Juros da dívida aceleram e já superam pico da pandemia a 10 anos
Taxa portuguesa a dez anos aproxima-se de 1,5% e já ultrapassou o pico da pandemia. Juros dos outros países da Zona Euro também estão à alta, incluindo Espanha e Alemanha, com escalada da inflação.
Os juros da dívida dos Governos da Zona Euro voltam a subir esta quarta-feira. No caso das obrigações portuguesas, as taxas a dez anos superam os 1,4% pela primeira vez em três anos, o que significa que já ultrapassaram o pico atingido no início da pandemia em março de 2020.
A yield dos títulos portugueses a dez anos avança para 1,478%, que é o valor mais elevado em três anos – é preciso recuar a março de 2019 para se observar uma taxa mais alta. Contas feitas, já soma quase 1 ponto percentual desde o início do ano.
Fonte: Reuters
O mesmo se passa nos outros prazos da dívida portuguesa, com a taxa a cinco anos a subir para 0,662%, um máximo desde abril de 2020, e também nos juros da dívida dos outros países da moeda única, incluindo Espanha e Alemanha, depois de conhecidos dados sobre a inflação durante a manhã, que aumentam as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) comece a subir os seus juros mais cedo.
A taxa espanhola a dez anos sob para máximos desde novembro de 2018, nos 1,539%, depois de se saber que a inflação no país disparou para 9,8% em março. Já Itália atinge um máximo desde março de 2020, nos 2,172%.
No que diz respeito à dívida da Alemanha, que é a referência para os investidores, a taxa associada aos títulos a dez anos saltou para os 0,682%, um nível que já não atingia há mais de quatro anos. Os juros alemães estão sob pressão em vários prazos, incluindo a dois anos, que esta terça-feira voltaram a terreno positivo pela primeira vez desde 2014. Dados de cinco estados sugerem que a inflação no país tenha ficado acima de 7% em março.
“Temos grandes números da inflação na Espanha e em algumas partes da Alemanha, que é algo que as pessoas não estavam a prever há dois ou três meses. É difícil prever coisas no curto prazo e é por isso que temos pânico nas yields e é difícil de ver onde as taxas vão parar”, admite Ludovic Colin, da Vontobel, citado pela agência Reuters.
Já na véspera os juros da dívida tinham dado um salto na sequência dos sinais positivos das negociações entre a Ucrânia e a Rússia. O Kremlin prometeu reduzir drasticamente as suas operações militares em torno de Kiev e da cidade ucraniana de Chernihiv, enquanto a Ucrânia propôs um estatuto neutro com garantias internacionais para proteger o país de ataques.
Embora nenhum acordo tenha sido assinado, e haja dúvidas sobre as pretensões de Moscovo com esta promessa, foi o primeiro sinal até agora de progresso nas conversações entre Kiev e Moscovo.
(Notícia atualizada às 14h38)
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