easyJet: Taxa de carbono é “desculpa para taxar de forma fácil” os passageiros

easyJet considera que a taxa de carbono "foi criada com um pretexto ambiental, mas não é uma taxa ambiental". ANA diz que receitas deviam ser canalizadas para o setor.

Desde 1 de julho que os passageiros têm de pagar uma taxa de dois euros quando viajam de avião ou de barco. O Governo chama-lhe taxa de carbono, uma contrapartida pela emissão de gases poluentes usados nestes meios de transporte. Mas o setor da aviação não está convencido.

A easyJet acusa o Executivo de ter encontrado uma “forma fácil” de taxar os passageiros, enquanto a ANA – Aeroportos de Portugal defende que as verbas deveriam ser canalizados para investimentos no próprio setor e não para a ferrovia, como está previsto.

A sustentabilidade é um tema transversal a todos os setores, incluindo a aviação. Numa altura em que as companhias aéreas debatem formas de se tornarem mais sustentáveis, apontam o dedo a algumas iniciativas do Governo, como a da taxa de carbono.

“A sustentabilidade é incontornável na aviação. Mas o que não pode existir são taxas punitivas”, disse o diretor-geral da easyJet para Portugal esta quinta-feira, durante o 32.º Congresso da Hotelaria e Turismo, que decorre em Albufeira, referindo-se à taxa de carbono.

Para José Lopes, “a taxa de carbono foi criada com um pretexto ambiental, mas não é uma taxa ambiental”. “Se fosse uma taxa ambiental, o valor seria usado para a indústria. É apenas um imposto. Foi uma desculpa para taxar de forma fácil e ir buscar dois euros aos passageiros“, apontou o responsável pela companhia britânica low-cost, defendendo que “não se devem criar taxas punitivas, mas sim taxas verdes que devem ser reinvestidas no setor”.

O mesmo defende o CEO da ANA, afirmando que “os recursos da taxação ambiental deviam ficar no setor para efeitos de financiamento”, sobretudo numa altura em que a “crise energética vai pesar financeiramente nos custos das companhias aéreas”.

Presente no mesmo debate, Thierry Ligonnière disse que a ANA tem vindo a fazer um “esforço brutal” para ajudar na recuperação do setor, destacando os incentivos que ofereceu às companhias aéreas em tempo de pandemia, como a gratuitidade de estacionamento dos aviões. “As taxas não têm evoluído entre 2015 e 2021 e os incentivos têm evoluído de forma positiva”, disse o responsável, notando que a empresa “também tem custos fixos”.

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