Ventura avisa Montenegro. Criar uma crise política “é fácil, mas resolvê-la pode ser muito mais difícil”

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Na negociação do Orçamento do Estado, o líder do Chega vê sinais de concessões do Governo ao PS em "bandeiras da direita e do próprio PSD, nomeadamente desistir da descida do IRC e do IRS Jovem".

O presidente do Chega, André Ventura, avisou esta terça-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que espoletar uma crise “é fácil, mas resolvê-la pode ser muito mais difícil”.

Numa intervenção durante a inauguração da sede do partido em Aveiro, André Ventura considerou que o governo PSD/CDS-PP tem estado a dar sinais de querer um entendimento com o PS para fazer passar o Orçamento de Estado para 2025.

Para André Ventura, há sinais de concessões ao PS em “bandeiras da direita e do próprio PSD, nomeadamente desistir da descida do IRC e do IRS Jovem”.

“Nas últimas semanas, o Governo escolheu o Partido Socialista para aprovar o Orçamento e agora eventualmente sentem que o PS já não está tão aí, mas deviam ter pensado nisso antes”, disse André Ventura.

O líder do Chega afirmou que, “quer o Chega quer o PSD, durante as últimas legislaturas batalharam para descer a carga fiscal” sobre as empresas.

Outro exemplo de “governar à socialista” apontado por André Ventura é o da taxa do carbono que incide sobre os combustíveis. “Então nós temos uma oportunidade única para que os portugueses possam sentir no bolso a descida dos combustíveis e o governo descongela a taxa e o que há é um aumento do gasóleo e da gasolina?”, afirmou. “Há um vício socialista neste governo e ele não consegue desamarrar-se dele”, comentou.

O líder do Chega escusou-se a revelar o teor da reunião que teve segunda-feira com o primeiro-ministro, respondendo aos jornalistas que “fala regularmente com os titulares de cargos políticos, não só sobre questões orçamentais, mas sobre questões que interessam ao país”.

“Durante o mês de julho e de agosto, nós dissemos até que estávamos disponíveis para continuar uma negociação que levasse à viabilização do documento, e foi o Governo que aparentemente decidiu outro caminho”, disse.

Para André Ventura “um Orçamento de Estado não se prepara em dois dias” e da parte do Governo não houve um sinal oportuno de que estivesse interessado no apoio do Chega.

Para o obter teria que incorporar medidas defendidas pelo seu partido como a descida do IRC, a equiparação plena do suplemento de missão das polícias e o reforço dos meios de combate à corrupção. “O Governo não quis e parece querer insistir em levar o país às urnas outra vez”, acusou.

BE e PCP criticam partidos disponíveis para viabilizar OE

O BE e o PCP, por outro lado, criticaram os partidos disponíveis para negociar e aprovar o próximo Orçamento do Estado, enquanto o Livre acusou o Governo de não estar a levar as negociações orçamentais “a sério”.

Questionada à margem do protesto de hoje em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, que assinala a greve de dois dias convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam), a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, defendeu, embora sem especificar o alvo das críticas, que “quem viabilizar o Orçamento do Estado está, na verdade, a apoiar o Governo”.

“Quem está a apoiar o Governo não está a fazer oposição ao Governo, quem não faz oposição ao Governo não é alternativa ao Governo e o Bloco de Esquerda quer ser uma alternativa ao Governo e por isso estamos aqui, ao lado dos médicos, como sempre estivemos”, acrescentou.

Para a líder bloquista, quando se fala do próximo OE, a questão que deve ser colocada é se será “um bom orçamento ou um mau orçamento” e não as consequências de um eventual chumbo na estabilidade do país.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, que também marcou presença na concentração, considerou que “infelizmente o cenário não é animador”, criticando os partidos que “se predispõem a alinhar com o projeto” do Governo PSD/CDS-PP.

“A nossa parte é dar combate a essas opções, olhando para os profissionais, para as suas carreiras, para fixar os profissionais no SNS, tendo como horizonte fundamental a resposta aos utentes”, acrescentou.

Estas declarações surgem no mesmo dia em que o secretário-geral do PS afirmou que espera que o Governo aceite as propostas que vai apresentar na reunião com o primeiro-ministro, na sexta-feira, sobre o Orçamento do Estado para 2025.

