TAP reforça operação no verão e vai reintegrar mais de 100 tripulantes

A visita da CEO da TAP à Bolsa de Turismo de Lisboa, na FIL, não trouxe apenas uma má notícia: o aumento do preço das passagens aéreas. Também teve boas. A companhia vai reforçar a capacidade no verão, retomar todas as rotas e contratar. Mais de 100 tripulantes de cabine que saíram nos programas de rescisão vão poder voltar a voar.

A TAP vai repor cerca de 90% da capacidade que oferecia antes da pandemia no verão IATA, que começa a 27 de Março. O número significa uma melhoria em relação ao inverno IATA, quando a TAP esteve a voar a cerca de 80% da capacidade de 2019. E uma diferença substancial face ao verão passado, quando o chamado ASK (Available Seat Kilometer) rondou os 50%.

Este reforço levou já a companhia a suspender a redução de horário dos tripulantes e a anunciar a intenção de reintegrar trabalhadores que foram abrangidos pelo programa de saídas em 2020 e 2021. Christine Ourmières-Widener prevê contratar acima de 100 tripulantes, embora o número final dependa de como vai evoluir o mercado nos próximos meses.

“Ainda estamos a trabalhar nos números, mas já estamos acima de 100. O próximo passo vai depender da evolução da procura, devido à incerteza da guerra. Se a procura estabilizar podem ser mais”, disse a CEO.

A presença na BTL, na semana em que a companhia celebra 77 anos, serviu também para anunciar que vai repor todas as rotas que operava antes da pandemia, a partir do final de março, com 1.230 voos semanais para 7 aeroportos em Portugal, 12 na América do Sul e Central, 20 para África e Médio Oriente e 44 para a Europa. Um dos exemplos é o regresso da rota para Porto Alegre, a partir de Lisboa.

O reforço estende-se às pontes aéreas. Depois da ligação entre Lisboa e Porto, e Lisboa e Funchal, vai crescer a frequência de voos na ligação entre a capital portuguesa e a espanhola.

A cerimónia de aniversário na BTL contou também com a presença do ministro da Economia, que destacou o serviço da TAP à economia e ao país, sendo a sua “principal âncora de conectividade” ao exterior. Falou também sobre o futuro. “Novas atribulações se apresentam, devido à guerra, que tem impacto no preço dos combustíveis e possivelmente na procura”, afirmou Pedro Siza Vieira. Mostrou, no entanto, confiança nas “condições da TAP para devolver o investimento feito pelo Estado” na companhia.