Bolsonaro e Putin discutem energia no Kremlin. “Ucrânia pode fazer parte da conversa”, diz ministro brasileiro

"Esta viagem está baseada na cooperação Brasil/Rússia. O tema da Ucrânia não faz parte da agenda, mas poderá entrar nas conversações entre Bolsonaro e Putin", disse o ministro brasileiro em Lisboa.

Num momento em que os Estados Unidos garantem que um ataque russo à Ucrânia pode acontecer “a qualquer momento” e que as motivações são sobretudo devido ao controlo energético na Europa, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o seu homólogo russo Vladimir Putin vão reunir-se esta terça-feira em Moscovo para debater o futuro da cooperação no setor da energia entre os dois países.

A garantia foi dada pelo ministro das Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, que passou por Lisboa, a caminho de Moscovo, onde vai juntar-se a Bolsonaro. Em Portugal, o governante brasileiro reuniu com a Galp e a EDP para mostrar às gigantes nacionais portuguesas as oportunidades de investimento que existem no Brasil na próxima década, sobretudo nas renováveis.

As mesmas oportunidades de investimento serão também apresentadas a Putin, no Kremlin. A única diferença é que o pitch em Moscovo será feito feito ao mais alto nível e em plena contexto de ameaça de invasão russa à Ucrânia, devido à crise energética que se vive na Europa, com os preços do gás a bater os 88 euros por MWh e o barril de petróleo a aproximar-se dos 100 dólares.

“O Brasil tem uma posição de solução pacífica de controvérsias e deixou isso bem claro recentemente no Conselho de Segurança da ONU. Isso não impede que continuemos com a cooperação internacional que já temos com a Rússia, de muitos anos. E continuaremos mantendo essa relação. Esta viagem está baseada na cooperação Brasil/Rússia. Evidentemente que esse tema em relação à Ucrânia não faz parte da Agenda, mas poderá entrar nas conversações entre Bolsonaro e Putin”, disse Bento Albuquerque em resposta ao ECO/Capital Verde.

Mas será este o momento mais indicado para este encontro entre Putin e Bolsonaro?, questionou uma jornalista brasileira.

“Entendemos que é o momento. Somos parceiros da Rússia há muitos anos. Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul formam o BRICS, que reúne anualmente e esta reunião no Kremlin já estava prevista desde 2019. No final de 2021 eu estive na Rússia na semana de energia de Moscovo e pretendo regressar em junho para o Fórum Económico de São Petersburgo”, reforçou o ministro.

E rematou: “A Rússia é um importante parceiro do Brasil. São duas potências energéticas mundiais. Temos uma relação de comércio muito grande com a Rússia e investimento de brasileiros e russos em ambos os países. O objetivo principal desta visita é fortalecer os laços de cooperação económica”.

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