Incêndios: Governo aprova isenção de segurança social e apoios ao emprego

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

O Governo aprovou um regime "excecional e temporário" de isenção de contribuições para a segurança social e incentivos financeiros à manutenção de emprego para empresas afetadas pelos incêndios.

O Governo aprovou um regime “excecional e temporário” de isenção de contribuições para a segurança social para empresas afetadas pelos incêndios, de acordo com o decreto-lei que define os apoios, que prevê também incentivos financeiros à manutenção de emprego.

De acordo com o decreto-lei que estabelece medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios de setembro, publicado no Diário da República ao final do dia de sexta-feira, “o regime excecional e temporário de isenção, total ou parcial, do pagamento de contribuições à segurança social”, não é “cumulável com outras medidas extraordinárias que assegurem o mesmo fim”.

Prevê-se a “isenção total de contribuições para a Segurança Social, durante um período de seis meses, prorrogável até ao máximo de igual período, mediante avaliação, para as empresas e trabalhadores independentes cuja atividade tenha sido diretamente afetada pelos incêndios”, assim como a “isenção parcial de 50 % da taxa contributiva a cargo do empregador durante um período de três anos para as empresas que contratem trabalhadores em situação de desemprego diretamente causado pelos incêndios”.

O diploma determina também um apoio financeiro extraordinário às empresas para manutenção dos postos de trabalho, “pelo período de três meses, com possibilidade de prorrogação, mediante avaliação pelos serviços de segurança social”, e que se destina apenas ao pagamento dos salários dos trabalhadores, até um montante máximo de dois salários mínimos, a que acresce subsídios de alimentação e transporte.

É também concedido um apoio financeiro aos trabalhadores independentes, igualmente por três meses, prorrogáveis, desde que a atividade tenha sido diretamente afetada pelos fogos.

O diploma determina ainda o reforço de acesso a cuidados de saúde aos afetados pelos incêndios, nomeadamente a centros de saúde e consultas de medicina interna, pneumologia e saúde mental, um reforço de acesso garantido também a “profissionais das forças e serviços de segurança, bombeiros, proteção civil ou de outras entidades envolvidas no combate aos incêndios e ao socorro e auxílio às populações”.

No Conselho de Ministros de quinta-feira, o Governo aprovou e apresentou um pacote de medidas de apoios às áreas e populações afetadas pelos grandes incêndios que atingiram as regiões Centro e Norte, entre as quais financiamento para reconstrução de primeiras habitações, comparticipada a 100% em valores até aos 150 mil euros, e uma linha de apoio à tesouraria e reconstrução de fábricas.

Aprovou também apoios diretos aos agricultores que podem chegar aos seis mil euros para compensar prejuízos agrícolas.

Determinou-se também que até ao final do ano deve ficar concluído um plano de ação para a floresta, com o objetivo de “dar valor” ao setor e prevenir incêndios rurais.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios da passada semana. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.

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Unicredit+Commerzbank: um potencial campeão europeu em 5 gráficos

Quão grande será o campeão europeu da banca europeia? Estes cinco gráficos ajudam a perceber o que está em causa no mega negócio entre Unicredit e Commerzbank.

A fusão entre o Unicredit e o Commerzbank dará lugar a um campeão europeu. Mas quão grande será o novo banco? Estes cinco gráficos ajudam a perceber o que está em causa no negócio que os italianos forçam, mas os alemães não gostam.

Lucros de mais de 12 mil milhões

Depois do impacto da pandemia, que causou fortes prejuízos aos bancos em 2020, seguiu-se um período de bonança para o setor por conta da subida das taxas de juro.

E tanto o Unicredit como o Commerzbank estão a surfar a onda: o banco italiano fechou 2023 com lucros de 9,5 mil milhões de euros, e o banco alemão lucrou mais de 2,2 mil milhões. Juntos, o campeão europeu gerou lucros de 12 mil milhões no ano passado.

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Depósitos superam os 900 mil milhões

Unicredit e Commerzbank têm vindo a registar trajetórias divergentes no que toca à base de depósitos de clientes: os italianos observam uma descida desde a pandemia e gerem poupanças de 500 mil milhões de euros; pelo contrário, os depósitos no banco alemão estão a aumentar e atingiram os 410 mil milhões no final do ano passado.

Combinando ambos os negócios, o campeão europeu irá gerir mais de 900 mil milhões de euros em poupanças de famílias e empresas europeias.

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Empréstimos de mais de 760 mil milhões

Grosso modo, o Unicredit é um banco maior do que o Commerzbank, não só em resultados, depósitos, mas também no que diz respeito à carteira de empréstimos que, em caso de aliança, somará mais de 760 mil milhões de euros, dos quais praticamente 500 mil milhões pertencem aos italianos.

