APS divulga anuncia cursos para o mês de outubro

  • ECO Seguros
  • 29 Setembro 2024

Associação anunciou formações sobre a digitalização e os impactos da IA no setor, a regularização de sinistros automóvel e de perdas de exploração, distribuição de seguros financeiros, entre outros.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou os cursos para outubro sobre distribuição de seguros e gestão de sinistros, os impactos da inteligência artificial no setor e a digitalização dos seguros:

  • Seguros Financeiros – Oferta e comercialização está agendado para a manhã de 1 de outubro em formato digital. Destina-se a profissionais do setor segurador e bancário que queiram atualizar os seus conhecimentos no âmbito da distribuição de seguros financeiros. Dar-se-á destaque às principais características e vantagens fiscais destes produtos, “bem como a importância da avaliação das necessidades do cliente” para oferecer soluções personalizadas.
  • Seguro Multirriscos Habitação será em formato híbrido (presencial na sede da APS em Lisboa e online) nas manhãs dos dias 3, 4, 10 e 11 de outubro. Sob lupa vão estar “todos os aspetos do contrato de multirrisco habitação, desde a subscrição até ao sinistro, com base em casos práticos e situações reais”.
  • Inteligência Artificial – Regulamentação e data compliance no setor segurador decorre presencialmente em Lisboa nas manhãs de 4 e 11 de outubro. Esta formação apresenta os principais desafios e oportunidades da IA para o setor segurador, explorando os conceitos jurídicos sobre a IA, e conta com a participação de especialistas da área e “explorar as tendências que estão a moldar o futuro da indústria seguradora”.
  • Bancassurance será lecionado de forma online nas manhãs de 7 a 10 de outubro. Lá serão abordadas as “características fundamentais da distribuição bancassurance e os seus diferentes modelos de gestão”. Os formandos vão ainda ficar a conhecer, ou relembrar, da identificação do público-alvo até à criação de ofertas e desenho de distribuição eficazes. Ao longo do curso, serão analisados “casos reais” e discutir “em grupo um case study”. Também se vai abordar “os principais riscos e os fatores críticos de sucesso” na distribuição bancassurance.
  • Transformação digital em seguros decorre em Lisboa de 9 a 24 de outubro. O curso preparou análises às forças que estão a impulsionar a digitalização de setor e os melhores métodos para adaptar o negócio aos novos desafios tecnológicos. “Ao longo do curso, terá uma abordagem prática, com acesso a formadores experientes e casos reais de aplicação no setor”, refere a associação.
  • MasterClass | Seguro Perdas de Exploração será lecionado presencialmente das 9h00 às 18h00 no dia 16 de outubro. O curso quer que os formandos fiquem a conhecer os principais conceitos das apólices de perdas de exploração, “incluindo as interpretações aceites e em debates, bem como a sua adequação à gestão de riscos”. Também se vai abordar as “particularidades da aplicação da apólice em diferentes setores de atividade”. A academia promete uma “abordagem prática e atualizada”.
  • O seguro automóvel e a regularização de sinistros decorre entre os dias 23 e 24 em Lisboa. Vai abordar os aspetos teóricos e práticos da gestão de sinistros automóveis, desde do seu enquadramento jurídico até a gestão propriamente dita. Os formandos vão analisar “os diferentes protocolos que compõem a Convenção de Regularização de Sinistros”, assim como as fraudes nos sinistros, entre outros temas.

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Extrema-direita vence eleições legislativas na Áustria

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

A extrema-direita venceu as eleições legislativas na Áustria e, a confirmar-se este resultado, está a caminho de uma vitória histórica, segundo as projeções publicadas pela estação pública ORF.

A extrema-direita venceu as eleições legislativas na Áustria e, a confirmar-se este resultado, está a caminho de uma vitória histórica, segundo as projeções publicadas no final do escrutínio pela estação pública ORF.

O Partido da Liberdade (FPÖ) de Herbert Kickl obteve 29,1% dos votos, contra 26,2% dos conservadores (ÖVP) liderados pelo chanceler Karl Nehammer, segundo estas primeiras estimativas baseadas na contagem de uma parte dos votos por correspondência e dos boletins de voto contados nas assembleias de voto encerradas anteriormente.

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Fundação Mapfre tem a concurso 265 mil euros em bolsas para investigação

  • ECO Seguros
  • 29 Setembro 2024

A avaliação das candidaturas terá em conta a experiência do investigador ou equipa, qualidade científica, a inovação e a viabilidade do projeto e potencial impacto social das soluções propostas.

Os investigadores em Portugal têm até 7 de outubro para submeter as suas candidaturas às bolsas de investigação Ignacio H. de Larramendi, promovidas pela Fundação Mapfre, instituição sem fins lucrativos criada pela Mapfre. Um total de 265.000 euros estão em jogo para projetos inovadores nas áreas da saúde, dos seguros e da proteção social.

A iniciativa, dirigida a investigadores individuais ou a equipas, visa impulsionar a pesquisa em áreas como a prevenção de doenças, o envelhecimento ativo e a gestão de riscos. As candidaturas podem ser submetidas por investigadores ou equipas de investigação vinculados a universidades, hospitais, empresas ou centros de investigação.

Os projetos na área da saúde podem abordar temas como a prevenção da obesidade, o fomento da atividade física, a educação em primeiros socorros e a gestão da saúde. A Fundação MAPFRE disponibiliza até 30.000 euros por projeto para este tipo de investigação.

