Novobanco “vira a página” dos prejuízos e obtém lucro inédito de 184,5 milhões

António Ramalho já tinha prometido virar a página dos prejuízos e aí está: Novobanco obtém primeiros lucros anuais da sua história, de 184,5 milhões. Mas não se livra da polémica, ainda assim.

Após prejuízos acumulados de 8,4 mil milhões de euros desde a resolução do BES, em agosto de 2014, o Novobanco alcançou finalmente a luz ao fundo do túnel ao registar um lucro inédito de 184,5 milhões de euros no ano passado, confirmando assim o “virar de página” que tinha sido prometido pelo seu CEO, António Ramalho.

Este resultado positivo compara com as perdas de 1.329 milhões de euros em 2020, mas não evita, contudo, um novo pedido (polémico) no valor de 209,2 milhões de euros que o Fundo de Resolução insiste em não ver razões para pagar.

Já se perspetivava um ano de lucros para a instituição financeira, conforme os sinais que iam sendo dados por António Ramalho ao longo do ano passado, e que foram sendo confirmados trimestre após trimestre.

O banco justifica os primeiros resultados positivos da sua história de oito anos com a melhoria dos resultados operacionais do banco (com contributo de 377,7 milhões), um menor nível de imparidades e provisões (redução significativa de 70,4% para 352 milhões) e pelo registo em 2020 da perda de 300,2 milhões na reavaliação dos fundos de reestruturação.

Resultado operacional quadruplica desde 2016

Na conferência de imprensa, António Ramalho adiantou que os resultados confirmam a conclusão do plano de reestruturação iniciado em 2016 e conferem “uma rendibilidade promissora” para o futuro do banco. Lembrou que será a última vez que a apresentação dos resultados tem lugar na Avenida de Liberdade, pois o banco está a mudar-se para o Tagus Park.

Ramalho destacou o resultado operacional central (soma da margem financeira com as comissões, retirando os custos), que atingiu os 477,7 milhões de euros, uma subida de 13% em relação a 2020. “Mas este número deve ser comparado com início de reestruturação, em dezembro de 2016, que era de 117 milhões. Isto significa que o banco, neste período, quadruplicou o resultado central da sua atividade“, disse.

A margem financeira subiu 3,3% para 573,4 milhões de euros, contrariando a pressão do BCE, enquanto as comissões aumentaram 3,9% para 282,5 milhões.

O banco fala em “modelo de negócio sólido” com o crédito a clientes estável nos 23,7 mil milhões de euros e com os depósitos de clientes a subirem 4,7% para 27,3 mil milhões.

Outros indicadores importantes: o rácio de malparado caiu de 8,9% para 5,7% no final do ano passado, na sequência do processo de reestruturação que o banco vem implementando há anos, tendo ficado acima, ainda assim, da fasquia “mágica” de 5%; o rácio de capital CET1 fechou nos 11,1%, razão pela qual o banco pede mais 209,2 milhões ao Fundo de Resolução para atingir os 12%; a rentabilidade do capital tangível antes de impostos (RoTE pre-tax) subiu para 8,8%.

(Notícia atualizada às 19h30)

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