Descida dos combustíveis voltou a ficar aquém das expectativas do Governo
De acordo com dados da DGEG, o gasóleo simples apenas desceu em média 6,8 cêntimos (e não 12) e a gasolina simples 95 desceu 3,8 cêntimos, muito próximo dos quatro cêntimos estimados.
Esta semana os portugueses sentiram um alívio no preço dos combustíveis. Mas a descida voltou a não ser tão acentuada como o Executivo antecipava. Na sexta-feira, quando o Governo decidiu voltar a não mexer no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, a expectativa era de que o gasóleo ficasse 12 cêntimos mais barato e a gasolina quatro cêntimos.
De acordo com os dados da Direção Geral de Energia e Geologia, o gasóleo simples apenas desceu em média 6,8 cêntimos (e não 12) e a gasolina simples 95 desceu 3,8 cêntimos, muito próximo dos quatro cêntimos estimados.
Assim, embora as contas do Governo apontassem para o diesel a custar esta semana 1,983 euros por litro e a gasolina 2,023 euros, assumindo os preços médios em Portugal Continental, esta segunda-feira, o gasóleo simples custava, em média, 1,927 euros por litro e a gasolina fixava-se nos 1,989 euros por litro, voltando assim a valores inferiores a dois euros.
Este desfasamento de preços entre os cálculos do Executivo, que tem tentado ajustar o ISP às subidas de receita do IVA decorrente do aumento dos preços dos combustíveis — foi criada uma fórmula que visava a neutralidade fiscal entre estes dois impostos, embora não esteja a ser seguida à risca, numa tentativa de beneficiar os consumidores — não é inédito.
A semana passada, quando houve uma subida tanto do gasóleo como da gasolina, o combustível mais usado pelos portugueses não aumentou tanto como se antecipava, mas a gasolina aumentou mais. Já na semana anterior, a primeira de descida dos preços após meses consecutivos de subidas, a descida dos preços nas bombas não foi tão significativa como o Governo antecipava. Imediatamente houve suspeitas de que as petrolíferas poderiam estar a aproveitar para aumentar as suas margens, algo que a principal petrolífera rejeitou na altura e que reiterou esta terça-feira.
A Galp garantiu ao ECO que “repercutiu integralmente a diferença entre as cotações médias do gasóleo e da gasolina da semana passada face às da semana anterior, como faz todas as semanas, tanto em períodos de subida como de descida das cotações”. “A Galp calcula estas médias com base no fecho das cotações Platts de sexta-feira, em euros, acrescidas do sobrecusto da incorporação obrigatória de biodiesel”, acrescentou fonte oficial da empresa.
A cotação do brent voltou a subir esta terça-feira, tendo ao início da manhã roçado os 110 dólares por barril, mas agora segue nos 108 dólares. O anúncio de que a União Europeia vai avançar com novas sanções à Rússia impede que o ouro negro desvalorize mais tendo em conta os receios gerados pelos 26 milhões de pessoas em quarentena em Xangai, esta terça-feira, depois de terem registado mais de 13 mil testes positivos à Covid-19, é o facto de os EUA e os membros da Agência Internacional de Energia terem anunciado, a semana passada, a libertação de barris que estão na reserva estratégica.
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