Comissões dos principais bancos aumentaram 10,8% até setembro
Por dia, os cinco grandes bancos cobraram em comissões cerca de 5,3 milhões de euros. O BCP foi o banco que mais receitas fez com comissões bancárias.
Os cinco principais bancos que operam em Portugal cobraram 1.453,2 milhões de euros em comissões até setembro, mais 141,4 milhões de euros ou 10,8% face ao mesmo período de 2020, segundo dados compilados pela Lusa.
Por dia, os cinco grandes bancos cobraram em comissões cerca de 5,3 milhões de euros.
O BCP foi o banco que mais receitas fez com comissões bancárias. Entre janeiro e setembro cobrou 376,6 milhões de euros em Portugal, mais 6,8% do que até setembro de 2020.
O comissionamento relacionado com o negócio bancário subiu 5,8% para 318,2 milhões de euros, com o banco a justificar sobretudo com o desempenho das comissões de transferências, comissões de gestão e manutenção de contas e comissões de crédito. As comissões relacionadas com os mercados financeiros cresceram 12,7% para 58,4 milhões de euros.
Já a Caixa Geral de Depósitos (CGD) arrecadou em Portugal 349 milhões de euros, mais 12% face a período homólogo, o que o banco público justifica com comissões relacionadas com nova concessão de crédito, com o aumento das transações com os diversos meios de pagamento, devido à reabertura da economia, e com comissões de fundos de investimento e seguros financeiros.
No Santander Totta, as comissões foram de 315,7 milhões de euros, mais 15% do que o arrecadado no mesmo período de 2020. O banco atribui este aumento ao facto de os seus clientes terem feito mais transações, “num contexto de reanimação económica”, assim como a fundos e seguros.
No Novo Banco foram arrecadados 207,9 milhões de euros, mais 5,8%, o que diz que se deve ao aumento das receitas com meios de pagamento devido a maior volume de transações e de preço e ao crescimento do negócio de seguros e gestão de ativos.
Por fim, o BPI conseguiu em Portugal 204 milhões de euros em comissões, mais 15,7% do que até setembro de 2020.
Segundo o banco, o aumento foi impulsionado pelas comissões bancárias associadas a crédito e a contas, assim como pelas comissões de fundos de investimento e seguros de capitalização e da intermediação de seguros, devido a mais negócio.
Face a setembro de 2019 (antes da crise pandémica), as comissões bancárias aumentaram nos bancos BCP, CGD, Santander e BPI. A exceção é o Novo Banco, em que as comissões cederam comparando setembro de 2021 com setembro de 2019.
As receitas de comissionamento arrecadadas relacionam-se com dois tipos de serviços: serviços mais diretamente relacionados com a banca tradicional (abertura de processos de crédito, aberturas de conta, por exemplo) e serviços relacionados com atividade de mercados financeiros (operações em bolsa, comissões de corretagem, gestão de ativos, por exemplo).
As comissões cobradas têm sido tema de debate nos últimos anos, com os bancos a alterarem precários (passando a cobrar por operações bancárias de rotina, como comissões de manutenção de conta ou transferências de dinheiro) para compensar quedas de receitas noutras rubricas da conta de resultados, desde logo a margem financeira.
Em 2020, o parlamento legislou sobre o tema, isentando e limitando algumas comissões bancárias, o que foi criticado pelos bancos. Os bancos também criticam o facto de, em Portugal, estarem proibidos de cobrarem comissões nos levantamentos em caixas automáticas.
Esta semana foi conhecido que Novo Banco, Santander Totta e BCP têm já programados aumentos de comissões bancárias para 2022 e é expectável que os restantes bancos subam também comissões no próximo ano.
Aliás, os bancos costumam alterar o preçário várias vezes por ano e várias alterações foram feitas já nos últimos meses deste ano.
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