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Um campeão com mais de 100 mil trabalhadores

Os dois bancos estão a reduzir os postos de trabalho nos últimos anos. Um dos receios com a fusão seria exatamente o impacto ao nível do emprego, que iria acentuar a tendência de saídas de trabalhadores. O campeão europeu teria quase 110 mil trabalhadores – se sem contar com a eventual reestruturação que terá lugar em caso de fusão.

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Italianos superam alemães na bolsa

Os dois bancos estão a valorizar na bolsa desde a pandemia, à boleia dos bons resultados. Mas o Unicredit consegue um melhor desempenho que o rival a partir de meados de 2022. Cada ação do banco italiano vale agora quase 40 euros, conferindo-lhe uma capitalização bolsista superior a 60 mil milhões. Já o Commerzbank, a cotar na casa dos 16 euros, tem um valor de mercado que não chega aos 20 mil milhões. Isto ajuda a perceber o avanço italiano sobre os alemães.

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GNR deteta 12 crimes em mais de 200 fiscalizações à poluição dos solos e água

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

A GNR detetou 12 crimes de poluição e elaborou 225 autos de contraordenação em 205 ações realizadas este ano no âmbito da fiscalização da poluição dos solos e recursos hídricos.

A GNR detetou 12 crimes de poluição e elaborou 225 autos de contraordenação em 205 ações realizadas este ano no âmbito da fiscalização da poluição dos solos e recursos hídricos, foi anunciado este sábado.

Em comunicado, a GNR diz ter recebido um total de 1.174 denúncias sobre poluição entre 1 de janeiro e 27 de setembro deste ano, 463 das quais relacionadas com poluição da água e 711 com poluição do solo.

As principais fontes de poluição detetadas estão relacionadas com descargas inadequadas decorrentes da atividade fabril, estações de tratamento de águas residuais com baixos níveis de monitorização e aplicação excessiva de químicos (fertilizantes e fitofármacos) nos solos, entre outros.

Na totalidade do ano 2023, as denúncias recebidas pela GNR ascenderam a 1.276 (500 relacionadas com poluição da água e 776 com poluição do solo), tendo sido efetuadas 272 ações de fiscalização, que resultaram em 307 contraordenações e 24 crimes detetados.

As ações de fiscalização têm sido realizadas através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), procurando identificar “fontes emissoras de poluição que afetam os solos e recursos hídricos” e assegurar “a investigação dos processos para identificação dos potenciais responsáveis”.

Segundo a GNR, a poluição dos solos e recursos hídricos “acarreta severas consequências, entre as quais se destacam a degradação da qualidade da água potável, a alteração de ecossistemas, com possível extinção de espécies, e a introdução de poluentes na cadeia alimentar”, o que põe em risco a segurança alimentar e contribui para o empobrecimento dos solos, que deixa de ter valor para produção.

Tem ainda como consequência a libertação de mais gases nocivos para a atmosfera, “incrementando alterações climáticas”.

“A frequência de situações de seca meteorológica e empobrecimento dos solos que se tem verificado em Portugal nas últimas décadas, com a possibilidade de poderem vir a ser agravadas com o efeito das alterações climáticas, implica um aumento do risco e da vulnerabilidade a estes fenómenos”, alerta.

A redução do potencial produtivo dos solos, das disponibilidades hídricas e, consequentemente, dos usos existentes, com particular incidência no setor agrícola e ao nível económico e social são alguns dos riscos apontados.

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China isenta de visto mais quatro países europeus mas Portugal continua ausente

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

A China alarga isenção de vistos para cidadãos da Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

A China vai alargar a política de isenção de vistos para cidadãos de mais quatro países europeus – Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

O alargamento surge depois de, no início do mês, Pequim ter incluído a Noruega na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto.

Os anúncios deste mês significam que no total 16 países europeus beneficiam agora da medida de Pequim, que está a tentar estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, abalados pela pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral.

Em março, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus: Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo.

Portugal, no entanto, continua ausente.

Nos últimos meses, o país asiático adotou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais.

Os serviços de pagamento eletrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.

Os estrangeiros que visitaram a China no primeiro semestre de 2024 mais do que duplicaram para 14,64 milhões, o equivalente a uma subida de 152,7% em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados da Administração Nacional de Imigração do país asiático revelaram que as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, representando 58% das viagens e um aumento de 190% em relação ao ano anterior.

No entanto, o número de estrangeiros continua aquém dos registos pré-pandemia, quando a China era visitada por cerca de 15 milhões de visitantes por ano.

