Quer reter o melhor talento? Comece por focar-se na saúde mental
Redefinir práticas de equipa e rotinas, bem como desenvolver competências e disponibilizar novos recursos são algumas das ideias sugeridas pelo projeto "Go Forward to Work".
Mais do que uma rede de segurança ou um benefício, o bem-estar mental deve ser encarado como um motor de produtividade, essencial na guerra pelo melhor talento. E, preveem os especialistas, depois da pandemia e com os modelos híbridos a imperarem, ainda mais. São as companhias que conseguirem banir o estigma em torno da saúde mental, permitindo que todas as suas pessoas possam ser elas próprias dentro da organização, que estão em vantagem naquela que pode mesmo vir a ser uma época de “boom” de demissões, pelo menos nos Estados Unidos, onde o número de demissões tem disparado.
“Apoiar o bem-estar mental dos funcionários é bom para a cultura da empresa e para a produtividade. Por cada dólar que investimos no apoio à saúde mental no local de trabalho, há um retorno de quatro dólares”, escreve a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês), salientando que a saúde mental precisa de ser uma prioridade ao nível da gestão e das direções, da mesma forma que os executivos abraçaram as questões ambientais, sociais e de governação (ESG).
A iniciativa “Go Forward to Work”, um projeto de investigação lançado em 2020 em parceria com a Dell Technologies e em conjunto com a Harvard Business School, criou um quadro com quatro temas centrais no que diz respeito às melhores práticas para promover a saúde mental e bem-estar das pessoas.
A plataforma agrega um conjunto de ideias inovadoras e boas práticas, ao mesmo tempo que convida os líderes a partilharem as suas histórias através do site “Go Forward to Work”. “Estas dicas podem não só ajudar os colaboradores que estão a sofrer, mas também podem ajudar a criar uma cultura duradoura que inspire todos os empregados”, diz Keith Ferrazzi, fundador da iniciativa.
Conheça as principais ideias deste projeto, bem como as medidas que algumas empresas já implementaram:
1. Redefina as políticas e práticas da equipa
A forma como as equipas trabalham influencia diretamente o seu bem-estar e resiliência. Equipas de alto desempenho começaram a questionar alguns dos procedimentos usados: “Porque é que convocar uma reunião é a solução universal para o que quer que seja que precise de ser realizado?”. A colaboração assíncrona é, agora, a privilegiada pelas pessoas, retirando a pressão que os horários podem exercer.
A Nutanix, por exemplo, adotou uma nova política que estabelece regras para a marcação de reuniões, evitando que sejam agendadas durante a hora de almoço dos colaboradores ou depois da hora de saída.
2. Incentivar novas rotinas
Para apoiar o bem-estar dos seus empregados, a Headspace reduziu o horário dos colaboradores e passou a oferecer diariamente, todas as manhãs, sessões em grupo de meditação guiada. Além disso, a empresa encoraja as pessoas a fazerem pausas duas vezes por dia.
Já o gigante técnico Salesforce começa as reuniões com exercícios simples que servem para “trazer as pessoas para o presente, torná-las conscientes dos nossos objetivos e do que queremos alcançar.”
3. Desenvolva novas competências de liderança
Uma investigação realizada ainda antes da pandémica, conduzida pelo Grupo Unum, mostrou que apenas um em cada quatro gestores dos Estados Unidos recebeu formação sobre como encaminhar os funcionários para os recursos da saúde mental. “Isto não é formação para lidar com questões de saúde mental, é apenas formação para sinalizar os recursos certos.”
Do lado dos colaboradores, mais de metade disse que o seu empregador não tinha, ou que não estava seguro que o seu empregador tivesse, um programa, iniciativa ou política específica para cuidar da saúde mental. E 61% dos colaboradores afirmaram sentir mesmo que havia um estigma social no local de trabalho em relação aos colegas com problemas de saúde mental.
A iniciativa “Go Forward to Work” defende que a formar os líderes pode ajudar as organizações a ultrapassar este tipo de problemas.
4. Disponibilize novos recursos
A ascensão das tecnologias ajudou a colocar programas de assistência às pessoas à distância de um clique, através de aplicações, ferramentas de autocuidado, coaching e outro tipo de serviços personalizados. Um inquérito da Mercer sugere que um terço das organizações pretendem incluir a saúde virtual ou as teleconsultas nas suas ofertas de assistência aos colaboradores.
A JPMorgan Chase já oferece serviços de “mHealth” através do seu programa “meQuilibrium”, que pretende ensinar as suas equipas a fazerem escolhas mais saudáveis. Já a Adobe, WW, Unilever, e Starbucks oferecem meditação, através da Headspace, aos seus funcionários.
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