FMI revê em baixa crescimento espanhol de 2021 e 2022
A instituição reduz a previsão para este ano em 1,1 pontos percentuais, de 5,7% (outubro) para 4,6%, e em seis décimas para o próximo ano, de 6,4% para 5,8%.
O Fundo Monetário Internacional baixou esta quarta-feira a previsão de crescimento económico de Espanha para 2021 e 2022, para 4,6 e 5,8% respetivamente, devido às incertezas com a evolução da pandemia de covid-19, entre outros fatores.
Na sua revisão anual da economia espanhola, o FMI reduz a sua previsão para este ano em 1,1 pontos percentuais, de 5,7% (outubro) para 4,6%, e em seis décimas para o próximo ano, de 6,4% para 5,8%.
As novas estimativas estão de acordo com as previsões da Comissão Europeia e do Banco de Espanha, mas muito abaixo da estimativa de crescimento de 6,5% do Governo para este ano.
A atividade económica em Espanha não deverá regressar aos níveis pré-pandémicos antes do final de 2022 ou início de 2023, afirma o Fundo no seu relatório anual do Artigo IV sobre a economia espanhola.
O FMI concorda com as atuais medidas de estímulo e as reformas avançadas por Madrid, mas adverte que o desequilíbrio orçamental nas contas públicas terá de ser revertido a médio prazo. “Espanha terá de reduzir os níveis da dívida para níveis mais prudentes e criar espaço para responder a choques futuros”, afirma o relatório, insinuando que 2023 é o momento de iniciar a consolidação orçamental.
O Fundo recomenda a Espanha que formule os seus planos económicos a médio prazo em breve, “o que aumentaria o consenso social e também a confiança dos investidores”.
O FMI considera que a política orçamental espanhola deve continuar na mesma linha até que a recuperação se concretize, dado que não se espera que a atividade regresse aos níveis pré-pandémicos até ao final do próximo ano ou início de 2023.
Quanto ao défice público, espera que diminua, impulsionado pela recuperação económica e pelos estabilizadores automáticos, bem como pela eliminação gradual das medidas de emergência relacionadas com a pandemia.
A organização recomenda que o Governo espanhol seja “flexível” na manutenção de certas ajudas, mas também que tire partido de qualquer melhoria nas suas contas públicas para poupar para o futuro, caso novos riscos apareçam.
O FMI salienta que, com o tempo, Espanha terá de levar a sua dívida pública – que é de 120% do PIB – a níveis “mais prudentes” e ter espaço para poder enfrentar futuros choques.
Apesar do balanço positivo da melhoria da atividade económica e da “robusta” recuperação do emprego, com destaque também para o sucesso do plano de vacinação e das ajudas públicas para ultrapassar a crise, o FMI alerta para a “elevada incerteza” que a pandemia continua a trazer para a evolução da economia em Espanha.
A organização considera que a nova vaga de infeções aumenta os riscos para as empresas, especialmente se as novas variantes reduzirem a eficácia das vacinas e também sublinha que o ritmo da recuperação económica do país vai depender da magnitude e duração da crise da cadeia de abastecimento.
O FMI pede que as negociações salariais “internalizem” que a natureza da elevada inflação atual é “transitória” e devem evitar “um círculo vicioso de salários mais elevados”.
A organização chefiada por Kristalina Georgieva salienta que a economia espanhola está a recuperar da “profunda recessão” provocada pela pandemia e valoriza a política “oportuna e decisiva” de proteção do emprego e dos rendimentos domésticos.
Sublinha ainda que o número de empresas que beneficiaram de garantias públicas para empréstimos foi o mais elevado da Europa.
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