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ECO Quiz. 15.º mês sem IRS, ouro e inflação

  • Tiago Lopes
  • 28 Setembro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

A discussão em torno de um eventual chumbo do Orçamento do Estado marcou grande parte da semana. Na última sexta-feira, Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, participou na Cimeira do Turismo, em Mafra, onde adiantou que “a inflação desceu mais depressa do que subiu, demorou muito tempo a subir, foram muitos choques sucessivos que fizeram subir a taxa de inflação para mais de 10%”. Outro dos temas que esteve em destaque durante esta semana foi a notícia que dá conta de mais um sinal da recuperação do mercado de crédito à habitação.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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‘Cartel da banca’ no crédito à habitação agrava infração – sentença

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

O Tribunal da Concorrência considera que o facto de os bancos terem feito conluio no crédito à habitação tornou especialmente graves as infrações por este ser um mercado crítico.

O Tribunal da Concorrência considera que o facto de os bancos terem feito conluio no crédito à habitação tornou especialmente graves as infrações por este ser um mercado crítico dada a importância histórica e cultural deste empréstimo em Portugal.

Na semana passada, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão confirmou as coimas de 225 milhões de euros aos 11 bancos que recorreram das coimas aplicadas pela Autoridade da Concorrência (AdC), em 2019, no processo conhecido por ‘cartel da banca’.

O tribunal decidiu que houve “conluio” na troca de informações sobre créditos (‘spreads’ e montantes concedidos) que “alinharam práticas comerciais” e falsearam a concorrência.

As maiores multas foram para Caixa Geral de Depósitos (82 milhões de euros), BCP (60 milhões), Santander Totta (35,65 milhões), BPI (30 milhões) e Montepio (13 milhões).

Na sentença de mais de 2.000 páginas, a que a Lusa teve acesso, constam centenas de ‘emails’ trocados entre funcionários dos bancos, com autorização das chefias, até administradores, com grelhas com taxas de juro praticadas, bonificações, comissões, volumes mensais concedidos. Falavam ainda que precisavam de se alinhar com a concorrência e há ‘emails’ de uns bancos a pressionarem outros a participar no intercâmbio de informações.

Segundo a juíza Mariana Gomes Machado, que julgou este processo, a “elevada gravidade” das infrações “decorre, particularmente, da natureza dos segmentos da atividade bancária em que isso sucedeu, de que se destaca o crédito à habitação”, por ser um mercado muito sensível para os cidadãos pois é geralmente por essa via conseguem casa própria.

O tribunal destaca a importância do crédito à habitação em Portugal por “razões históricas e culturais” (70% da riqueza das famílias é habitação), e dos preços elevados das casas, para considerar que a prática dos bancos lesou os direitos dos consumidores “num setor crítico no país”.

Considera ainda que sendo já conhecido que as pessoas singulares têm dificuldades em estabelecer negociações efetivas com uma empresa, pela desproporção de poder, tal ficou ainda mais limitado quando do outro lado estavam bancos cujas práticas levaram “inexistência de efetiva concorrência”.

Além disso, acrescenta, sendo o crédito à habitação um produto âncora dos bancos tal tem efeitos noutros segmentos, pois atrás desses empréstimos os clientes subscrevem muitos outros produtos financeiros (contas de depósito, seguros, cartões).

No julgamento do recurso dos bancos multados em 2019 pela Autoridade da Concorrência, que começou em outubro de 2021 (foi interrompido em 2022 para esclarecimento do Tribunal de Justiça da União Europeia que só chegou em julho de 2024), foram ouvidas muitas testemunhas, designadamente funcionários dos bancos envolvidos na troca de informações.

A sentença explica o testemunho de um bancário que, em tribunal, recordou que “fez uma vez uma proposta quanto ao ‘spread’ e que a mesma foi rejeitada pela administração com base na informação de que os concorrentes estavam a fazer ajustes no sentido do agravamento do preço, pelo que teriam que acompanhar”.

No julgamento, a defesa dos bancos tentou demonstrar que a informação partilhada era, sobretudo, informação pública e acessível. Na última sessão antes da sentença, o advogado do Santander defendeu que as trocas de informações eram “esporádicas” e, sobretudo, “de antigos colegas que queria poupar trabalho uns aos outros”, para que não tivessem de ir a simuladores e ‘sites’ buscar dados.

Já o tribunal decidiu que a troca era regular e que não se provou que a informação trocada o fosse efetivamente pública ou que o viesse a ser nos moldes trocados. Decidiu ainda que a troca de informação não era só entre funcionários de diferentes bancos, mas organizada.

“A recorrida CGD recebia aquela informação da recorrida Montepio, aditava os seus dados e remetia a sua informação e da recorrida Montepio ao recorrente BPI”, lê-se na sentença.