“Só não haverá orçamento se o Governo não quiser, se o Governo não perceber que não tendo maioria absoluta tem de ceder ao PS. A questão não tem a ver connosco ou com o nosso programa, mais do que isso. Tem a ver com conseguirmos que algumas medidas que são negativas não constem do orçamento e que algumas propostas sejam introduzidas no orçamento”, defendeu.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu que o Governo “não está a levar o Orçamento do Estado a sério” uma vez que, não tendo uma maioria que permita viabilizar o documento, está a fazer uma “coreografia de ‘marca reunião, não marca reunião’” em vez de se sentar à mesa com os partidos.

“É um Governo que, na verdade, pelo menos, quer ir com esta incerteza para as negociações do Orçamento e a quem provavelmente não deixaria de convir ir para umas eleições antecipadas, desde que pudesse chutar a culpa dessas eleições antecipadas para a oposição”, acrescentou.

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Falta de residências universitárias atrai milhões do Estado e do privado

  • ECO
  • 24 Setembro 2024

Obras para a construção da maior residência universitária do país já arrancaram com fundos do PRR, ao mesmo tempo que residências na Covilhã e em Braga trocam de dono.

O Ensino Superior Público conta com mais de 108 mil estudantes deslocados, segundo os últimos dados do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. No entanto, o número de camas disponíveis nas residências públicas é pouco mais do que 15 mil.

Este cenário pressiona os estudantes para o mercado do alojamento privado e do arrendamento de quartos, nos quais o preço médio por quarto subiu 4,1% nos últimos 12 meses, para 398 euros em setembro, segundo dados do relatório deste mês do Observatório do Alojamento Estudantil.

Para responder a esta crise, o Ministério da Educação tem em curso um investimento de 400 milhões de euros para aumentar em 73% o número de vagas em residências universitárias em 2026, das atuais 15 mil para cerca de 26 mil, recorrendo a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. É nesse sentido que se enquadra a construção dos Edifícios 2 e 3 das novas residências da Cidade Universitária, em Lisboa, cujas obras já arrancaram.

Este projeto, promovido pela Universidade de Lisboa e que agrega ainda a construção de um parque de estacionamento e da praça central, foi adjudicado à construtora Gabriel Couto pelo valor global de cerca de 38 milhões de euros, refere a empresa em comunicado, notando que a sua construção deverá ocorrer nos próximos dois anos.

Uma vez concluído, este complexo, que irá ocupar uma área superior a três hectares, vai aumentar em 900 camas a oferta na capital, “constituindo a maior residência universitária do país”, destaca a construtora. Além das camas, o projeto inclui um parque de estacionamento subterrâneo para 500 carros, uma praça central com áreas de lazer, zonas comerciais, e um espaço integrado para o convívio dos estudantes.

Este projeto mostra a necessidade de o país construir mais alojamentos para receber os alunos universitários. Esta realidade não é desconhecida do capital privado que tem também procurado explorar este mercado. Recentemente, a Stoneshield Capital comprou duas residências estudantis em Braga e na Covilhã à Alea Capital Partners por mais de 30 milhões de euros.

Estes empreendimentos agregam 554 camas e várias comodidades, como ginásios, áreas de co-working, lounges e, segundo a Alea Capital Partners têm contado com grande procura desde os primeiros dias que abriram as portas.

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Têxtil e calçado “escalam” crescimento com o Portugal 2030. Webinar mostra apoios disponíveis

  • ECO
  • 24 Setembro 2024

Organizado pela Yunit Consulting e NITextile, webinar dedicado aos setores do têxtil e do calçado promete “esclarecer os gestores empresariais sobre os apoios disponíveis" no novo quadro comunitário.

Da escassez de mão-de-obra à necessidade urgente de modernização e digitalização dos seus processos industriais, como pode o Portugal 2030 ajudar a posicionar os setores do têxtil e do calçado com uma referência internacional na qualidade, inovação e sustentabilidade? É este o mote de um webinar agendado para o dia 2 de outubro, pelas 11h.

Organizado pela Yunit Consulting e pela NITextile, o evento com o título “Setor Têxtil e do Calçado: Como Crescer com o Portugal 2030?” pretende esclarecer os gestores empresariais sobre como os apoios disponíveis no âmbito do Portugal 2030 podem mitigar os atuais desafios do setor e posicionar estas empresas como “referências” em Portugal e no estrangeiro.

