Descobrir uma grande vulnerabilidade no iPhone rende 1,5 milhões

  • Marta Santos Silva
  • 30 Setembro 2016

Uma das maiores empresas de compra e venda de 'exploits' aumentou o preço oferecido a quem consiga arrombar remotamente um iPhone para um milhão e meio de dólares.

Os piratas informáticos do mundo têm uma nova forma de ganhar a lotaria: conseguir arrombar remotamente um iPhone com o novo sistema operativo, o iOS 10, agora vale até 1,5 milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) na Zerodium, uma das principais empresas que se dedica a comprar os resultados de investigações sobre as fragilidades informáticas de vários tipos de programas e sistemas operativos.

Esta quinta-feira, a Zerodium anunciou que ia aumentar o seu prémio máximo em 500 mil dólares para chegar ao milhão e meio, no caso de um jailbreak feito remotamente a um iPhone com o novo sistema operativo da Apple — mais difícil de “arrombar”, diz a empresa, assim como o novo Android 7, que também é de um nível de dificuldade superior para os hackers. Também subiram os preços para quem conseguisse encontrar vulnerabilidades na segurança de aplicações como o Flash ou programas como o Microsoft Word.

Os prémios aplicam-se àquelas vulnerabilidades conhecidas como Zero Day — formas de contornar a segurança dos programas e sistemas operativos que ainda nunca foram reveladas, pelo que o fabricante ainda não estará a preparar uma solução para elas.

A Zerodium foi lançada no ano passado, quando pagava um prémio máximo de 500 mil dólares a quem encontrasse vulnerabilidades graves no iOS 9. Mais tarde, o prémio subiu para o milhão, tendo sido conseguido por apenas um grupo de hackers. A mais recente subida justifica-se por uma necessidade de “mais investigadores”, disse à revista especializada Wired o fundador da Zerodium, Chaouki Bekrar.

Esta startup adquire técnicas que se aproveitam de vulnerabilidades, chamadas exploits, e posteriormente vende-as a clientes que incluem agências e empresas da América do Norte, mas também outros países por todo o mundo, disse Bekrar. A exploração de vulnerabilidades no iOS tem valorizado particularmente após a disputa entre a Apple e o FBI, quando a agência norte-americana ameaçou a gigante tecnológica por precisar de acesso ao iPhone de um dos terroristas responsáveis pelo ataque em San Bernardino.

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