Gás natural sobe 21% para 199,99 euros/MWh, um novo recorde
Um dia depois de ter batido um recorde de 195 euros/MWh, o preço do gás natural voltou a tocar um novo máximo de sempre: 199,99 euros/MWh.
O preço do gás natural continua a subir nos mercados internacionais, à medida que se intensificam os ataques na Ucrânia e em linha com a escalada dos preços do petróleo. Depois de alcançar um recorde de 195 euros/MWh esta quarta-feira, aliviando de seguida, o preço do gás natural tocou um novo máximo de sempre esta quinta-feira, disparando 20,8% para 199,99 euros/MWh.
Em causa estão os futuros de referência Dutch TTF Gas para entrega em abril, que ganharam um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa. Este desempenho acontece depois de um recorde esta quarta-feira, quando os preços dispararam 55% face à sessão anterior.
Esta cotação supera, assim, o pico que foi observado em dezembro (180 euros/MWh), na altura devido ao frio, que levou a um maior consumo de gás. Entretanto, os futuros aliviaram, negociando a 160,085 euros/MWh.
Futuros do gás natural TTL
Os sucessivos ataques da Rússia na Ucrânia — que assinalam esta quinta-feira uma semana –, as dezenas de novas sanções que continuam a ser impostas à Rússia e ainda a proibição de navios russos nos portos do Reino Unido estão a contribuir para a subida dos preços dos gás. Além disso, a nova lei alemã que prevê quantidades mínimas de armazenamento de gás natural também está a dar uma ajuda extra para esta escalada de preços.
É este o cenário, que deverá agravar-se. A situação geopolítica altamente imprevisível e o risco de agravamento da guerra e de novas sanções dão força a uma subida ainda maior dos preços, sublinha a Reuters. Além disso, os investidores temem que a Rússia use o gás natural como arma de pressão à Europa, dado que é o principal fornecedor de gás aos europeus.
Desde que a Rússia, o principal exportador de gás natural da Europa, atacou militarmente a Ucrânia, na passada quinta-feira, o preço do gás natural tem subido de forma acentuada. Nesse dia, o gás natural registou um aumento de 30%.
Mas os preços do gás natural já estavam a subir mesmo antes da guerra na Europa. A menor geração eólica, o aumento do custo das licenças de CO2, a seca severa que se vive em Portugal e a menor produção hídrica (derivada da decisão do Governo de suspender a geração em várias barragens) são alguns dos elementos que têm levado à subida das importações de gás natural, usado pelas centrais de ciclo combinado.
Face a isto, o ministro do Ambiente anunciou que “está em avaliação a criação de uma linha de crédito” para os setores mais afetados pela subida dos preços do gás, nomeadamente o vidro, cerâmica e têxtil. Em Portugal, ao contrário de outros países europeus, o gás natural não é muito usado para o aquecimento pelos portugueses, sendo sobretudo usado na indústria e na produção de eletricidade.
Os ataques da Rússia à Ucrânia estão ainda a puxar pelos preços do petróleo. O barril de Brent está a subir 1,79% para 114,84 dólares, mas nesta sessão o preço chegou já aos 118,2 dólares, um máximo de fevereiro de 2012. Em simultâneo, os futuros do WTI em Nova Iorque valorizam 2,17% para 113,01 dólares, um preço que já não era visto desde abril de 2008.
(Notícia atualizada às 11h15 com novo recorde do preço do gás)
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