Os bancos sancionados já anunciaram maioritariamente que vão recorrer (por considerarem que não praticaram infrações lesivas da concorrência e que há prazos prescritos), tendo até à segunda semana de outubro para o fazer.

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Prestação da casa cai mais de 100 euros em outubro

Encargos com o empréstimo à habitação vão voltar a aliviar no próximo mês. E a tendência é que a prestação mensal continue a cair perante a perspetiva de cortes de juros do BCE.

Outubro traz boas notícias para quem está a pagar o empréstimo da casa ao banco. A prestação mensal deverá recuar até 100 euros nos contratos cujas condições vão ser revistas no próximo mês, de acordo com as simulações do ECO para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos.

A forte descida dos encargos com o crédito à habitação resulta essencialmente da queda das taxas Euribor ao longo do mês de setembro e nos meses anteriores.

As Euribor – que servem de base para o cálculo da prestação da maioria dos empréstimos da casa em Portugal — estão em queda há vários meses por conta do alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que ainda há três semanas cortou as taxas oficiais pela segunda vez no espaço de três meses.

A expectativa é de que as taxas continuem a cair nos próximos meses tendo em conta que a pressão inflacionista baixou consideravelmente. O que levou o governador do Banco de Portugal a dar como vencida a batalha contra a inflação. “Fizemos um sacrifício muito grande para vencê-la. (…) A inflação está em torno dos 2%, que é onde queremos onde esteja”, frisou esta sexta-feira Mário Centeno, abrindo a porta a mais cortes das taxas do BCE no futuro próximo – a próxima reunião acontece a 17 de outubro.

Fonte: Reuters

Quanto vou pagar a menos?

Para o bolso das famílias portuguesas, depois do forte aperto nos últimos dois anos, a perspetiva adivinha-se agora mais positiva. A prestação está a cair há vários meses. E em outubro terá nova queda.

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas para outubro são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 754,78 euros, menos 25,43 euros (-3,26%) relativamente à prestação que pagava desde julho;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 739,23 euros, uma descida de 56,4 euros (-7,09%) em relação à prestação que pagava desde abril;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 711,46 euros, menos 107,49 euros (-13,13%) face à prestação que pagou no último ano

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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Voos noturnos já causaram multas de 6 milhões a companhias aéreas

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

ANAC reconhece “tendência crescente” para incumprimento das regras dos voos noturnos, só nos primeiros meses deste ano foram instaurados 57 processos a 10 companhias aéreas.

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) reconhece uma “tendência crescente dos incumprimentos” das regras sobre voos noturnos nos aeroportos portugueses, tendo aplicado coimas de quase seis milhões de euros só no primeiro semestre deste ano.

Em resposta à Lusa, a ANAC adianta que instaurou, até julho deste ano, 75 processos de contraordenação contra dez transportadoras aéreas.

Simultaneamente, no mesmo período, a reguladora aérea deu por concluídos 143 processos de contraordenação – que dizem respeito a infrações praticadas em anos anteriores –, que resultaram na aplicação de coimas no montante global de 5.998.400 euros.

As companhias aéreas em causa realizaram voos noturnos ou aterraram ou descolaram fora dos limites diários ou semanais fixados na portaria que impõe restrições ao tráfego aéreo durante a madrugada, por motivos de ruído.

As contraordenações, em regra, dizem respeito “a um número significativo de vários incumprimentos de faixas horárias e restrições noturnas”.

A ANAC realça que ainda nem todos os processos transitaram em julgado, pelo que alguns são suscetíveis de recurso judicial.

Em 2023, foram instaurados 202 processos de contraordenação a 57 companhias aéreas, tendo sido aplicadas coimas no valor de 266.200 euros.

A ANAC não detalha em que aeroportos ocorreram as infrações em causa, mas é sobre o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que tem recaído o maior número de críticas, dada a proximidade ao centro da cidade.

De acordo com a legislação em vigor, o tráfego noturno no aeroporto de Lisboa é restringido entre as 00:00 e as 06:00, sendo que o número de movimentos aéreos permitidos neste período é de 91 por semana, num máximo de 26 por dia.

Ora, a associação Zero contabilizou, só nas duas últimas semanas de agosto, 115 voos acima do permitido.

Esta e outras associações ambientalistas e cívicas já manifestaram à Câmara Municipal de Lisboa a sua oposição à expansão ao Humberto Delgado, enquanto não é construído o novo aeroporto.

Já esta quarta-feira, o executivo da Câmara de Lisboa aprovou por unanimidade uma moção em que defende a redução do número de movimentos por hora do Aeroporto Humberto Delgado, recusando qualquer aumento da capacidade aeroportuária e pugnando pelo encerramento definitivo da infraestrutura “em menos de 10 anos”.

