FMI: Atrasos nos pagamentos dos hospitais vão pressionar despesa em 2017
As dívidas do Estado aos fornecedores dos hospitais aumentaram 93 milhões de euros 2016, algo que preocupa o Fundo Monetário Internacional na sua quinta avaliação.
Os atrasos nos pagamentos dos hospitais aos fornecedores valeram ao Governo português uma crítica do Fundo Monetário Internacional (FMI) na quinta avaliação pós-programa de resgate. O Fundo acredita que estes atrasos não só são nocivos para os privados como poderão aumentar a pressão do lado da despesa em 2017.
No documento que resume as conclusões da avaliação pós-programa do FMI, lê-se que, no campo orçamental, o aumento nos pagamentos em atraso, em especial no setor da saúde, entre janeiro e novembro de 2016 “tem um impacto adverso nos fornecedores privados e irá provavelmente fazer subir as pressões na despesa em 2017”.
Neste documento o Fundo prevê que a despesa pública aumente 0,6% em 2017, exatamente o mesmo desempenho registado em 2016, cuja estimativa representa uma revisão em alta para o dobro face ao avançado na quarta avaliação pós-programa.
Entre janeiro e novembro de 2016, os pagamentos em atraso aumentaram 176 milhões de euros face ao período homólogo, de acordo com os dados revelados em dezembro pela Direção-geral do Orçamento, em especial no caso dos hospitais EPE. O ano de 2016 fechou com 544 milhões em dívida aos fornecedores dos hospitais, o que representa um aumento de 93 milhões face a 2015 — embora os números evidenciem que foi feito um esforço acrescido para saldar dívidas em dezembro, os valores permanecem elevados.
No documento da avaliação pós-programa o FMI destaca as justificações do Governo, que considerou que a larga adesão ao PERES “seria mais do que suficiente para contrabalançar quaisquer pressões adicionais na despesa e também ajudariam a reduzir os atrasos que se acumularam no setor da saúde“.
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