Lucro do Santander Totta sobe 1% para 298,2 milhões em 2021

O Santander Totta lucrou 298,2 milhões de euros em 2021, o que representa uma subida de 1% em relação a 2020. Custo de 165 milhões com saídas de trabalhadores condicionou resultado.

O Santander Totta lucrou 298,2 milhões de euros em 2021, o que representa uma subida de 1% em relação a 2020. O banco dá conta de um custo de 260 milhões de euros relacionado com o plano de saídas de trabalhadores, o que condicionou o resultado registado no ano passado.

“Este foi mais um ano marcado pela pandemia e pelo seu impacto na economia, e foi também um ano em que consolidámos a implementação de um profundo processo de transformação”, refere o CEO Pedro Castro e Almeida.

A margem financeira caiu mais de 7% para 731 milhões de euros, em face da pressão das baixas taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) no negócio da banca. As comissões líquidas compensaram esta queda ao dispararem 14% para 426 milhões de euros – compara com 2020, ano em que a pandemia baixou o número de transações nas lojas, gerando menos comissões para a banca.

Esta evolução permitiu ao banco liderado por Pedro Castro e Almeida a aumentar o produto bancário em quase 3% para 1.318 milhões de euros.

Já os custos operacionais caíram mais de 8%, com os custos com pessoal a recuarem 13% para 282 milhões de euros.

Olhando para o balanço, o crédito a clientes deu um salto de 5,6% para mais de 24 mil milhões de euros, ao passo que o crédito às empresas registou um ligeiro decréscimo de 1,6% para 16,1 mil milhões. O banco explica a diminuição do crédito empresarial com uma “série de vencimentos de operações ocorrida no segmento de grandes empresas”. Ao todo, a carteira de empréstimos somou 1,7% para 43,4 mil milhões.

Por seu turno, os recursos de clientes aumentaram 8,5% para quase 47 mil milhões de euros, com os depósitos a subirem quase 7% para 38,5 mil milhões.

Em relação ao fim das moratórias, o administrador financeiro, Manuel Preto, disse que “não há tema” e que a maioria dos clientes continua a pagar as prestações normalmente ao banco, mostrando-se assim otimista de que o crédito malparado não vai aumentar nos próximos tempos — fechou 2021 com um rácio de NPE (non performing exposures) de 2,3%. Castro e Almeida acrescentou que “não tem tido sinais de grande preocupação”, mesmo no setor do turismo, que já apresenta “um nível de marcações e de preço por quarto acima de 2019, antes da pandemia”.

Governo maioritário é “oportunidade”

No plano político, o CEO do banco considerou que Portugal pode ter uma oportunidade com o Governo maioritário de António Costa, considerando, ainda assim, que “o grau de exigência é muito grande”.

Há uma muito maior liberdade de execução face a um governo minoritário. Não há muitos países na Europa com esta capacidade de autonomia e de decisão como nós temos”, afirmou. Por outro lado, o governo maioritário permitirá atrair talento para o governo, acrescentou. “Há muitas pessoas que não iriam para um governo de combate político. Há pessoas e até independentes que pela perspetiva de um governo a quatro anos e com capacidade para executar um plano, também aí a atração de talento é uma grande vantagem“.

Castro e Almeida falou em três prioridades para o país, sendo a primeira delas a necessidade de continuar a reduzir a dívida pública mantendo uma política de consolidação orçamental.

“Devemos aproveitar os próximos anos de crescimento para continuar a consolidar esta a consolidação orçamental. Se chegarmos daqui a três anos com 115% ou 120% de dívida pública, acho que vamos ter um problema”, pois o BCE vai vai deixar de fazer compras e as taxas de juro vão subir a médio e longo, explicou aos jornalistas.

Castro e Almeida também destacou os fundos comunitários do PT2020, do PT2030 e do PRR. “Temos mais de 60 mil milhões nos próximos anos” e caberá não só ao Estado mas também à sociedade civil aproveitar este dinheiro para aumentar o investimento no país.

Lembrou o “histórico de Portugal” que “não é famoso” em termos de crescimento económico e que estes fundos poderão ajudar a quebrar a história de empobrecimento. “Há 20 anos que crescemos a 0,8% ao ano e, em termos relativos, vamos ficando mais pobres. Claramente temos de apostar muito na modernização e temos muitos fundos para o fazer”, disse.

Castro e Almeida considerou ainda que no plano das reformas estruturais o próximo Governo poderá ter um papel importante em tornar o Estado num agente “facilitador, menos burocrático”.

(Notícia atualizada às 11h10)

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