No texto, que resultou da junção de propostas do PCP e da liderança PSD/CDS-PP, com a consensualização do documento entre todas as forças políticas, é defendida “a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora e recusar liminarmente qualquer aumento da capacidade aeroportuária do Aeroporto Humberto Delgado, atendendo aos impactos negativos muito significativos sobre a cidade de Lisboa, que já hoje são sentidos pela população, nomeadamente ao nível da saúde pública, da segurança e do ambiente”.

A “eliminação dos voos noturnos” e o encerramento do aeroporto de Lisboa “tão rapidamente quanto possível, em menos de dez anos”, são igualmente defendidos pelo executivo municipal, que recusa “qualquer aumento de capacidade” ou do tráfego e considera que as obras de expansão, aprovadas pelo atual Governo, “são inaceitáveis”.

Questionado pela Lusa, o Ministério das Infraestruturas e Habitação realçou que “existem exceções às restrições” de voos no período da madrugada, nomeadamente voos de Estado, humanitários e de emergências médicas, bem como atrasos relacionados com problemas de segurança ou falhas técnicas.

A tutela sublinhou, no entanto, que o tema “é estritamente monitorizado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil”.

A ANAC nota que, “sem prejuízo da atividade sancionatória”, a sua “prioridade” tem sido trabalhar com os agentes envolvidos “de modo a mitigar a causa raiz destes incumprimentos”, garantindo, simultaneamente, o desenvolvimento sustentável do setor, a proteção dos passageiros e o bem estar das populações.

De acordo com os dados enviados à Lusa, o valor das coimas aplicado entre 2018 e 2022 representou um décimo do valor aplicado só neste ano e, comparando-o com o número de 2023 (266.200 euros), o valor das coimas aumentou quase 23 vezes em 2024 (até julho), tendo presente que diz respeito a infrações cometidas em anos anteriores.

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Há 24 detidos por crime de incêndio, 80% em prisão preventiva

  • Lusa
  • 27 Setembro 2024

A ministra da Justiça admite que a fuga de reclusos da cadeia de Vale de Judeus foi "uma situação grave" e realçou que o Governo está a adotar medidas para evitar que a repetição destes casos.

A ministra da Justiça disse esta sexta-feira no parlamento que em setembro havia 24 pessoas detidas por crime de incêndio, 80% das quais em prisão preventiva, ouvindo críticas do Bloco de Esquerda ao “populismo penal” do primeiro-ministro sobre os incêndios.

Na audição regimental da equipa do Ministério da Justiça que decorreu no parlamento, a ministra Rita Alarcão Júdice, apresentou dados da Polícia Judiciária (PJ) sobre incendiários detidos.

A governante respondia ao deputado Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, sobre os “alegados interesses que sobrevoam os incêndios” em Portugal, em referência às declarações do primeiro-ministro, Luis Montenegro, na sequência dos grandes fogos das regiões norte e centro.

A ministra disse que em setembro havia 24 pessoas detidas por “fortes indícios” de terem causado incêndios, florestais e não florestais, e que 80% se encontravam em prisão preventiva, com detidos em várias regiões do país.

“O que está a ser feito é a investigação profunda destas matérias de quem alegadamente perpetrou estes incêndios e perceber se existe um padrão que motive novas investigações. Não podemos é ficar apenas satisfeitos com a mera detenção, porque temos de perceber se existe um padrão”, disse a ministra, referindo não poder acrescentar mais sobre matérias em investigação criminal.

Acrescentou que está a ser estudada a inclusão da PSP nas equipas que investigam os incêndios e que às duas que funcionam no norte e centro pode vir a juntar-se uma terceira na zona sul, onde ainda não existe nenhuma equipa dedicada.

“Respondeu com dados sobre incendiarismo, que é um fenómeno que é preciso atender, combater, com base no conhecimento científico, evitando o populismo penal, que foi o que aconteceu”, comentou o deputado bloquista.

O parlamentar referia-se às declarações de Montenegro, que invocou alegados interesses em torno dos incêndios, entretanto desmentidos por investigadores especializados da PJ.

Questionada pelo Livre sobre a impugnação judicial dos termos do concurso para recrutamento de 570 novos funcionários judiciais, aberto a 10 de setembro, a ministra reiterou que os termos são iguais aos aplicados no concurso interior e que não foram questionados pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), que interpôs a ação, acrescentando que ao contrário do concurso anterior, com pouco mais de 100 lugares e aos quais apenas houve cinco candidatos, este tem já 1.700 candidatos.

Não obstante existir esta vontade de criar problemas numa solução que é urgente, temos de lidar com ela“, disse a ministra sobre a ação judicial.

