As 5 ideias de Virgílio Lima para o futuro do universo Montepio
O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, que venceu as eleições com 47,98% dos votos, tem em vista nomear uma equipa do banco de “continuidade” e renovada ao mesmo tempo.
Virgílio Lima ganhou as eleições para os órgãos sociais da maior mutualista do país para o mandato 2022-2025, com os associados a escolherem a solução de continuidade. A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), que conta 600 mil associados e três mil milhões de euros em poupanças, vai assim continuar com o mesmo presidente, que prometeu nomear uma equipa de “continuidade” e renovada ao mesmo tempo, mas “sem ruturas”.
O presidente da mutualista também defendeu, numa entrevista ao ECO no mês passado, que o problema do malparado do banco terá a sua solução “nos meses em vista”. Veja aqui as principais ideias de Virgílio Lima para o futuro do universo Montepio.
2022 será o ano de “libertar imparidades”
A Associação Mutualista Montepio Geral tem 2,4 mil milhões de euros dos associados aplicados no Banco Montepio, dos quais cerca de 1.000 milhões são perdas por imparidade. Virgílio Lima, assegurou que a mutualista vai começar a recuperar esse dinheiro perdido a partir do próximo ano: “2022 será gerador de resultados alinhados com a média do setor, isso permitirá libertar imparidades” no banco, garantiu, em entrevista.
“Toda a previsão vem no sentido de um ano de 2022 já gerador de resultados alinhados com a média do setor, isso permitirá libertar por inerência imparidades, na medida em que, quando se geram resultados, as perspetivas de futuro são de continuação, havendo sustentabilidade e poderemos libertar imparidades que são muito importantes para o balanço da associação”, sublinhou.
Investidores poderão vir a entrar, mas a médio prazo
Em relação à abertura da estrutura de capital do Banco Montepio a outros investidores, o presidente admite essa possibilidade, mas alerta para a atual desvalorização do banco, que pode acarretar perdas para os associados em caso de uma venda parcial de ações a um parceiro.
“Se entrasse um parceiro agora, iria apropriar-se-ia na proporção da sua entrada [de capital] da recuperação das imparidades”, avisou Virgílio Lima, atual presidente da AMMG. Lima admite, ainda assim, a entrada de um acionista, mas vê isso a acontecer apenas a médio prazo.
Apoio público não está em vista
Virgílio Lima afastou o cenário de ajuda pública ao grupo Montepio. “A mutualista Montepio não precisa de fundos do Estado”, disse, numa entrevista ao ECO em maio.
O presidente da AMMG justificou as declarações com os planos de convergência e que prepararam no âmbito do período de transição: “o suporte para esta demonstração são os planos perfeitamente escrutinados do banco, dos seguros e das entidades do grupo, mas em particular estas duas entidades mais relevantes na nossa carteira que são os bancos e os seguros, que, escrutinados pelos seus supervisores, vemos aqui caminho para no horizonte definido, atingir níveis de equilíbrio ajustados à nossa realidade e que não carecem, como nunca aconteceu na nossa história, desse tipo de intervenções”.
A AMMG gere poupanças de cerca de 3.000 milhões de euros de 600 mil associados, mas o balanço mostra um cenário desafiante ao nível da valorização do banco (o principal ativo) e dos ativos por impostos diferidos, na ordem dos 800 milhões, e que estão a mascarar uma situação líquida deficitária.
Salários da administração têm em conta “concorrência do mercado”
Algumas listas defendiam uma frugalidade e redução dos salários e benesses da administração. No entanto, o atual presidente da AMMG defendeu que a política salarial no grupo tem em conta a “concorrência do mercado”.
“Também ao nível das competências de gestão temos de ter essa qualidade. O preço dessa qualidade é o preço do mercado. Naturalmente que isso tem de ser observado. Esses são os critérios”, disse.
Tendo em conta a missão que têm de desempenhar, “têm de se pagar os valores normais do mercado”, nomeadamente “em função do serviço ao cliente, do serviço ao associado e dos resultados globais do grupo que também neste mercado específico das competências de gestão nós temos de ter as condições normais de mercado”, defendeu.
Renovar a oferta mutualista
Virgílio Lima defendeu que é necessário “adequar a resposta” da mutualista. “Os nossos associados precisam de apoios na saúde, na habitação, na velhice, quando o rendimento disponível diminui e as necessidades de apoio aumentam. Queremos criar modalidades que permitam servir os associados, não visando o lucro”, reiterou.
Uma das propostas visa, por exemplo, uma “modalidade para a habitação, em que as pessoas possam ter soluções de habitação com a intervenção da Associação Mutualista num primeiro momento, mas associada a uma modalidade que permita, no final, o associado ficar com a habitação”. “E isto em condições muito vantajosas do ponto de vista de custo para o associado, satisfazendo uma área em que sentimos que há uma necessidade efetiva”, explicou.
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