negócios e 33% do VAB.
Por outro lado, o setor da informação e comunicação não só resistiu ao vírus como até teve um ano mais movimentado: o volume de negócios subiu 7,3% e o excedente bruto de exploração — receitas menos custos operacionais — acelerou mais de 20%.
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