Apesar do “cenário desafiante”, expresso nos dados da Informa D&B que mostram que a indústria têxtil e da moda tinha a maioria de processos de insolvência até junho, os organizadores falam em “oportunidades significativas que podem ajudar a revitalizar o setor”, destacando que o novo quadro comunitário “oferece um vasto leque de apoios que podem permitir às empresas têxteis e de calçado superar as dificuldades e potenciar o seu crescimento a nível nacional e internacional”

Durante o webinar, que já tem as inscrições abertas e com vagas limitadas, serão abordados temas como a inovação tecnológica, a digitalização dos processos industriais, a sustentabilidade e a internacionalização das empresas. Áreas apontadas como “fundamentais para garantir que as empresas do setor têxtil e calçado não só resistam às pressões económicas atuais, mas também consigam expandir-se e aumentar a sua competitividade num mercado global cada vez mais exigente”.

A indústria portuguesa do têxtil e vestuário exportou 3.376 milhões de euros nos primeiros sete meses, menos 6% do que no mesmo período de 2023, apesar de as vendas ao exterior terem subido 3% durante o mês de julho.

Já os industriais do calçado exportaram no primeiro semestre deste ano 35 milhões de pares de calçado no montante de 818 milhões de euros, o que corresponde a quebras homólogas de 1,8% (em volume) e de 15,2% (em valor).

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Media Capital distribui sete milhões de euros aos acionistas

Dona da TVI e CNN Portugal propõe a distribuição de um dividendo bruto de 8,3 cêntimos por ação. Proposta vai ser votada na assembleia geral extraordinária de 15 de outubro.

A Media Capital, dona da TVI e da CNN Portugal, vai distribuir dividendos no montante aproximado de sete milhões de euros, dinheiro que resultará da distribuição de reservas livres.

Em cima da mesa da assembleia geral extraordinária de 15 de outubro está como único ponto da ordem de trabalhos a deliberação relativa a uma proposta de um dividendo bruto de 8,3 cêntimos por ação.

Em comunicado enviado à CMVM, o conselho de administração da Media Capital salienta que “a distribuição de reservas livres não afetará a situação líquida da sociedade”. A Media Capital fechou o primeiro semestre com prejuízos de 2,67 milhões de euros.

A Pluris Investments — do empresário Mário Ferreira — detém 37,05% do capital da Media Capital, sendo o maior acionista. Seguem-se a Triun (23%), BIZ Partners (11,97%), CIN (11,2%) e Zenithodyssey (10%).

 

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Marco Galinha deixa administração da Global Media mas mantém-se acionista

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Apesar de sair do CA, o CEO do grupo Bel "reitera total compromisso com o GMG com vista a garantir a preservação do seu património histórico e nacional e o futuro dos seus títulos", diz em comunicado.

O empresário Marco Galinha cessou funções como presidente do Conselho de Administração da Global Media (GMG), mas mantém-se como acionista da empresa que detém o Diário de Notícias (DN), foi esta terça-feira divulgado.

Num comunicado, é referido que “Marco Galinha, CEO [presidente executivo] e fundador do grupo Bel, cessou funções no cargo de presidente do Conselho de Administração da Global Notícias, Media Group, S.A. (GMG), mantendo a sua posição acionista na empresa“.

Tal como já tinha referido anteriormente, Marco Galinha reafirma que, atualmente, “o foco do grupo Bel está no reforço da sua posição nas áreas ‘core’ da sua atuação — logística e distribuição — e está empenhado em investir em sinergias entre as diferentes empresas do grupo que operam neste setor“.

O CEO do grupo Bel “reitera total compromisso com o Global Media Group com vista a garantir a preservação do seu património histórico e nacional e o futuro dos seus títulos“, lê-se no comunicado.

Marco Galinha “assegura total confiança no Conselho de Administração da GMG em funções, sendo sucedido no cargo de presidente do Conselho de Administração pelo atual presidente da Comissão Executiva, Vítor Coutinho, que acumulará os cargos“.

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Governo vai pedir sexto cheque do PRR até ao final do ano

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional considera que os “ligeiros atrasos” verificados no cumprimento de marcos e metas previstos no plano não são “um problema de maior”.

O secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional garantiu esta terça-feira em Espinho que o Governo está a trabalhar para até ao final do ano avançar com o sexto pedido de desembolso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Numa intervenção num evento promovido pela Caixa Geral de Depósitos, Hélder Reis afirmou que o Governo “está a aguardar que seja feito o desembolso do pedido” feito em julho e a “trabalhar para até ao final do ano” poder “fazer o sexto pedido de desembolso à UE”.

Em declarações à Lusa, o governante reiterou “estarem a trabalhar afincadamente para cumprir aquilo que está esboçado no plano que o Governo tem de cumprir”.

Garantindo que “os prazos estão a ser cumpridos (…), embora haja marcos e metas que deviam ter sido cumpridos em julho e estão a ser cumpridos em setembro”, defendeu que os “ligeiros atrasos” verificados não são “um problema de maior”.

“Problema era desleixarmo-nos e não cumprirmos e não fazermos. Esse não é o objetivo”, sublinhou ainda.

Após a reprogramação do PRR, aprovada em setembro de 2023, a dotação do plano ascendeu a 22.216 milhões de euros.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela Covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Ao fim de 31 meses completamente encerrada, Linha da Beira Alta reabre parcialmente em novembro

  • Lusa e ECO
  • 24 Setembro 2024

Contrariando a estimativa inicial, corredor ferroviário não reiniciou a operação 9 meses após o encerramento. Em novembro, reabre finalmente um primeiro troço da via, sem comboios desde abril de 2022.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou hoje que em novembro será reaberto um primeiro troço da Linha da Beira Alta, que se encontra encerrada desde abril de 2022 devido a obras de modernização.

Ao intervir numa sessão na Câmara de São João da Pesqueira, no distrito de Viseu, Miguel Pinto Luz avançou que um segundo troço será reaberto em dezembro e, “até março do próximo ano, os 200 quilómetros da linha estarão reabertos”.

A renovação integral da Linha da Beira Alta (193 quilómetros entre Pampilhosa e Vilar Formoso) é considerada uma das obras fundamentais do Corredor Internacional Norte e tem como objetivo permitir uma ligação ferroviária mais segura e rápida entre o centro e o norte do país e a fronteira com Espanha. “Há um miolo de Portugal que tem sido esquecido. Este Governo tem uma consciência muito clara disso”, afirmou o ministro.

Há um miolo de Portugal que tem sido esquecido. Este Governo tem uma consciência muito clara disso

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas e Habitação

O governante frisou que a zona do país a sul do Douro e a norte do Tejo “precisa de investimento” e deu como exemplo o Itinerário Principal 3, entre Viseu e Coimbra, e “muitas linhas estruturantes”. “É fundamental para alimentar este interior, este miolo esquecido que tanto dá ao país”, acrescentou.

No final da visita àquele concelho do distrito de Viseu, o ministro escusou-se a prestar declarações aos jornalistas sobre outros assuntos além da requalificação do troço da Estrada Nacional 222 entre Bateiras e São João da Pesqueira.

No dia 19 de abril de 2022, quando a Linha da Beira Alta foi cortada, a Infraestruturas de Portugal (IP) estimou que assim se mantivesse por um período de nove meses.

Nesse dia, a IP garantiu que, no início de 2023, os utilizadores da Linha da Beira Alta já teriam “um serviço de transporte ferroviário de maior qualidade, conforto, segurança e ambientalmente sustentável”.

Em maio de 2023, no final de uma visita a um troço da obra entre Mangualde e Celorico da Beira, a IP anunciou nova data para a reabertura — 12 de novembro desse ano — que também não se concretizou.

“Estamos a fazer um esforço imenso em termos das nossas equipas e das equipas das quatro empreitadas que estão a correr. Estamos, de facto, comprometidos em reabrir a linha no dia 12 de novembro”, disse na altura o vice-presidente da IP, lembrando que a obra representa “um investimento de praticamente 600 milhões de euros, integrado no programa Ferrovia 2020”.

Em novembro de 2023, quando questionada pela agência Lusa, a IP disse prever que a reabertura da linha à exploração (com catenária em funcionamento) ocorresse até ao final do primeiro semestre de 2024.

