Mendes Calado assume que deixa a Marinha “não por vontade própria”

  • ECO e Lusa
  • 23 Dezembro 2021

O Chefe do Estado-Maior da Armada, que será substituído por Henrique Gouveia e Melo, diz que não tomaria a decisão de abandonar o leme “depois de tanto resistir ao temporal nos últimos tempos”.

Mendes Calado, Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) exonerado esta quinta-feira, afirma que deixa a Marinha “não por vontade própria”, assegurando que “até ao último momento” manteve a “mão firme no leme” porque é isso que “mares agitados” exigem.

“Foi uma honra ter sido o vosso comandante. Falta-me tempo e palavras para expressar tamanha gratidão. Deixo a Marinha não por vontade própria, pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos”, afirmou Mendes Calado num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha.

De acordo com o CEMA exonerado — que será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo“mares agitados exigem mão firme no leme”, garantindo que foi o que procurou “fazer até ao último momento”.

No mesmo vídeo, Mendes Calado afirma ter sido “uma honra e um privilégio ter liderado e aprendido tanto” com todos os que com ele se cruzaram durante os 47 anos de serviço à Marinha. “Procurei sempre liderar pelo exemplo, de plena dedicação e grande entusiasmo, com a nobre missão de servir Portugal e os portugueses”, afirmou.

Na hora da saída, o CEMA exonerado assegura ter “confiança numa Marinha resiliente, capaz de ultrapassar todos os desafios, focada no horizonte, espreitando o futuro e ajudando a construí-lo com inovação para continuarmos a cumprir Portugal com brio e orgulho, continuando a valorizar as pessoas e a condição militar”.

Marcelo dá posse a Gouveia e Melo no dia 27

Segundo nota do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa, “depois de receber o Senhor Almirante CEMA, e tendo em consideração a que haverá, muito em breve, legislação orgânica sobre o Estado-Maior-General e os três ramos das Forças Armadas — significando um novo ciclo político e funcional –, entendeu ser chegado o tempo de proceder à referida exoneração”.

Desta forma, antecipa-se “alguns meses o termo do segundo mandato”, o que, referia a Presidência da República nessa mesma nota, vai ocorrer “de acordo com disponibilidade manifestada” por Mendes Calado, que vai ser condecorado pelo chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa vai dar posse a Henrique Gouveia e Melo como CEMA na próxima segunda-feira, dia 27 de dezembro, considerando “ser chegado o tempo” de exonerar Mendes Calado do cargo.

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