Aumento de capital da TAP esta semana pode chegar aos 1.736 milhões

Além dos 536 milhões que vai injetar na companhia este ano, o Governo pretende converter já em capital os 1.200 milhões de financiamento de emergência atribuídos em 2020.

No mesmo dia em que a TAP comunicou ao mercado o acordo para a saída de David Neeleman do capital da companhia, foi publicado em Diário da República um empréstimo de emergência do Estado de 1.200 milhões de euros. Estava-se em julho de 2020 e a pandemia tinha deixado toda a frota no chão. Agora, cerca de um ano e meio depois, e já com a luz verde de Bruxelas ao plano de reestruturação, o financiamento vai ser convertido em capital. A intenção do Governo é que seja já esta semana, somando-se ao aumento de capital já previsto.

O empréstimo chegou a ter prevista uma data de reembolso, 1 de setembro, prazo que foi estendido até à próxima sexta-feira, 31 de dezembro. Desde que foi apresentado o plano de reestruturação que a intenção era converter os 1.200 milhões em capital. Segundo apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo, a intenção do Governo é fazê-lo já este ano, dispensando um novo adiamento do prazo.

O que significa que o aumento de capital de 536 milhões na TAP SA para completar o valor previsto para este ano será acompanhado da conversão daquele financiamento em capital, perfazendo um total de 1.736 milhões. Uma vez que a operação é subscrita apenas pelo Tesouro, a TAP SGPS é de tal forma diluída que deixa de ter uma participação na TAP SA. Ou seja, a holding deixa de ter capital da empresa proprietária do negócio da aviação, conforme foi explicado na conferência de imprensa do ministro das Infraestruturas na passada terça-feira.

O plano de reestruturação prevê a injeção de um total de 3,2 mil milhões de euros pelo Estado. Além do financiamento de 1.200 milhões, que será agora convertido em capital, em 2021 terão de entrar 998 milhões de euros na companhia, a que se somam 990 milhões em 2022.

Este ano já foi realizado um primeiro aumento de capital de 462 milhões, que fez entrar na TAP a primeira tranche das compensações pelos prejuízos da covid-19. Como o ECO noticiou e foi confirmado pelo ministro das Finanças, até ao final da semana vão entrar mais 536 milhões do Estado. Parte deste dinheiro será também a título de compensações covid, tendo em conta que foram aprovadas duas novas tranches com um valor global de 178,5 milhões.

Parte do dinheiro previsto para o próximo ano será colocado na transportadora aérea através de um empréstimo com garantia do Estado, no valor de 360 milhões, com maturidade de um ano. No final do prazo, o Estado injeta este valor na TAP, que reembolsa os investidores.

A partir de 2023 não haverá mais dinheiro dos contribuintes na companhia, mas o plano prevê a ida ao mercado para um financiamento com um valor mínimo de 250 milhões de euros.

A Comissão Europeia aprovou na terça-feira o plano de reestruturação da TAP, obrigando, no entanto, a companhia a ceder 18 slots (9 pares de descolagem e aterragem) no aeroporto de Lisboa e a venda das participações na Manutenção & Engenharia Brasil, Cateringpor e Groundforce, que são detidas pela TAP SGPS.

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