Sobre o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), Rita Alarcão Júdice disse que está a ser revisto o modelo de ingresso, prevendo-se alterações nas quotas, no processo de seleção e nos exames previstos, e adiantou que as obras do novo polo de Vila do Conde não estarão prontas a tempo do arranque do próximo ano letivo, mas que este vai arrancar com 60 vagas, em instalações provisórias, ainda em estudo com a autarquia local, segundo informações também prestadas pelo gabinete da ministra.

Depois de na intervenção inicial a ministra ter apresentado um primeiro balanço da agenda anticorrupção, do qual ressalta o código de conduta para o Governo e a criação do grupo de trabalho que vai preparar o novo regime jurídico da perda de vantagens da atividade criminosa — liderado pelo professor da Universidade de Coimbra Pedro Caeiro — PS e Iniciativa Liberal (IL) deixaram críticas à falta de ação e medidas concretas nesta matéria.

A ministra remeteu para a comissão eventual criada junto do parlamento o envio das propostas de diploma sobre as matérias em causa, como a regulamentação do ‘lobby’, algo que Mariana Leitão (IL) criticou, assim como a “falta de densificação” de algumas medidas da agenda.

Sobre reinserção social, o Governo reafirmou a intenção de rever a carreira dos vários técnicos afetos a esta área e adiantou que neste momento já não existe lista de espera para entrada em centros educativos para cumprimento de medidas tutelares educativas.

Fuga de Vale de Judeus foi “situação grave” que não pode repetir-se

A ministra da Justiça admitiu também que a fuga de reclusos da cadeia de Vale de Judeus foi “uma situação grave” e realçou que o Governo está a adotar medidas para evitar que a repetição destes casos.

Isto que aconteceu não poderá voltar a acontecer“, vincou Rita Alarcão Júdice, garantindo que o seu ministério está a atuar para melhorar os aspetos de segurança das cadeias, onde decorre uma auditoria com esse propósito.

Na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, em audição requerida pela Iniciativa Liberal (IL) e PS por causa da evasão ocorrida em Vale de Judeus, Rita Alarcão Júdice reconheceu que a fuga de cinco reclusos teve contornos “caricatos” e justificou que até então a única situação que tinha sido reportada era a “falta de água”, problema crónico que já constava de um relatório de 2017.

Rita Alarcão Júdice referiu que este problema da água em Vale de Judeus “está a ser resolvido” e lamentou a situação em que encontrou o sistema prisional, referindo que “a situação que encontrou é pior do que imaginava”, com problemas ao nível da sobrelotação e do edificado, entre outras.

A ministra prometeu “acautelar a situação” para melhorar as condições nas prisões, dando seguimento às obras “necessárias e urgentes”, e gerindo da melhor forma os recursos humanos e outros que disse serem “escassos”.

Questionada pela deputada Isabel Oneto (PS) sobre a “fita do tempo” que se seguiu à fuga, Rita Alarcão Júdice não entrou em pormenores, preferindo indicar que estão em curso investigações de natureza criminal (a cargo do Ministério Público e PJ) e disciplinar para apurar os factos ocorridos, não sendo nenhuma dessas investigações “da sua alçada”.

A ministra revelou que, em casos de fuga nas prisões, existia um protocolo de atuação que datava de 2017, o qual “nunca foi atualizado”, tendo este protocolo interno da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais desadequado contribuído para que houvesse atrasos e dificuldades de comunicação e de alerta após a fuga.

O processo subsequente à fuga não correu bem. O protocolo de fuga estava desatualizado“, disse a titular da pasta da Justiça, garantindo que a atualização devida está a ser feita com a DGRSP.

Rita Alarcão Júdice rebateu as críticas de alguns deputados por a ministra só ter falado publicamente ao país dias depois da evasão, considerando que a sua conferência foi “dada quando devia ser dada”.

E assegurou que desde que a fuga foi conhecida, em 7 de setembro, manteve sempre uma estreita ligação e coordenação, quer com o Ministério da Administração Interna, quer com o diretor da PJ, Luís Neves.

Tendo sido criticado por Pedro Pinto (Chega) por não ter pedido o fecho imediato das fronteiras, a ministra replicou que “não se fecham fronteiras assim”, com toda a facilidade, pois trata-se de “um processo lento e burocrático” que exige a colaboração de órgãos de polícia internacional.

A ministra, que já nomeou um novo diretor para a cadeia de Vale de Judeus, considerou ser preferível que as escolhas dos diretores das prisões seja feita por nomeação e não por concurso, frisando que os concursos podem arrastar-se durante meses ou anos e não acautelar a escolha certa do responsável.

Na audição, Rita Alarcão Júdice anunciou que, em janeiro de 2025, avança o processo para a concretização de 205 promoções de chefias da guarda prisional, abrangendo 45 chefes, 150 guardas, cinco chefes principais e cinco comissários principais.

