Moedas pretende instalar Fábrica de Unicórnios no Hub Criativo do Beato
Para ajudar na concretização da Fábrica de Unicórnios, o empresário Nuno Sebastião, um dos fundadores da Feedzai, foi nomeado para alto comissário do município de Lisboa para a Ciência e Tecnologia.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, assumiu esta quarta-feira o compromisso de agilizar a aprovação de projetos para o Hub Criativo do Beato, onde decorrem obras para acolher empresas e onde “faz todo o sentido” instalar a Fábrica de Unicórnios.
“A primeira prioridade é a inovação, é o caminho que tenho feito na vida, trazer inovação para as cidades, a inovação é aquilo que nos traz emprego, que nos traz bem-estar”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, após uma visita ao Hub Criativo do Beato, acompanhado do vereador da Economia e Inovação da Câmara de Lisboa, Diogo Moura (CDS-PP), para fazer o reconhecimento do estado atual do projeto, através de uma visita guiada com os responsáveis da Startup Lisboa.
Para ajudar no Hub Criativo do Beato e na concretização da Fábrica de Unicórnios, o empresário Nuno Sebastião, um dos fundadores da tecnológica Feedzai, foi nomeado para alto comissário do município de Lisboa para a Ciência e Tecnologia, anunciou o autarca da capital, referindo que foi escolhido “por ser um homem que é inspirador e que, ao mesmo tempo, sabe o que é criar uma empresa e fazer dessa empresa uma grande empresa”.
“A questão não é a palavra unicórnio, a palavra quer dizer apenas que nós queremos ter a ambição em Lisboa, desenvolver grandes empresas começando do zero, e que isso é possível porque Portugal já provou que consegue fazê-lo, que hoje temos unicórnios portugueses e somos um país com uma dimensão relativa em relação ao mundo”, expôs o recém-eleito e empossado presidente da Câmara.
Com o objetivo de “marcar golos na inovação”, a Fábrica de Unicórnios, também designada como Fábrica de Empresas, ideia que integrou o programa eleitoral da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) e que foi também anunciada na recente edição da Web Summit, deve começar a funcionar no próximo ano, com a concretização da primeira parte do projeto, apontou Carlos Moedas.
“É já termos no concreto essa Fábrica a funcionar, não estará, obviamente, em pleno, porque ninguém conseguiria fazer um projeto dessa dimensão num ano, mas já ter uma primeira parte do projeto concluído”, referiu o social-democrata, adiantando que a primeira reunião com o empresário Nuno Sebastião é na segunda-feira, juntado todas as partes envolvidas, inclusive a Startup Lisboa e o Hub Criativo do Beato.
Questionado sobre a localização da Fábrica de Unicórnios, o presidente da Câmara defendeu que “faz todo o sentido” ser instalada no Hub Criativo do Beato, porque é onde se está a desenvolver “um grande projeto de inovação em Lisboa”, tendo, aliás, a sua visita ao espaço servido para perceber onde “encaixar essa ideia”.
Depois de ouvir queixas sobre os atrasos para a concretização do Hub Criativo do Beato, ideia que surgiu em 2016 e que passa pela reabilitação das antigas fábricas da Manutenção Militar no Beato para transformação do espaço num centro de inovação para empresas criativas e tecnológicas, o autarca disse que “são queixas normais em gestão de projeto”, em que pode como presidente da Câmara Municipal intervir para tentar resolver.
“Ver como é que podemos agilizar as aprovações, como é que podemos agilizar a capacidade de tomar determinadas decisões, que muitas vezes estão, eu diria, paradas por uma questão de comunicação entre os próprios serviços”, explicou.
Cinco anos após a apresentação da ideia, o Hub Criativo do Beato tem hoje vários edifícios com obras em conclusão, outros com obras que ainda não arrancaram e outros que estão à espera da aprovação de projeto, mas não há nenhum com obras já concluídas e a funcionar, indicou Miguel Fontes, ressalvando que esta situação era previsível desde o início, “porque isto é um puzzle gigante”.
“Estamos a falar de uma área de 35 mil metros quadrados, composta por diferentes edifícios, com diferentes promotores envolvidos, portanto o esforço é precisamente conseguir alinhar todos estes interesses a um ritmo certo para o projeto”, sublinhou o diretor executivo da Startup Lisboa, revelando que, dos 18 edifícios que integram o espaço, há dois que ainda não foram atribuídos.
As primeiras aberturas de negócios estão devem ocorrer no primeiro trimestre de 2022, com o espaço alimentar A Praça e a empresa de projetos de reutilização adaptativa Factory, revelou Miguel Fontes, adiantando que não vai haver uma data de abertura oficial, porque os espaços vão sendo abertos à medida que vão estar concluídos.
“Este é um projeto que, obviamente, como outros sofreu atrasos e não os nego, alguns motivados pela circunstância nomeadamente da covid”, admitiu, reforçando que, apesar de não estar concluído, o espaço tem servido de palco para centenas de eventos culturais, pelo que “o Hub Criativo do Beato começou a entregar valor à cidade desde o primeiro dia”.
Sobre a Fábrica de Unicórnios, o diretor executivo da Startup Lisboa concordou com a instalação no Hub Criativo do Beato, aliás é “o sítio certo”, uma vez que “tem a inovação com uma ideia mobilizadora e de querer, mais uma vez, posicionar Lisboa como essa cidade capaz de atrair e reter talento de quem quer construir empresas alinhadas com este propósito de gerarem soluções inovadoras ao mercado”.
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