Na área dos seguros e da proteção social, as bolsas podem financiar estudos sobre temas como a gestão de riscos, as novas tecnologias no setor segurador e a proteção social na terceira idade. O valor máximo para estes projetos é de 15.000 euros.

A Fundação MAPFRE procura projetos que apresentem soluções inovadoras e que possam gerar um impacto positivo na sociedade. A avaliação das candidaturas terá em conta a experiência do investigador ou equipa, qualidade científica, a inovação e a viabilidade do projeto e potencial impacto social das soluções propostas.

Nota que as candidaturas terminam a 7 de outubro de 2024 às 23h59 (hora espanhola), 22h59 na hora portuguesa. Para mais informações e candidaturas aqui.

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Fitch sobe ‘rating’ de longo prazo da seguradora Fidelidade para A

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

Perfil muito sólido da empresa, a robustez da sua capitalização, o forte desempenho financeiro, a rentabilidade, bem como o menor risco do portfólio de investimentos melhoraram a nota de solidez.

A agência Fitch subiu o ‘rating’ de longo prazo da Fidelidade para A, disse a seguradora em comunicado.

De acordo com a Fitch, a melhoria da classificação de risco (que serve de referência aos investidores quando investem numa empresa) confirma a sua “forte capacidade” em “honrar os compromissos financeiros”.

“Na atribuição deste ‘rating’, a Fitch realçou de forma positiva o perfil muito sólido da empresa, a robustez da sua capitalização, o forte desempenho financeiro, a rentabilidade, bem como o menor risco do portfólio de investimentos da Fidelidade”, refere a seguradora detida pelo grupo chinês Fosun.

A Fitch subiu dois ‘ratings’ da Fidelidade, o IFS — Insurer Financial Strength de A para A+ e o IDR — Issuer Default Rating de A- para A, mantendo a perspetiva positiva (o que dá a indicação de que poderá voltar a rever em alta).

O grupo Fidelidade teve lucros de 180,3 milhões de euros em 2024, mais 2,6% face a 2022.

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Salário mínimo e médio mais próximos. Quais são os riscos?

  • ECO
  • 29 Setembro 2024

O aumento do salário mínimo está a ser superior ao do salário médio. Os economista avaliam os impactos desta evolução das remunerações no mercado de trabalho.

A aproximação do salário mínimo nacional ao salário médio tem riscos, podendo levar a um aumento dos trabalhadores a receber a retribuição mínima e “as progressões ficam muito mais limitadas“, alertam economistas ouvidos pela Lusa.

O Governo entregou na quarta-feira aos parceiros sociais uma proposta para um novo acordo de rendimentos até ao final da legislatura, revendo em alta a trajetória do salário mínimo nacional. De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, o Governo propõe aumentar o salário mínimo para 870 euros brutos no próximo ano, um aumento de 6,1% face aos atuais 820 euros. Propõe ainda chegar aos 920 euros em 2026 (um aumento de 5,7%), aos 970 euros em 2027 (uma subida de 5,4%) e atingir 1.020 euros em 2028 (+5,2%).

Já no que toca ao referencial para o aumento global dos salários (discutidos em negociação coletiva), o executivo mantém os valores previstos no atual acordo de rendimentos (4,7% em 2025 e 4,6% em 2026). Já para 2027 e para 2028, uma vez que a ideia é que o novo acordo contemple toda a legislatura (o atual só vai até 2026), é de 4,5% em cada um desses anos. Com esta trajetória, o objetivo é que o salário médio alcance os 1.886,29 euros em 2028.

Na prática, isto significa que, em termos percentuais, o salário mínimo vai subir sempre acima do referencial do salário médio, o que contribuirá para achatar a curva entre os dois, alertam os economistas ouvidos pela Lusa. “Se o [salário] mínimo sobe a uma taxa superior ao [salário] médio necessariamente vai-se estreitar a diferença do [salário] mínimo e do [salário] médio”, afirma Pedro Braz Teixeira.

Ainda assim, o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade sublinha que esse “diferencial” é inferior “ao que já foi no passado”. “O ritmo de convergência entre o mínimo e o médio existe“, mas é um valor que “vai diminuindo” e “em 2028 fica em 0,7%, já não é muito expressivo“, nota. Em termos comparativos, em 2025 é de 1,4 pontos percentuais.

João Duque considera que “tudo depende de como a iniciativa privada acabar por agarrar este desafio“, dado que vê a subida do salário mínimo como um “estímulo” para as empresas aumentarem “a produtividade, a inovação e a capacidade de valor acrescentado”. Mas admite que essa poderá ser a consequência.

No último ano, a remuneração média até cresceu mais do que aquilo que tinha sido acordado, Foi um ano bastante favorável, quer do ponto de vista do aumento dos salários, quer do ponto de vista do aumento do emprego.

João Cerejeira, Universidade do Minho

A posição é partilhada pelo economista João Cerejeira, que lembra, que, enquanto o salário mínimo é “definido por decreto”, o valor que consta no acordo de rendimentos para o salário médio “é um valor indicativo para as empresas”. “No último ano, a remuneração média até cresceu mais do que aquilo que tinha sido acordado“, acrescenta o professor da Universidade do Minho, notando, que “foi um ano bastante favorável, quer do ponto de vista do aumento dos salários, quer do ponto de vista do aumento do emprego“.

Em 2023, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou para 1.505 euros, uma subida de 6,6% face ao período homólogo (mais 93 euros).