Por iniciativa de alguns deputados, foi trazida à discussão o fecho anunciado do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), tendo a ministra dito que “não é aconselhável que se deixe de fazer investimentos” nesta cadeia apenas porque a mesma vai ser encerrada e já não pertence ao património do Ministério da Justiça.

“Não podemos fazer isso (deixar de investir) só porque o EPL vai ser desativado”, disse, notando que ali estão muitos reclusos, incluindo presos preventivos.

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Governo admite “tomar as rédeas” da TAP se companhia não assegurar rotas estratégicas

  • Lusa
  • 27 Setembro 2024

"Se nós não tivermos as garantias de salvaguarda dessas rotas, do sentir estratégico, tomaremos nós as rédeas de gerir a operação", declarou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O primeiro-ministro admitiu esta sexta-feira em Mafra vir a “tomar as rédeas” da TAP se a companhia aérea não garantir as rotas consideradas estratégicas para o país.

“Jamais abdicaremos do hub em Lisboa, das rotas que são estratégicas para nós enquanto povo e enquanto economia e, além da diáspora, há geografias que são cruciais para o futuro do país e do turismo”, afirmou Luís Montenegro, na sessão de encerramento da VII Cimeira do Turismo Português.

“Se nós não tivermos as garantias de salvaguarda dessas rotas, do sentir estratégico, tomaremos nós as rédeas de gerir a operação”, declarou.

O primeiro-ministro esclareceu que “não é isso que está no programa de Governo”, nem que pretende, mas “é uma linha que não vamos permitir que seja ultrapassada”, frisando que a companhia aérea é “estratégia para a economia e para o turismo”.

O presidente da TAP, Luís Rodrigues, considerou que a companhia aérea tem de estar preparada para operar com ou sem privatização e alertou que o mercado pode mudar radicalmente e não haver condições para a venda.

“Nós temos de estar preparados para viver com ou sem privatização. Ela pode não acontecer por alguma razão, o mercado amanhã pode mudar radicalmente e pode não haver condições para o fazer e a companhia tem de se aguentar”, afirmou o presidente da companhia aérea, que participou num debate sobre os desafios da aviação, na 7.ª Cimeira do Turismo Português, no Palácio Nacional de Mafra.

Luís Rodrigues disse que o tema da privatização da TAP não o assusta “minimamente”. “O caminho que estamos a fazer é de dizer ao acionista que a privatização é um tema vosso, nós estamos cá para ajudar, confiamos no trabalho que estão a fazer e nós internamente dizemos às pessoas: vamos esquecer que este tema existe”, explicou o responsável.

Luís Rodrigues realçou ainda que o caminho é construir uma operação mais ágil, mais leve do ponto de vista administrativo, mais resiliente e mais capaz de se adaptar ao sinal dos tempos, trabalhando em conjunto com todo o ecossistema da aviação.

“Se ficarmos parados à espera que aconteça [a privatização] e ver quem vem aí e o que vai dizer, quando alguém chegar vê: ‘esta malta está toda parada, não me serve de nada'”, sublinhou.

O Estado detém a totalidade do capital da companhia aérea de bandeira portuguesa, depois de ter aumentado a sua participação quando a TAP entrou em dificuldades devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

O processo de reprivatização arrancou em setembro passado, quando o anterior governo socialista aprovou as condições da venda, mas ficou em suspenso após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e a convocação de eleições antecipadas para 10 de março, que deu a vitória à Aliança Democrática (PSD/CDS-PP e PPM).

No Programa de Governo, entregue na Assembleia da República, o executivo de Luís Montenegro comprometeu-se a “lançar o processo de privatização do capital social da TAP”, sem avançar mais detalhes.

Os três grandes grupos de aviação europeus – Air France-KLM, o grupo hispano-britânico IAG e a alemã Lufthansa – manifestaram interesse na privatização.

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Sporting propõe aos sócios compra do Alvaláxia por 17 milhões de euros

  • Lusa
  • 27 Setembro 2024

Clube sugere compra direta aos donos do espaço comercial ou "mediante a aquisição de ações, quotas ou unidades de participação representativas do capital social da entidade proprietária".

O Sporting Clube de Portugal vai propor aos sócios a aquisição do espaço comercial da Alvaláxia por 17 milhões de euros, segundo a informação divulgada esta sexta-feira relativa à assembleia geral agendada para 5 de outubro,

Entre os pontos que serão submetidos a votação na AG da próxima semana está a proposta da direção do clube, liderada por Frederico Varandas, de adquirir “direta ou indiretamente” o espaço.