A IP negou que o não cumprimento da data fosse um “novo atraso”, argumentando que o que se verificava era “uma continuidade dos constrangimentos, nomeadamente a falta de capacidade do mercado da construção (subempreiteiros, materiais, equipamentos e mão de obra) resultante da atual conjuntura mundial, bem como do período de forte investimento” que o país atravessava. “A este complexo cenário juntou-se o furto generalizado de catenária (fio de contacto e ‘feeder’ em cobre)”, acrescentou, na altura.

O não cumprimento das datas de reabertura da Linha da Beira Alta que têm sido apontadas pela IP tem motivado críticas de várias autarquias, como, por exemplo, Nelas, Viseu e Guarda.

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Bandeirada mais baixa, tarifas sazonais, fim do suplemento de bagagem. Conheça as propostas para os táxis

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Proposta em consulta pública prevê ainda o fim da penalização das tarifas intermunicipais ou a eliminação dos suplementos de bagagem e transporte de animais, mantendo-se o de reserva/chamada.

A proposta de simplificação do tarifário dos táxis foi colocada em consulta pública até final de outubro e prevê bandeirada mais baixa e tarifas especiais em época baixa e alta, segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

As propostas do regulamento agora em consulta pública surgem após a entrada em vigor, em 1 de novembro de 2023, do novo regime jurídico do transporte de passageiros em táxi (decreto-lei 101/2023) aplicável a todo o território nacional.

A lei dava à AMT, regulador dos transportes, o prazo de um ano para estabelecer em regulamento as regras gerais de formação dos preços em função dos tipos de serviço, tendo em conta os princípios de recuperação económica e financeira dos custos de serviço em cenário de eficiência e da promoção da acessibilidade.

Segundo o regulamento agora em consulta pública, a proposta de modelo tarifário considera a modalidade de aplicação dupla da tarifa, na qual o cálculo da importância a pagar implica a aplicação simultânea da tarifa por tempo e da tarifa por distância em toda a corrida.

Assim, o valor da viagem será considerado através do valor da bandeirada, que passará para dois euros, contra os 3,25 euros atuais, mais o preço por quilómetro e o preço por hora, que varia consoante o dia do ano e o período do dia.

De acordo com a AMT, a proposta para o sistema tarifário permitirá uma “simplificação das regras tarifárias”, promove uma maior “justiça tarifária nas viagens interconcelhias”, garante que sejam de aplicação imediata (não implicando adaptações específicas de taxímetros) e refletem “os reais custos do sistema”.

Com a proposta, a AMT refere que se “eliminam as tarifas em vazio quando se ultrapassam fronteiras municipais”, uma das reivindicações mais pedidas pelos utilizadores.

Nas tarifas intermunicipais, a fórmula de cálculo proposta é “transversal a todo o território nacional”, deixando de existir penalização pelo facto de a viagem ter início num concelho e fim noutro.

Prevê-se também a criação de um tarifário que considera que nos dias feriados e datas festivas como o Natal, Ano Novo e feriado municipal, existe lugar a “um agravamento do preço por tempo de viagem”, além de tarifas sazonais, nas regiões com forte atração turística.

A proposta prevê ainda a eliminação dos suplementos atuais (bagagem e transporte de animais, atualmente de 1,60 euros), mantendo-se o de reserva/chamada (80 cêntimos), sugerindo que sejam adotados “valores mais reduzidos quando a reserva é feita através de plataformas digitais”.

No diagnóstico realizado ao setor do táxi, a AMT concluiu que em Portugal se destacam “um conjunto de dificuldades”, como a falta de mão-de-obra e envelhecimento do setor, motivado pela sua baixa rentabilidade, além da baixa atratividade que se traduz numa perda de mercado e nas necessidades de financiamento para a renovação de frotas.

Para promover uma mudança, o organismo destaca a importância de ser possível fazer reservas via aplicação, de se estabelecer o preço antes da realização da viagem e a possibilidade de pagamento da viagem através da aplicação ou multibanco.

Na sua página ‘online’, a Federação Portuguesa do Táxi refere que o projeto tornado agora público pela AMT “está a ser avaliado” pelo organismo e, “após cuidada análise, serão transmitidos à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes os contributos que se entendam necessários”.

O organismo apela aos sócios para que façam chegar a sua opinião sobre o projeto de regulamento que estabelece as regras gerais de formação dos preços no serviço público de transporte de passageiros em táxi “à sede e delegações, através dos meios mais convenientes”.

