Preço de cabaz de bens essenciais dispara mais de 8 euros no primeiro mês da guerra

No primeiro mês de guerra, o preço de um cabaz de produtos essenciais encareceu mais de oito euros, totalizando os 192,28 euros, de acordo com o balanço realizado pela Deco Proteste.

No espaço de um mês, o preço de um cabaz de produtos essenciais disparou mais de oito euros, o que representa uma subida de 4,71%, face ao mês homólogo, para 192,28 euros, segundo as contas realizadas pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO).

A invasão russa à Ucrânia veio acelerar ainda mais a subida de preços da energia. Em conjunto com os preços altos das matérias-primas e a seca, a conjuntura tem vindo a passar a fatura às famílias portuguesas na hora de ir ao supermercado.

Um cabaz de produtos alimentares essenciais custava a 23 de março mais 8,65 euros (+4,71%) do que há um mês, a 23 de fevereiro, passando de 183,63 euros para 192,28 euros“, adianta a associação, com base na monitorização feita a 63 produtos alimentares essenciais, que incluem o peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Evolução do preço de um cabaz de produtos alimentares essenciais entre 23 de fevereiro de 2022 e 23 de março de 2022Fonte: DECO

Durante o período analisado, o maior aumento semanal verificou-se entre 9 e 16 de março. Nessa semana, o mesmo cabaz encareceu 7,94 euros, passando a custar 191,58 euros, face aos 183,64 euros estimados a 9 de março. Já na semana subsequente, de 16 a 23 de março, a diferença é menos significativa, tendo o cabaz de produtos essenciais encarecido apenas 70 cêntimos para 192,28 euros.

Entre os produtos que sofreram a maior variação de preço, entre 16 e 23 de março, a DECO destaca “a laranja (+20%), a pescada (+15%), a polpa de tomate (+11%), o tomate (+10%), os cereais integrais de pequeno-almoço (+10%) e o atum em posta em óleo vegetal (+9%)”.

A Deco Proteste justifica o aumento de preços com o facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, sinalizando que os cereais representam “apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%)”. Recorde-se que a Rússia e a Ucrânia são dois dos maiores fornecedores mundiais de cereais. Além disso, a associação sublinha que atualmente a autossuficiência de cereais em Portugal “não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo”, o que obriga o país a “importar cerca de 80% dos cereais que consome”.

As consequências deste aumento de preços já são sentidas em Portugal e levaram o Governo a avançar com um conjunto de novas medidas para mitigar o impacto da guerra. Entre as medidas anunciadas está um apoio de 60 euros para as famílias carenciadas para as ajudar a comprar bens alimentares. Esta medida entra em vigor em abril e deverá custar 45,73 milhões de euros aos cofres do Estado.

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