Portugal desconfina e PIB cresce 4,2% no terceiro trimestre
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta sexta-feira a estimativa rápida para a evolução do PIB entre julho e setembro deste ano.
Num período marcado pelo desconfinamento e a retoma da atividade económica, o PIB cresceu 4,2%, em termos homólogos, no terceiro trimestre de 2021, o qual é influenciado pela base mais elevada do terceiro trimestre de 2020 (período menos afetado pela pandemia). Já face ao trimestre anterior, a subida foi de 2,9%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na estimativa rápida do PIB entre julho e setembro.
Este desempenho representa uma desaceleração face aos 16,1% de crescimento do PIB no segundo trimestre, mas, como o INE recorda, esse resultado tinha sido “influenciado, em grande medida, pelo forte impacto da pandemia no 2º trimestre de 2020”. Em cadeia também há uma travagem de 4,4%, influenciado pela queda que se registou no primeiro trimestre de 2021 por causa do segundo confinamento, para 2,9%.
“O crescimento do PIB no 3º trimestre de 2021 reflete a diminuição gradual das restrições impostas pela pandemia, acompanhando o aumento do ritmo de vacinação contra a COVID-19, após dois trimestres com resultados opostos: a forte redução do PIB no 1º trimestre (-3,3%), determinada pelo confinamento geral e um aumento de 4,4% no 2º trimestre, marcado pelo levantamento gradual das restrições à mobilidade”, explica o gabinete de estatísticas.
Em termos homólogos, o contributo da procura interna foi positivo graças à continuada recuperação do consumo privado, apesar de menor do que no segundo trimestre. Já o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações) foi “ligeiramente mais negativo” no terceiro trimestre, dado que as importações cresceram a um ritmo “mais acentuado” do que as exportações entre julho e setembro.
“Refira-se ainda que, no 3º trimestre de 2021, o deflator das exportações e, em maior grau, o deflator das importações terão registado crescimentos expressivos, sobretudo relacionados com a evolução dos preços dos produtos energéticos e das matérias-primas, prolongando-se a perda nos termos de troca observada no trimestre precedente“, nota o INE. Ou seja, os bens que Portugal teve de comprar lá fora encareceram e isso prejudicou a balança comercial.
Em cadeia, tanto a procura interna como a procura externa líquida deram um contributo positivo para o PIB. O próximo destaque do INE sobre a evolução da economia no terceiro trimestre será divulgado a 30 de novembro, altura em que se saberá mais detalhes sobre o que aconteceu a cada uma das componentes do PIB, incluindo o investimento.
A expectativa do Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), a qual foi chumbada esta semana no Parlamento, era fechar 2021 com um crescimento de 4,8%, a mesma previsão do Banco de Portugal. Até ao final deste ano, o Orçamento será executado normalmente, mas a partir do próximo ano passará a ser em duodécimos (apenas se pode gastar em cada mês 1/12 da despesa executada em 2021). A previsão do Governo para 2022 era um crescimento de 5,5%.
(Notícia atualizada às 9h51 com mais informação)
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