A primeira de duas formas de compra propostas é a aquisição direta aos proprietários, por “um valor total de até 17 milhões de euros”, e a segunda é indireta, “mediante a aquisição de ações, quotas ou unidades de participação representativas do capital social da entidade proprietária”, até ao mesmo valor limite.

Em caso de aprovação, que terá de se realizar por dois terços dos votantes, será também autorizada “a constituição de quaisquer garantias”, como hipotecas ou penhor sobre as ações, para levar a cabo a operação.

A proposta já foi sujeita a parecer do Conselho Fiscal e Disciplinar, segundo a comunicação dos ‘leões’, que nota que a direção considera a compra deste imóvel “estratégica e de extrema importância” no imediato.

Em 19 de setembro, o clube apresentou um plano estratégico para os próximos 10 anos em que a recompra do complexo, para ser reconvertido num novo museu, é uma das pedras basilares.

O espaço comercial junto ao estádio foi alienado em 2007, durante a presidência de Filipe Soares Franco, e o objetivo é criar um espaço “de entretenimento”, seja em dias de jogo ou não.

Mais de 21 milhões de lucros no clube em 2023/24

O Sporting registou, na temporada 2023/24, um resultado líquido positivo de 21,1 milhões de euros, de acordo com o relatório de gestão e contas do clube divulgado aos sócios.

As contas do clube saltam assim dos 431 mil euros do exercício anterior para os 21,1 milhões de euros. Um número que se segue aos 12,1 milhões de resultado líquido positivo da SAD dos campeões nacionais de futebol, já anunciados em 10 de setembro.

O relatório de gestão e contas, que será apreciado e votado na assembleia geral de dia 5 de outubro, atribui ao efeito único “por motivos da atualização financeira dos reembolsos de dívida antecipados efetuados”, ou seja, relacionados com a reestruturação financeira que o clube levou a cabo.

Nesse processo, em que o clube ficou detentor de 88% do capital social da sociedade anónima desportiva, a recompra dos últimos VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) foi o fator principal, aqui lembrado no relatório.

Entre os resultados nota ainda para um crescimento nos resultados operacionais em 9% em relação ao período homólogo, um aumento de 2,412 milhões. Os leões destacam ainda o aumento, para valores recorde, do número de sócios pagantes, bem como um valor acrescido de quotização.

Os 15% de aumento registados no número de sócios pagantes, para mais de 100 mil, ajudaram aos 12,3 milhões de euros arrecadados via quotização, com as modalidades a trazerem 2,4 milhões de euros de receitas com inscrições.

Do lado da despesa, os gastos operacionais cresceram 17%, enquanto o passivo do clube ascende agora aos 226,87 milhões de euros.

A 10 de setembro, a Sporting SAD anunciou ao mercado o seu terceiro exercício seguido com lucro, de 12,1 milhões de euros, uma queda de 52% face aos 25,2 milhões de 2022/23, depois de 25 milhões em 2021/22.

E é o quarto exercício com registo positivo em cinco épocas, tendo a época de exceção sido a de 2020/21 (prejuízo de 33 milhões de euros), marcada pelo “pico da pandemia de Covid-19”, realçou então a Sporting SAD no relatório e contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), depois de um lucro de 12,5 milhões no exercício anterior a esse (2019/20).

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Mota-Engil fecha venda dos negócios na Polónia por 62 milhões de euros

  • Lusa
  • 27 Setembro 2024

Está concluída a venda da Mota-Engil Central Europe e das subsidiárias ao grupo húngaro Duna Aszfalt. A operação foi feita por um equity value de cerca de 62 milhões de euros, detalha a construtora.

A Mota-Engil concluiu a venda à húngara Duna Aszfalt da Mota-Engil Central Europe, com operação na Polónia, e das subsidiárias nas áreas da Engenharia e Construção e Promoção Imobiliária, por um valor de 62 milhões de euros.

Em comunicado, informa que, “após a obtenção de diversas autorizações por parte de autoridades locais e financiadores, concluiu hoje o processo de alienação da Mota-Engil Central Europe (MECE) e suas subsidiárias, as quais têm vindo a dedicar-se às atividades de engenharia e construção e promoção imobiliária na Polónia”.

A operação foi feita por um equity value de cerca de 62 milhões de euros, acrescenta o grupo liderado por Carlos Mota Santos.

A construtora portuguesa adianta ainda que esta alienação está em linha com a estratégia da Mota-Engil de alocação dos seus investimentos aos mercados core, tal como previsto no seu Plano Estratégico “Building´26″.

O negócio com a empresa húngara Duna Aszfalt tinha sido anunciado em 19 de dezembro do ano passado e, na altura, estava previsto que ficasse concluído até ao final do primeiro semestre deste ano.

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