Por outro lado, o economista Pedro Braz Teixeira alerta que estes aumentos “pressupõem um aumento da produtividade que a economia não tem tido nos últimos anos“, pelo que antevê alguns riscos. Esta tem sido, aliás, uma das críticas das confederações patronais, que avisam que os aumentos salariais têm que ser sustentados em indicadores económicos. Também João Cerejeira “preferia” que a subida do salário mínimo estivesse em parte “condicionada ao crescimento do PIB”.

Numa resposta indireta a estas críticas, no final da última de Concertação Social e depois de ter apresentado esta proposta, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, garantiu que a proposta de acordo é ” também” virada “para o crescimento económico e para a competitividade”.

Neste contexto, Pedro Braz Teixeira avisa que, com a aproximação entre o salário mínimo e o salário médio, “as progressões ficam muito mais limitadas“, dado que a “hipótese de haver aumentos dos salários estreita”.

Por outro lado, para que consigam fazer face ao valor do salário mínimo, as empresas “acabam por aumentar menos os outros trabalhadores” que estão “na proximidade com o salário mínimo porque não há aumentos de produtividade para pagar estes aumentos”, acrescenta.

Se as empresas gastam mais com os trabalhadores que recebem o salário mínimo têm que gastar menos com os outros que ganham pouco mais“, sinaliza. Para o economista, é esse fator que explica que “uma subida tão grande do salário mínimo nos últimos anos” não se tenha traduzido num aumento do desemprego. O impacto, “a ter existido“, é “essencialmente nos preços”, acrescenta João Cerejeira.

“Quando olhamos para os preços dos setores que têm maior percentagem de trabalhadores a receber o salário mínimo, os preços desses setores tendem a aumentar mais do que os preços para a média da economia”. Ou seja, “uma parte muito significativa deste aumento do salário mínimo está a transferir-se para os consumidores“, resume.

Por isso, o que pode “condicionar o sucesso” da revisão em alta do salário mínimo está na trajetória de crescimento da economia portuguesa. Se o país continuar a crescer acima da média europeia, “não haverá consequências no emprego“, antecipa. No entanto, o economista alerta para o abrandamento que se está a verificar em alguns países europeus, nomeadamente na Alemanha, “que acaba por ter reflexos em Portugal”.

“Se as nossas empresas não forem capazes de direcionar as exportações para outros mercados fora da zona euro, com crescimento mais forte, aí sim ficamos mais dependentes da economia europeia e, portanto, o atingir desse objetivo sem haver uma deterioração no mercado de trabalho é mais difícil”, precisa o professor da Universidade do Minho.

Já o professor catedrático e presidente do ISEG realça que a aproximação entre salário mínimo e salário médio “não teria grande mal”, num contexto em que a inflação fosse nula, dado que se conseguiria “manter um poder aquisitivo”. No entanto, “o grande problema é que, muitas vezes o que acontece é que o número de trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo nacional aumenta” e, por outro lado, “às vezes é corroído pela inflação”.

“Os prejudicados acabam por ser aqueles que estão a ganhar ligeiramente mais do que o salário mínimo, que ficam a ganhar o salário mínimo e não são aumentados”, refere João Duque, dando como exemplo os setores do turismo e a restauração. Ainda assim, acredita, que “em alguns setores”, como é o caso da saúde ou tecnologia, o salário médio pode subir, em função da “dificuldade” em reter “talento especializado”.

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Pedro Nuno responde aos críticos. “Prefiro perder eleições a abdicar de convicções”

  • Lusa e ECO
  • 29 Setembro 2024

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, pede para não se ilibar o Chega de "responsabilidades políticas" e acusou o governo de radicalismo por "governar para uma minoria" com o IRS Jovem.

“Eu prefiro, para ser claro e frontal com todos vós, perder eleições a defender as nossas convicções e aquilo que achamos que é o melhor para o país do que abdicar das nossas convicções para evitar eleições com medo de as perder”, afirmou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, no encerramento do 19º Congresso Regional do PS/Açores que está a decorrer no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. É a resposta às críticas, incluindo os pedidos de Marcelo Rebelo de Sousa para fazer um “esforço” na negociação da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

Este domingo, Pedro Nuno Santos defendeu que o “voto dos portugueses tem de ser respeitado” e reiterou que “o tempo da tática política acabou”. “Uma viabilização do por parte do PS tem consequência. Não podia deixar de ter. Eu sei, mesmo cá dentro, há quem ache que devíamos viabilizar sem ver, mas para isso tinham de ter um secretário-geral diferente. Nós não viabilizamos OE sem ver. Era o que faltava”, reforçou.

O líder socialista salientou que o PS “não quer fazer o Orçamento” e insistiu na retirada o IRS Jovem e da baixa do IRC na proposta do Governo. “Não queremos sequer 50% do Orçamento. Não queremos desenhar um OE a meias com quem governa. Quem governa tem de apresentar o OE e a posição tem de fazer o juízo, a análise e a avaliação”, vincou.

Nesse discurso, Pedro Nuno Santos pediu para que não se ilibe o Chega de “responsabilidades políticas” e acusou o governo de radicalismo por “governar para uma minoria”, devido à proposta do IRS Jovem. “Não façam é o favor ao Chega de o ilibar de ser também um partido com responsabilidades políticas. Não isentem o Chega de responsabilidades. Não isentem o Chega de avaliação e de crítica porque esse é o pior serviço que estão a fazer à democracia portuguesa“, atirou.

(Em atualização)

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De Viana ao Funchal, conheça a estratégia dos portos nacionais para “zarpar” o crescimento

O porto de Setúbal está a investir numa nova concessão de ro-ro para pesados, Viana quer afirmar-se como porto industrial e a Madeira quer concorrer com as Caraíbas nos destinos de cruzeiros.

