PIB pode crescer 10% no primeiro trimestre, prevê ISEG

Os economistas do ISEG antecipam esta sexta-feira que o PIB poderá registar um crescimento a “rondar 10%” no primeiro trimestre de 2022. Apesar de expressivo, esta variação homóloga tem um efeito base “bastante pronunciado” uma vez que a economia contraiu 5,4%, em termos homólogos, no início de 2021 por causa do segundo confinamento e já tinha contraído também em 2020 (-2,6%).

“Na expectativa de que até ao final do trimestre a crise sanitária tende a melhorar e as restrições de atividade a diminuir, espera-se que, no primeiro trimestre de 2022, a variação em cadeia do PIB trimestral continue positiva, ainda que em desaceleração face ao quarto trimestre de 2021“, lê-se na síntese de conjuntura de janeiro do Grupo de Análise Económica do ISEG, referindo que “a variação homóloga do PIB, com o contributo de um efeito base bastante pronunciado, deverá rondar 10%”.

Os economistas notam que em janeiro a confiança dos consumidores e dos empresários voltou a descer na União Europeia, mantendo a tendência negativa desde novembro. Porém, há países onde já inverteu e em Portugal a evolução foi mista, com queda nos serviços mas positiva noutros setores e entre os consumidores. Mas, “quanto mais não seja por mero efeito base, o crescimento homólogo da economia do primeiro trimestre de 2022 deverá ser substancial“, assumem.

Isto porque o PIB do arranque de 2022 vai comparar com “um dos períodos de menor produção trimestral durante a crise sanitária” por causa do segundo confinamento que vigorou durante a maior parte do primeiro trimestre. “Bastará que o PIB do primeiro trimestre de 2022 seja igual ao do trimestre anterior (ou seja, que se registe uma variação em cadeia nula) para que a variação homóloga do PIB no primeiro trimestre atinja cerca de 9%“, estima o ISEG.

Porém, o mais provável é que o crescimento em cadeia continua a ser positivo, ainda que desacelere face aos 1,6% registados no quarto trimestre, dado o levantamento das restrições de atividade na atual fase da pandemia. Assim, a variação homóloga do PIB no primeiro trimestre de 2022 poderá chegar e até superar os 10%.

A síntese de conjuntura do ISEG de janeiro também se pronuncia sobre os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para 2021 e confirma a análise do ECO de que foi a revisão em alta do PIB do primeiro ao terceiro trimestre que ditou o crescimento de 4,9%, acima das melhores previsões.