Também o site da ANTRAL – Associação Nacional de Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros, dá conta da consulta pública, fornecendo os ‘links’ disponíveis para os seus associados puderem apresentar comentários e sugestões.

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Governo garante que não fecha Orçamento “sem conhecer propostas do PS”

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Ministro dos Assuntos Paramentares reitera que "há boa vontade" para acolher propostas socialistas e que há interesse do Governo em que haja um consenso em torno do Orçamento.

O ministro dos Assuntos Parlamentares reiterou esta terça-feira que o Governo não vai fechar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) sem conhecer as propostas do PS, salientando ter “boa vontade” para as acolher.

Não vamos fechar o Orçamento do Estado sem conhecer aquelas que são as propostas do PS, porque há boa vontade da nossa parte para as podermos acolher“, salientou Pedro Duarte aos jornalistas, à margem da Cimeira Empresarial Transatlântica, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Questionado sobre o ponto de situação de elaboração do OE2025, o ministro disse que o Governo está a “seguir o plano” e que está “na fase final de acerto da proposta”, que terá de ser entregue no parlamento em 10 de outubro.

“Não está fechado porque ainda estamos em contactos com os partidos”, reforçou Pedro Duarte, apontando que do PS ainda não conhecem nenhuma proposta.

O ministro defendeu ainda que o executivo está interessado “em que haja um consenso em torno do Orçamento, que seja viabilizado e o maior partido da oposição, o PS, tem responsabilidade acrescida”.

Já sobre a possibilidade de um Orçamento viabilizado sem o PS, Pedro Duarte respondeu que “não deve ser o Governo a fazer essa opção”.

O ministro disse ainda não considerar que o ambiente está “crispado”: “Temos de ter sentido de responsabilidade e de Estado, aqui não está em causa os humores de um líder partidário, o que está em causa é o futuro do país e a vida das pessoas”.

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IGCP prevê financiar-se menos a longo prazo e mais a curto prazo

Instituição liderada por Miguel Martín prevê financiar-se nos mercados em 15 mil milhões de euros em dívida a longo prazo e 4,8 mil milhões a curto prazo. Próximo leilão de BT a 16 de outubro.

O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública prevê emitir financiar-se menos através de dívida de longo prazo, mas mais através de dívida de curto prazo, face à estimativa anterior.

Segundo a atualização para o quarto trimestre do programa de financiamento da República Portuguesa para 2024, divulgado esta terça-feira, estima arrecadar 15 mil milhões de euros na totalidade de 2024 através de Obrigações do Tesouro (OT), menos mil milhões de euros comparativamente à estimativa apresentada na atualização do programa de financiamento para o terceiro trimestre.

Para o quarto trimestre, a instituição liderada por Miguel Martín prevê emissões de dívida a longo prazo com um montante indicativo entre 750 a 1.000 milhões de euros através de leilão.

Por outro lado, revê em alta o financiamento líquido através de Bilhetes de Tesouro (BT), esperando que registe um aumento em 2024: de uma estimativa no terceiro trimestre de 3,4 mil milhões de euros para 4,8 mil milhões de euros. Assim, para o quarto trimestre espera angariar na totalidade até 2.000 milhões de euros em emissões de curto prazo através de dois leilões.

O primeiro leilão está previsto para 16 de outubro, com BT a 11 meses e um montante indicativo entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros, e o segundo para 20 de novembro, com BT a 12 meses e um montante indicativo entre 750 e 1.000 milhões de euros.

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Carolina Cunha integra Pragma Advogados

A Pragma reforçou a equipa de jurisconsultos com a integração de Carolina Cunha, especialista em Direito Comercial, Direito da Insolvência e Direito da Concorrência.

A Pragma Advogados reforçou a equipa de jurisconsultos com a integração de Carolina Cunha, especialista em Direito Comercial, Direito da Insolvência e Direito da Concorrência.

“É uma honra enorme poder contar com a Carolina Cunha. A sua chegada à Pragma é como adicionar uma nova peça mestre a um tabuleiro de xadrez. Com a sua estratégia e visão, estamos ainda mais preparados para antecipar movimentos e garantir as melhores jogadas jurídicas para os nossos clientes”, sublinha o sócio Ricardo Nascimento.