Atrair novos investimentos para apostar no crescimento, na digitalização e na sustentabilidade é uma das prioridades para os portos nacionais, que têm vindo a debater-se com faltas de capital para responder às suas necessidades. O Governo promete ajudar o setor a crescer e já anunciou uma medida há muito reclamada: aumentar o prazo das concessões portuárias de 30 para 75 anos. Apesar de reconhecer que cada porto é um porto, o Executivo quer uma “visão coordenada” para a indústria.

Queremos maximizar o potencial de cada porto, ter novos terminais, novos players – e isto é muito importante. Para isso tem de haver uma mudança e essa primeira mudança tem a ver com o que são as concessões dos terminais portuários”, que vão passar de 30 para 75 anos, explicou Hugo Espírito Santo, durante a iniciativa Porto Maritime Week, que decorreu esta semana em Matosinhos.

Tem de haver uma visão coordenada nacional para os portos e cada um “irá apresentar um plano concreto para o seu crescimento”, adiantou o secretário de Estado, reforçando o seu compromisso para apoiar os portos nacionais em áreas chave.

No caso do Porto de Leixões, o governante defende que é preciso aumentar a capacidade, nomeadamente em contentores; Aveiro tem de expandir-se geograficamente, explorando a sua vocação industrial; Figueira da Foz tem de ser capaz de encontrar novas oportunidades; o Porto de Lisboa tem de rever a simbiose entre o porto e a cidade; Setúbal é um dos portos com maior potencial do país; e Sines tem a possibilidade de expandir terminais.

Leixões: novos projetos para responder à procura

A ausência de obras para aumentar o Porto de Leixões é um dos grandes desafios que o porto nortenho tem enfrentado nos últimos anos para dar resposta às necessidades da região. No início deste ano, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A. (APDL) anunciou que vai avançar com o projeto de modernização e reordenamento das vias portuárias do Porto de Leixões, que estará concluída em 2027.

Além desta empreitada, o organismo liderado por João Neves está agora a concluir o novo plano estratégico para apresentar à tutela, assente em três pilares: sustentabilidade económica e competitividade; sustentabilidade ambiental; sustentabilidade social. Segundo o responsável, está a apostar em “investimentos para que porto de Leixões esteja daqui a 10 anos com a capacidade instalada de que precisa“.

Segundo adiantou o gestor, o Porto de Leixões está a trabalhar na modernização das vias rodoviárias do porto e da ponte móvel, na construção de novo centro inspetivo e na viabilização da conclusão do polo 2 da plataforma logística. “Há ainda um conjunto de projetos seletivos no âmbito do sustentável 2030 para serem apoiados”, sintetizou.

Viana quer assumir-se como porto industrial

Porto de Viana do CasteloAPDL

Ainda mais a Norte, o porto de Viana do Castelo assume uma “vocação mais industrial”, segundo explica João Neves. O responsável diz que é preciso “criar condições para, como fazem Aveiro, as indústrias que precisam ter o apoio do navio para poderem operar, ou porque importam matérias-primas, ou porque exportam matéria acabada que precisa sair diretamente para o navio”.

Temos em Viana condições para poder crescer e criar porto industrial que permita movimentar mais carga”, destaca João Neves.

Setúbal vai ter nova concessão de ro-ro de pesados

O Porto de Setúbal é considerado um dos portos com maior potencial para crescer no país. A proximidade da Autoeuropa, em Palmela, e a proximidade geográfica do novo aeroporto de Lisboa abrem oportunidades para esta infraestrutura, que vai explorar uma nova concessão direcionada para o segmento automóvel de pesados.

Segundo explicou o presidente do Conselho de Administração dos Porto de Setúbal (APSS) e LIsboa (APL), Carlos Correia, está a ser preparado um programa de novas concessões, na mesma altura que está a concluir-se o processo de renegociação das concessões atuais para a prorrogação por mais 10 anos quer do terminal da zona 1, quer da zona 2. As novas concessões “estarão preparadas para suportar as eólicas offshore, mas não se esgotam nisso”. “Preveem possibilidade de ter outros tipos de movimentação de carga, associada a essas eólicas offshore“, explicou Carlos Correia.

“No lançamento desta nova concessão em termos de ro-ro [Roll on Roll Off para automóveis e veículos], de expansão da área do ro-ro, queremos que não se esgote só no ro-ro ligeiro de automóveis. Queremos captar um segmento de mercado do ro-ro pesado, de trailers, anunciou o responsável, justificando a aposta com a proximidade da Autoeuropa.

“Setúbal tem esse potencial. Temos ali a fábrica da Autoeuropa que nos tem sinalizado o potencial que existe para termos esse segmento de mercado no porto de Setúbal, que será adjacente ao terminal atual. Ali terá a nova concessão para dar resposta ao ro-ro de pesados em termos de trailers“, adiantou.

Em termos estratégicos globais, realça que “a questão dos novos combustíveis, da nova energia, da transição energética assume particular relevo”. “Pela sua vocação industrial e pelos espaços disponíveis, olhamos para o porto de Setúbal como tendo esse potencial de atrair negócios associados a novos combustíveis, quer para shipping, quer até para o novo aeroporto”, refere.

“À volta de Alcochete desenvolver-se-á uma nova cidade portuária e um centro logístico e isso trará potencial e novos desafios para porto de Setúbal”, remata Carlos Correia.

