92% das empresas avaliam implementação de modelo híbrido. Mas quase metade continua sem definir plano de transição
Apesar de a generalidade das organizações estar a planear a transição para o modelo híbrido, cerca de metade continua sem ter definido um plano. Conheça as dicas do ManpowerGroup e do EverestGroup.
Cerca de metade das organizações (51%) espera que mais de 40% dos seus trabalhadores continuem a trabalhar a partir de casa, durante os próximos 18 a 24 meses. E 92% das empresas estão mesmo a avaliar ou a planear a mudança para um modelo híbrido, o regime apontado como o favorito, mas quase metade ainda não tem definido um plano de transição para um modelo híbrido, o que pode determinar o sucesso da sua adoção, revela o “Future of Work Series: Reimagining Workforce and Workplace Mechanisms – Where will work be done?”, do ManpowerGroup Talent Solutions e do EverestGroup. As consultoras juntaram-se para elaborar um roteiro de apoio à implementação de modelos de trabalho híbrido.
“Os modelos de trabalho híbrido, associados a uma estratégia global de atração de talento, permitem às empresas a construção de uma força de trabalho de futuro — distribuída e global — potenciando as suas capacidades de atração de talento e de retenção desse talento”, começa por explicar Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup.
“A implementação desde modelos traz riscos associados, nomeadamente ao nível da cultura de empresa, do compromisso dos colaboradores, da sua produtividade e bem-estar e até mesmo da segurança da informação. Nesse sentido, a transição para estes modelos deve ser alvo de uma análise e planificação criteriosa, com os recursos humanos como elemento fundamental da implementação estratégica e uma abordagem people first ao longo de todo o processo”, continua o líder, em comunicado.
A transição para estes modelos deve ser alvo de uma análise e planificação criteriosa, com os recursos humanos como elemento fundamental da implementação estratégica e uma abordagem ‘people first’ ao longo de todo o processo.
Perante os desafios que esta nova forma de trabalhar traz, a consultora de recursos humanos, juntamente com o EverestGroup, desenvolveu um guia de apoio à transição para modelos de trabalho híbrido e implementação de novas estratégias de atração de talento, independentes da localização física.
Quatro passos para a implementação do modelo híbrido
O roteiro das consultoras está assente em quatro passos fundamentais a adotar pelas organizações: identificar as funções adequadas para desenvolvimento em modo remoto; definir qual será o modelo de trabalho híbrido a adotar e os benefícios esperados; identificar e antecipar potenciais riscos; e formar estruturas de apoio organizacional para gerir esses riscos.
No que respeita à primeira etapa, apesar de se tornar cada vez mais clara a valorização da flexibilidade e produtividade e do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal associados ao trabalho remoto, nem todas as funções se adequam ao modelo híbrido. “Destas são exemplo cargos na área de saúde, indústria, comércio ou hotelaria. Neste sentido, sugere-se às empresas uma análise individual das funções para decidir quais são as mais adequadas para funcionar num modelo remoto e só avançar para um ambiente de trabalho híbrido se um número ótimo de funções puder operar ou evoluir para este modelo”, detalha o ManpowerGroup.
É também necessário que as organizações compreendam o contexto de negócio e as expectativas dos colaboradores, antes de definirem o seu modelo de trabalho. “Cada organização precisa de contextualizar as suas motivações para transitar para um modelo híbrido em termos dos benefícios esperados. Para os empregadores, os benefícios mais comuns incluem a redução das despesas gerais com os escritórios, um acesso ampliado ao talento e a melhoria do desempenho nas métricas Ambientais, Sociais e de Governo Corporativo (ESG).”
A seguinte etapa prende-se com a identificação, antecipação e análise dos riscos, que deve ser feita pelas organizações e lideranças. Apesar das muitas vantagens dos novos modelos de trabalho, existem também potenciais desafios. Mais de metade (55%) dos líderes de RH que participaram no estudo identificaram o envolvimento dos funcionários como sendo o principal desafio, seguido da manutenção da cultura (50%) e da garantia da produtividade e do bem-estar (48%). Já como desafios secundários estão a segurança informática (46%), a proximidade entre equipas e colaboração (43%) e a formação e recrutamento de equipas (40%).
O estudo chama ainda a atenção para a importância da última fase deste processo de transição, relacionado com a criação de estruturas de suporte organizacional que englobem elementos como a liderança, tecnologia, políticas de recursos humanos e infraestrutura física. “Os líderes precisam de estabelecer objetivos em torno de resultados de desempenho, fazer do bem-estar e compromisso dos trabalhadores a principal prioridade, redefinir o papel dos espaços de trabalho físicos e investir em iniciativas de transformação digital, com foco na segurança da informação, mas também em tecnologias e ferramentas de recrutamento e integração de última geração”, alerta o ManpowerGroup.
O relatório “Future of Work series: Reimagining Workforce and Workplace Mechanics: Where Will Work Be Done”, que pode ser acedido na globalidade aqui, envolveu um inquérito a 200 gestores seniores de recursos humanos em várias geografias, setores e dimensões organizacionais.
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