Em comunicado, o escritório afirma que a entrada de Carolina Cunha representa um “marco importante” no fortalecimento da capacidade da Pragma de oferecer soluções jurídicas “inovadoras” e de “alto nível técnico” aos clientes. “A sua visão estratégica e expertise em temas jurídicos complexos trarão um contributo decisivo para a nossa equipa”, acrescentam.

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Fusão de empresas na Corticeira Amorim já custou 4 milhões em rescisões com 102 trabalhadores, diz sindicato

  • Lusa
  • 24 Setembro 2024

Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation serão integradas numa nova unidade de negócio que irá incorporar a produção de pavimentos, isolamentos e compósitos de cortiça.

A Corticeira Amorim está a preparar a fusão de três empresas a concretizar em 2025, disse à Lusa fonte da companhia, o que já custou cerca de quatro milhões de euros em rescisões amigáveis, segundo o sindicato.

Segundo declara à agência Lusa fonte da Corticeira Amorim com sede no município de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, as três empresas que “desaparecerão como unidades individuais” são a Amorim Cork Flooring (com instalações em São Paio de Oleiros e Lourosa), a Amorim Cork Composites (em Mozelos) e a Amorim Cork Insulation (também nessa freguesia).

A partir de janeiro de 2025, as três serão integradas “numa nova unidade de negócio designada Amorim Cork Solutions”, que irá incorporar a produção de pavimentos, isolamentos e compósitos de cortiça.

A Amorim não indicou o número de trabalhadores dispensados nessas empresas nem se os trabalhadores absorvidos pela nova unidade de negócios vão manter a antiguidade dos seus vínculos laborais, para efeitos de reforma.

O dirigente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, Alírio Martins, adianta, contudo, que na Amorim Cork Flooring foi negociada a saída amigável de 102 funcionários e que apenas “um não aceitou o acordo e vai disputar o despedimento em tribunal”.

Já na segunda-feira, a Comissão de Trabalhadores tinha adiantado à Lusa que a reestruturação da unidade de negócios de pavimento da Corticeira Amorim, anunciada em maio, levou à saída por mútuo acordo de mais de uma centena de trabalhadores, até ao momento.

Alírio Martins acrescenta que as rescisões abrangeram “todos os departamentos da empresa, desde pessoal de fábrica até administrativos”, e, considerando que “algumas indemnizações são superiores a 50.000 euros”, informa que “a Amorim já gastou nisso uns quatro milhões de euros”.

Nas outras duas estruturas “não houve cortes de pessoal” e, no caso concreto da Amorim Cork Composites, “até há a previsão de se contratarem mais 40 pessoas até final do ano”.

Com base nisso, o dirigente do sindicato lamenta que o grupo prefira “dispensar pessoas do que qualificá-las” para outras funções e insiste: “Não se percebe como é que de um lado sobram pessoas e do outro há pessoas a menos”.

A Corticeira Amorim diz que o processo de reestruturação em curso desde maio na Cork Flooring – dedicada a soluções em cortiça para o chão – “surgiu na sequência do exigente contexto económico e de intensificação da concorrência que têm impactado o mercado de pavimentos na Europa e, consequentemente, penalizado a atividade dessa unidade de negócios, que, nos últimos anos, tem apresentado um desempenho negativo”.

Inverter essa situação implicou na Cork Flooring “o ajustamento da sua estrutura produtiva e de suporte à dimensão atual das vendas, de modo a reduzir as perdas operacionais e aumentar a eficiência”.

“Adicionalmente, foram identificadas e consideradas sinergias industriais, comerciais e de suporte entre a Amorim Cork Flooring e outras unidades de negócio ‘não rolha’, pelo que a partilha de meios e recursos, bem como a exploração da capacidade produtiva instalada e das respetivas tecnologias, trará maior eficiência e eficácia às operações”, adianta.

O grupo acredita na capacidade da futura Amorim Cork Solutions para, a partir de janeiro, “potenciar o crescimento sustentável da Corticeira Amorim” e defende que “as sinergias obtidas conduzirão a uma organização mais eficiente das operações ‘não rolha’, o que levará, a médio prazo, a um melhor desempenho, contribuindo para a diversificação do portefólio de aplicações” da marca.

Nos primeiros seis meses de 2024, os lucros da Corticeira Amorim encolheram 29% para 36,5 milhões de euros. As vendas consolidadas totalizaram 500,7 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 7,1% face ao período homólogo de 2023.

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