Lisboa: hub da inovação marítimo-portuária

Em relação ao Porto de Lisboa, o presidente do Conselho de Administração dos Porto de Setúbal (APSS) e Lisboa (APL) vê-o com “potencial de atração de áreas de inovação na lógica marítimo-portuária”. “Ter esta nova componente de atrair para o porto e constituir-se como um polo de inovação”, completou durante o evento.

Num momento em que se prepara para negociar as concessões da zona oriental de Lisboa, atualmente com cinco concessões, Carlos Correia refere que “parte dessas [concessões] termina o prazo no próximo ano ou em 2026″. Sendo que três admitem prorrogação por mais cinco anos e outras não a admitem. Idealizamos a redução do número de concessões. São concessões demasiadamente retalhadas que condicionam a sua operacionalidade. O que vamos propor é a redução do número de concessões. Idealizamos ali um terminal de contentores e um terminal multiusos — duas concessões. O secretário de Estado depois dirá”, frisou.

Aveiro: porto vocacionado para a indústria

Eduardo Feio, presidente do Porto de Aveiro tem-se batido pela necessidade de aumentar a capacidade de entrada na barra de Aveiro, para acolher navios maiores. O responsável considera que o Porto de Aveiro tem “grande experiência industrial”, em apoiar a indústria da região Centro. Uma estratégia que Eduardo Feio visa prosseguir.

De olho na sustentabilidade, Eduardo Feio acredita que o Porto de Aveiro pode “capacitar-se como hub de energia”, tendo uma nova concessão para uma empresa de combustíveis.

Na área industrial, o responsável destacou que o Porto de Aveiro “movimenta mais 500 mil toneladas de químicos e está a crescer nesse setor.”

Madeira quer ser “as novas Caraíbas”

Finalmente, o Porto da Madeira tem vários investimentos em curso, procurando “arrepiar caminho” na sustentabilidade e reforçar a aposta como itinerário de cruzeiros. “Da mesma forma como hoje temos as Caraíbas como referência no mundo dos cruzeiros, gostávamos que daqui a uma geração se dissesse ‘vamos à Macaronésia’. Criar um novo destino turístico nesta região do Atlântico”, explica Paula Cabaço, presidente da APRAM.

“Estamos a reforçar a presença junto da indústria de cruzeiros enquanto porto de destino de cruzeiros no corredor do Atlântico e a reforçar a parceria com Canárias, Cabo Verde e Açores, os nossos parceiros de itinerário nesta bacia geográfica da Macaronésia”, detalhou a responsável pela estratégia do Porto da Madeira.

Outra prioridade do Porto da Madeira é o abastecimento de navios a eletricidade. “Estamos a fazer uma avaliação técnica e financeira da que será melhor solução para abastecer navios a eletricidade no porto do Funchal. O número de cruzeiros preparados para ligar se ligar a terra, percentualmente é muito superior ao número de portos europeus preparados para receber estes navios”.

“Temos de arrepiar caminho, 2030 é amanhã. A indústria dos cruzeiros é muito pioneira e está à frente e temos que concluir os nossos estudos e encontrar a melhor solução“, destacou.

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Indústria do café apreensiva com sabor amargo do regulamento anti-desflorestação da UE

A indústria do café está com dificuldade em cumprir legislação da UE contra a desflorestação, que entra em vigor no final do ano. Pede mais tempo para cumprir os requisitos.

A União Europeia (UE) tem novas regras para ajudar a desflorestação em todo o mundo. A indústria do café concorda com o regulamento europeu anti-desflorestação (EUDR), que entra em vigor a 30 de dezembro, mas pede o adiamento do prazo de implementação por considerar que não estão reunidas as condições para cumprir esse calendário. A legislação tem como objetivo obrigar as empresas a garantir que os produtos vendidos na UE não se encontram em terrenos desflorestados.

A Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) apoia o novo regulamento europeu anti-desflorestação (EUDR), mas pede a prorrogação do prazo de implementação e justificam que os pequenos produtores de café precisam de tempo, estruturas e recursos suficientes para cumprir o regulamento que entra no final do ano.

“A União Europeia está a pôr a carroça à frente dos bois e não temos tempo de absorver esta nova burocracia e pôr isto a funcionar, principalmente os países de origem. Angola não sabia sequer deste regulamento”, afirma a secretária-geral da AICC, em declarações ao ECO. “É um trabalho burocrático gigantesco”, reforça Cláudia Pimentel.

A União Europeia está a pôr a carroça à frente dos bois e não temos tempo de absorver esta nova burocracia e pôr isto a funcionar, principalmente os países de origem. Angola não sabia sequer deste regulamento.

Cláudia Pimentel

Secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café

“Concordamos com a legislação EUDR, mas solicitamos o adiamento porque não há, ainda, condições para a implementação do regulamento”, explica ao ECO a secretária-geral da AICC. Cláudia Pimentel justifica esse adiamento devido à “falta de preparação dos países produtores e à falta de clarificação do sistema informático/plataforma que servirá de base a todos os operadores envolvidos no processo”.

A Nestlé Portugal assume ao ECO que está a ser “afetada pelo Regulamento Europeu Anti-Desflorestação“, apesar de estarem “confiantes com a capacidade de cumprir o regulamento, graças ao nosso trabalho de longa data na prevenção da desflorestação”.

“A Nestlé é afetada pelo EUDR devido à ampla gama de produtos no nosso portfólio. Esses produtos contêm ingredientes fornecidos por fornecedores e produtores localizados em vários países, e são transformados e vendidos em toda a Europa e todo o mundo”, explica ao ECO Gonçalo Granado, diretor de comunicação da Nestlé Portugal. O responsável apela que é “necessária mais clareza em relação a alguns aspetos práticos, incluindo como os Estados membros da UE planeiam implementar este regulamento”.

