Apple avisa na Web Summit: Bruxelas vai arruinar segurança dos iPhones

Vice-presidente da Apple veio a Lisboa enviar um recado a Bruxelas: há uma lei que pode arruinar a segurança dos iPhones. Comissão quer acabar com o domínio da App Store.

Craig Federighi, vice-presidente de engenharia e software da AppleWeb Summit via Flickr

A Apple está convencida de que uma proposta de lei da Comissão Europeia pode arruinar a segurança dos iPhones e dos iPads, caso a medida entre mesmo em vigor.

No palco principal da Web Summit, em Lisboa, Craig Federighi, vice-presidente de engenharia e software da Apple e um dos principais rostos da marca, instou Bruxelas a desistir de forçar a marca a aceitar a instalação de aplicações de origens desconhecidas nos dispositivos iOS, uma prática apelidada de “Sideloading”.

Em causa, disse o executivo, está uma medida plasmada no Digital Markets Act (DMA), um pacote legislativo proposto pela Comissão Europeia no ano passado, que atualmente está em discussão. Presente pela primeira vez na Web Summit, a Apple aproveitou as atenções dos europeus para pressionar a Comissão.

“O Sideloading é o melhor amigo dos burlões”, disse Federighi aos participantes. Se a Apple deixar que os utilizadores instalem apps que não estão na App Store (a loja oficial), mais facilmente alguém é enganado a instalar software malicioso.

O argumento não é novo e tem sido usado pela Apple para defender o seu sistema. Para a Comissão Europeia, porém, o problema é outro. Ao não permitir que os europeus instalem outras lojas de aplicações nos iPhones e iPads, a Apple está a limitar a concorrência no mercado das aplicações.

Participantes da Web Summit foram convidados a exibirem os seus iPhonesWeb Summit via Flickr

Na Altice Arena, Federighi lembrou várias vezes que os dispositivos Android permitem o Sideloading. A Apple mostrou dados para defender que os utilizadores de dispositivos da marca estão menos propensos a serem vítimas de vírus informáticos. Segundo a empresa, um em cada cinco europeus tem iPhone (a quota do Android é superior).

“Permitir o Sideloading no iPhone vai prejudicar a segurança dos iPhones”, apontou Federighi. “Achamos que ninguém quer isso, nem os próprios legisladores. A Europa tem estado à frente em muita coisa, mas isto é um passo atrás”, criticou.

Por fim, o responsável da Apple tentou refutar o argumento de que a solução passa por “permitir que os utilizadores escolham” instalar ou não aplicações disponíveis na internet. Federighi disse que “os burlões são muito bons” nas suas práticas e, facilmente, enganariam os utilizadores a instalarem malware.

A apresentação da Apple foi mais um exemplo do jogo de forças entre a Comissão Europeia e as grandes empresas de tecnologia norte-americanas.

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