Taxa de desemprego sobe para 6% em janeiro

Janeiro foi sinónimo de um aumento da taxa de desemprego, que se fixou em 6%, mais 0,2 pontos percentuais do que em dezembro. Em termos homólogos, houve, contudo, um recuo.

Depois de em dezembro ter atingido mínimos de 2002, o desemprego agravou-se em 0,2 pontos percentuais (p.p.) e fixou-se em 6%, no primeiro mês do ano. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, verificou-se, ainda assim, um recuo de um ponto percentual face a janeiro de 2021.

A nota publicada pelo gabinete de estatísticas dá conta de que, no arranque de 2022, cerca de 308,6 mil de pessoas estiveram desempregadas em Portugal, mais 5,9 mil do que no mês anterior (o que corresponde a uma subida de 1,9%), mas menos 43 mil do que em janeiro de 2021 (o que equivale a um recuo de 12,2%). Já a taxa de desemprego situou-se em 6%, mais 0,2 p.p. do que no mês precedente, mas menos 1 p.p. do que um ano antes.

Em comunicado, o Ministério do Trabalho fez questão de notar esta taxa de desemprego é “a mais baixa registada em janeiro desde 2002” e que o desemprego está abaixo do nível que tinha sido registado antes do início da pandemia, na medida em que em janeiro de 2020 a taxa tinha ficado em 6,9%.

Em sentido inverso, a população empregada e a taxa de emprego diminuíram em cadeia, mas aumentaram face ao mês homólogo de 2021. Assim, em janeiro, havia 4.875.500 pessoas empregadas em Portugal, menos 17,8 mil do que em dezembro (o que corresponde a uma queda da 0,4%), mas mais 218,5 mil do que em janeiro de 2021 (o que equivale a uma subida de 4,7%). Já a taxa de emprego fixou-se em 63,6%, menos 0,1 p.p. do que no mês anterior, mas mais 2,9 p.p. do que no mês homólogo.

Contas feitas, a população ativa diminui em cadeia 0,2% para 5.184.100 mil pessoas. O INE indica, no entanto, que, em comparação com janeiro de 2021, houve um aumento de 3,5%. “A diminuição [em cadeia] da população ativa resultou da redução da população empregada, em 17,8 mil (0,4%), ter sido superior ao acréscimo da população desempregada, em 5,9 mil (1,9%)”, explica o gabinete de estatísticas. Apesar do recuo em cadeia, a população ativa manteve-se, em janeiro, em máximos de dez anos.

Por outro lado, a população inativa registou um decréscimo tanto em cadeia (0,1%) como em termos homólogos (6,8%) para 2.486.300 pessoas. “A diminuição da população inativa foi explicada pelo decréscimo do número de outros inativos, os que nem estão disponíveis, nem procuram emprego”, detalha o INE.

A nota divulgada esta quarta-feira adianta, além disso, que a taxa subutilização de trabalho situou-se em 11,7%, o que representa uma subida de 0,3 pontos percentuais face a janeiro, mas um recuo de 2,3 pontos percentuais face ao mês homólogo. “Em janeiro de 2022, a subutilização do trabalho abrangeu 625,4 mil pessoas, número superior ao do mês anterior (16,2 mil; 2,7%), mas inferior ao do período homólogo (107,8 mil; 14,7%)”, acrescenta o gabinete de estatísticas.

De notar que a subutilização do trabalho inclui desempregados, subemprego em tempo parcial, inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram um novo posto e inativos que procuram emprego mas não estão disponíveis para começar um novo trabalho.

As primeiras semanas de janeiro ficaram marcadas por um agravamento das restrições associadas à pandemia, por força da escalada de casos alimentada pela variante Ómicron. Ainda assim, a meio desse mês, as medidas foram levantadas, tendo, por exemplo, o teletrabalho passado de obrigatória a recomendado e as discotecas recebido “luz verde” para abrirem portas.

Janeiro é, de resto, tradicionalmente marcado por um agravamento do desemprego, uma vez que nos meses anteriores as comemorações natalícias tendem a gerar oportunidades de trabalho, que no início do ano deixam de estar disponíveis.

(Notícia atualizada às 14h52 com reação do Ministério do Trabalho)

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