Já o Grupo Nabeiro-Delta Cafés garantiu apenas que “não estão a comprar mais stock” antes de a lei entrar em vigor, mas sim a “tentar ajudar os pequenos agricultores via International Coffee Partners (ICP)”.

É necessária mais clareza em relação a alguns aspetos práticos, incluindo como os Estados membros da UE planeiam implementar este regulamento.

Gonçalo Granado

Diretor de comunicação da Nestlé Portugal

Apesar de faltarem apenas três meses para este novo regulamento entrar em vigor, a Associação Industrial e Comercial do Café concorda com a falta de clareza. “Na verdade nenhum de nós sabe como vai funcionar esta plataforma que foi criada pela União Europeia e só vai estar disponível para inscrição em novembro. Nós temos acesso aos relatórios dos testes e sabemos que não estão a correr muito bem porque existem muitas dificuldades e mutas dúvidas”, refere a a secretária-geral da AICC.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que é a autoridade competente para a aplicação do regulamento europeu anti-desflorestação (EUDR) em Portugal, indicou ao ECO que “tem realizado várias reuniões com associações setoriais, incluindo a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), de forma a sensibilizar e a preparar as empresas para o cumprimento das obrigações do EUDR”.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas adiantou que a “Comissão Europeia encontra-se a desenvolver material de apoio à implementação do EUDR para operadores e comerciantes que se prevê seja publicado ainda em setembro”.

Uma avaliação realizada ao grau de preparação no Uganda, uma das regiões do projeto da ICP, revelou que os produtores de café do país ainda não estão preparados para cumprir o EUDR. “Atualmente, apenas cerca de 10% dos produtores de café do Uganda tem o seu café rastreado.

Para cumprir os requisitos do EUDR, os agricultores ugandeses terão de desenvolver um sistema de rastreabilidade eficaz, que provavelmente exigirá anos de planeamento, aperfeiçoamento e melhoria das competências, bem como um investimento inicial significativo”, alerta a International Coffee Partners.

Este regulamento vai implicar que todos os intervenientes na venda de café, desde a produção até ao aos hipermercados, entrem na plataforma para validarem as operações. A Associação Industrial e Comercial do Café exemplifica ainda que “os pequenos produtores do Brasil dizem não estar preparados“, enquanto a Colômbia “diz estar praticamente pronta a 100% para arrancar com o projeto”.

Pequenos produtores de café podem optar por países fora da UE devido ao novo regulamento

A International Coffee Partners (ICP), que é formada por empresas familiares europeias de café, como a Delta Cafés de Portugal, Franck da Croácia, Paulig da Finlândia, Joh. Johannson da Noruega, Löfbergs da Suécia, Lavazza da Itália, Neumann Kaffee Gruppe da Alemanha e Tchibo da Alemanha, afirma que o “cumprimento da EUDR representa agora outro grande desafio” e receia que “muitos produtores não conseguirão responder a todos os requisitos necessários até ao final de 2024 pelo que, podem ser excluídos do mercado da União Europeia”.

A somar ao desafio do regulamento europeu anti-desflorestação, a International Coffee Partners realça ainda que “os 12,5 milhões de pequenos produtores de café no mundo, que produzem até 80% do café mundial, dependem da volatilidade dos mercados e estão expostos a riscos climáticos crescentes, ao aumento dos preços de produção e a outros fatores económicos externos”.

A International Coffee Partners alerta que “é provável que os agricultores transfiram a comercialização dos produtos para países fora da União Europeia” e que “estes resultados não contribuem para a redução do risco de desflorestação”. A Associação Industrial e Comercial do Café corrobora a ideia e antecipa ao ECO que esses produtores “vão optar por vender para a Ásia ou Americana Latina, já que não têm que estar sujeitos a essas regras morosas”.

Alguns produtores vão optar por vender para a Ásia ou Americana Latina, já que não têm que estar sujeitos a essas regras morosas.

Cláudia Pimentel

Secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café

“Não podemos obrigar os países terceiros a implementar uma medida europeia. Partimos do pressuposto que estes países têm interesse para vender para a Europa, mas na verdade temos cada vez mais países a consumir café que antes não consumiam, como é o casos da Ásia e mesmo todo o americano e latino-americano”, salienta a secretária-geral da AICC.

O regulamento anti-desflorestação da UE abrange produtos tradicionalmente associados a riscos elevados de degradação dos ecossistemas florestais, como o óleo de palma, a carne bovina, café, cacau, soja, madeira, borracha, bem como produtos derivados (como carne de vaca, mobiliário ou chocolate).

De acordo com o IAPMEI, “todas as empresas que comercializem ou exportem este tipo de produtos a partir da UE são obrigadas a assegurar o seu rastreamento ao longo das cadeias de valor, no sentido de identificar e minimizar os riscos decorrentes da pegada florestal que possam acarretar, e das suas repercussões em termos de impactos ambientais e sociais”.

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Governo aumenta em 25% valor pago aos bombeiros dos fogos de setembro

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

O Governo anunciou um aumento de 25% do valor diário pago aos bombeiros voluntários que combateram os incêndios rurais entre 15 e 19 de setembro.

O Governo decidiu atribuir um aumento de 25% do valor diário pago aos bombeiros voluntários afetos ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) que combateram os incêndios rurais entre os dias 15 e 19 deste mês, correspondendo a um acréscimo entre os 16,8 euros e os 19,6 euros. Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) avança que o secretário de Estado da Proteção Civil “assinou esta semana o despacho de majoração do valor diário atribuído”, com o objetivo de “retribuir simbolicamente o esforço adicional dos bombeiros voluntários afetos ao DECIR”.

O despacho majora em 25% os valores diários pagos – respetivamente 67,30 euros e 78,30 euros, consoante se trate de bombeiros integrantes das várias equipas ou bombeiros do quadro de comando – entre os dias 15 e 19 de setembro, inclusive, período em que uma vaga de incêndios assolou o centro e norte do país.

De acordo com o MAI, “foi transmitido à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para, com a maior brevidade possível, apurar os valores devidos ao abrigo deste despacho e promover a transferência dos valores para as associações humanitárias com a máxima brevidade“.

Salientando o “empenho extraordinário” destes profissionais, o Governo diz tratar-se de um “primeiro sinal, ainda que simbólico”, do reconhecimento dos “bombeiros como a coluna vertebral da Proteção Civil” e do trabalho que o executivo está a desenvolver para a “sua valorização”.

A ministra da Administração Interna e o secretário de Estado da Proteção Civil, em nome do Governo, encetaram todos os esforços para, apesar da conhecida exigência orçamental, retribuir a extraordinária mobilização a que uma vez mais assistimos, por parte de milhares de mulheres e homens bombeiros voluntários afetos ao DECIR“, lê-se no comunicado.

Recordando o “período difícil e exigente em matéria de combate a incêndios rurais, com especial destaque nas zonas Centro e Norte do país”, que o país mais uma vez atravessou, o executivo diz estarem ainda “em curso” os levantamentos dos “prejuízos económico-sociais e humanos assinaláveis” causados pelos fogos.

“Todos os agentes de Proteção Civil, e em especial os bombeiros, demonstraram ser, uma vez mais, verdadeiros exemplos de resiliência e empenho, num contexto em que o DECIR foi colocado sob forte pressão e empenho máximo de meios”, remata.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios da passada semana. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.

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Há mais países da UE a favor de restrições à imigração

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

Cada vez mais Estados-membros da União Europeia, incluindo Alemanha e França, querem restringir políticas migratórias, com muitos a reclamarem mesmo uma revisão do Pacto para as Migrações e Asilo

Há cada vez mais Estados-membros da União Europeia (UE), incluindo os ‘pesos pesados’ Alemanha e França, que querem restringir políticas migratórias, com muitos a reclamarem mesmo uma revisão do Pacto para as Migrações e Asilo recentemente acordado.

Apesar de o acordo em torno do novo pacto migratório, negociado durante quase uma década, ter sido alcançado apenas há alguns meses, e de este já prever um endurecimento das regras, sobretudo a nível de controlo de fronteiras e de repatriamento, são já vários os países que defendem a sua revisão para dificultar ainda mais a entrada de migrantes. Neste verão, Berlim e Paris juntaram-se ao grupo de capitais que defendem uma abordagem mais securitária.

Se antes eram apenas ‘pequenos’ países com regimes mais autoritários, casos de Hungria e Eslováquia, a advogar uma política migratória com ‘mão pesada’ — aos quais se juntou a Itália desde a eleição, há cerca de dois anos, de um governo de direita e extrema-direita liderado por Giorgia Meloni -, agora são vários os governos nacionais que defendem um endurecimento das regras, num contexto de agravamento dos conflitos à escala global e consequente aumento dos fluxos de refugiados, e de subida dos partidos de extrema-direita que fazem do combate à imigração a sua grande ‘bandeira’.

A estes países juntam-se, numa linha cada vez mais ‘dura’, Países Baixos e a Suécia, havendo também cada vez mais adeptos de acordos com países terceiros para externalizar os procedimentos de asilo, sendo cada vez mais apontado como exemplo o acordo estabelecido entre Itália e Albânia para a criação de dois centros de acolhimento em território albanês a serem geridos pelas autoridades italianas (embora estes tardem em estar operacionais).

Berlim e Paris, duas capitais até recentemente defensoras de políticas migratórias justas, humanistas e coordenadas, mudaram de forma radical o seu discurso, questionando mesmo as regras de Schengen, o espaço de livre circulação de pessoas, que agora consideram demasiado livre.

O governo alemão apresentou, há cerca de duas semanas, um pacote de medidas de “resposta clara aos problemas de segurança”, como sublinhou a ministra do interior, Nancy Faeser. A decisão surge assumidamente como resposta ao ataque terrorista em Solingen, que fez três mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), e à ascensão da extrema-direita no país.

O governo alemão apresentou, há cerca de duas semanas, um pacote de medidas de “resposta clara aos problemas de segurança“, como sublinhou a ministra do interior, Nancy Faeser. A decisão surge assumidamente como resposta ao ataque terrorista em Solingen, que fez três mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), e à ascensão da extrema-direita no país.

O plano do executivo liderado pelo socialista Olaf Scholz, que pretende aliviar a pressão interna para travar a imigração ilegal, inclui medidas de segurança, restrições nos serviços aos requerentes de asilo e medidas para facilitar a expulsão de migrantes.

O estabelecimento de novos controlos nas fronteiras com a Bélgica, Dinamarca, França, Países Baixos e Luxemburgo, desde o dia 16 de setembro, que se somam aos já existentes com a Polónia, a República Checa, a Suíça e a Áustria, tem sido a mudança mais polémica.

Como Governo Federal, estamos a fazer o que é necessário e legalmente possível para garantir a segurança das pessoas na Alemanha. Estamos a alargar os instrumentos da nossa democracia orientada para a defesa, a fim de prevenir, resolver e sancionar as infrações penais“, apontou Faeser. Além disso, a ministra garante que as autoridades passam a ter “mais facilidade em manter as armas longe das mãos de extremistas, terroristas e criminosos ou em retirá-las, melhorando também o intercâmbio de informações entre as agências envolvidas”.

Os requerentes de asilo perderão a proteção do Estado se saírem de férias para o seu país de origem, por exemplo, com algumas exceções. Deixarão também de ter o reconhecimento do Governo se forem condenados por crimes graves, como antissemitismo, racismo, homofobia ou misoginia. Além disso, a iniciativa do Governo procura acelerar a expulsão de requerentes de asilo que se encontram na Alemanha e a sua entrada inicial foi registada noutro país da União Europeia (UE), de acordo com a Convenção de Dublin. “Quem recebe a nossa proteção não deve abusar dela, caso contrário terá de abandonar o nosso país”, disse a ministra do Interior alemã.

Na mesma linha parece seguir a França, agora sob um governo de direita liderado por Michel Barnier, que já assumiu a vontade de reabrir as negociações sobre o Pacto Europeu para as Migrações e adotar uma posição mais rigorosa em matéria de migração, seguindo o exemplo dos ‘vizinhos’ Alemanha e Países Baixos. “Temos de rever as legislações da UE que já não estão adaptadas. Estou a pensar, em primeiro lugar, na diretiva do ‘regresso’. É tempo de mudar as regras da UE”, defendeu recentemente o novo ministro do Interior, Bruno Retailleau.

Na mesma linha parece seguir a França, agora sob um governo de direita liderado por Michel Barnier, que já assumiu a vontade de reabrir as negociações sobre o Pacto Europeu para as Migrações e adotar uma posição mais rigorosa em matéria de migração, seguindo o exemplo dos ‘vizinhos’ Alemanha e Países Baixos. “Temos de rever as legislações da UE que já não estão adaptadas. Estou a pensar, em primeiro lugar, na diretiva do ‘regresso’. É tempo de mudar as regras da UE“, defendeu recentemente o novo ministro do Interior, Bruno Retailleau.

Paris diz também compreender a decisão de alguns países da UE de reintroduzirem controlos fronteiriços no espaço Schengen, tendo, a propósito, Barnier observado que vários governos socialistas estão a ir nessa direção, dando como exemplo a Alemanha, a Dinamarca e ainda o Reino Unido. “Estamos a ver o que um chanceler socialista está a fazer [em matéria de controlos fronteiriços], o que um ministro socialista está a fazer na Dinamarca, o que um primeiro-ministro socialista está a fazer no Reino Unido, isto deveria ser um sinal de alerta para nós“, afirmou Michel Barnier.

Já não fazendo parte do bloco comunitário, o Reino Unido é outro ‘caso de estudo’ no atual contexto, já que, eleito em julho passado, o novo primeiro-ministro britânico, o líder trabalhista (esquerda) Keir Starmer, que rejeitou o plano do anterior governo conservador britânico de expulsar migrantes para o Ruanda, assumiu-se agora como entusiasta do modelo italiano de Meloni.

Depois de confrontado com os maiores motins no Reino Unido desde 2011, que tiveram como alvo mesquitas e albergues de migrantes em todo o país, Starmer admite agora replicar o ‘modelo’ italiano, tendo-se deslocado a Roma há menos de duas semanas para perceber o que classificou como “progressos notáveis” de Itália no combate à imigração ilegal, afirmando concordar com “novas soluções” a serem aplicadas também no Reino Unido.

Starmer admitiu estar particularmente interessado nos acordos estabelecidos pelo Governo de Meloni com as autoridades da Líbia e da Tunísia, para reduzir o número de partidas desde estes dois países do Magrebe, mas também foi abordado o polémico acordo estabelecido em novembro do ano passado entre Roma e Tirana com vista à criação de dois centros de migrantes na Albânia.

Entre os Estados-membros da UE já com políticas mais estritas, e além da Hungria ‘de’ Viktor Orbán – desde há muito crítica da política migratória europeia – contam-se atualmente a Suécia, com um Governo conservador apoiado pela extrema-direita, e os Países Baixos, com um Governo dominado pela extrema-direita de Geert Wilders.

Entre os Estados-membros da UE já com políticas mais estritas, e além da Hungria ‘de’ Viktor Orbán – desde há muito crítica da política migratória europeia – contam-se atualmente a Suécia, com um Governo conservador apoiado pela extrema-direita, e os Países Baixos, com um Governo dominado pela extrema-direita de Geert Wilders.

Na Suécia, que tradicionalmente recebia um grande número de imigrantes desde a década de 1990, principalmente de regiões assoladas por conflitos – incluindo a antiga Jugoslávia, Síria, Afeganistão, Somália, Irão e Iraque – a nova política de combate à imigração decretada pelo líder conservador Ulf Kristersson — que chegou ao poder em outubro de 2022, formando um bloco maioritário com o apoio do partido nacionalista Democratas Suecos — já está a “produzir frutos”, como o próprio Governo anunciou recentemente.

Em agosto passado, Estocolmo anunciou que o número de pessoas que deixam a Suécia deverá ultrapassar o número de imigrantes em 2024, o que acontece pela primeira vez em mais de meio século. Ao mesmo tempo, os pedidos de asilo continuam a diminuir e atingiram o nível mais baixo desde 1997.

Também noutro país escandinavo até há poucos anos famoso pela sua política de acolhimento de migrantes, a Dinamarca, a política mudou radicalmente nos últimos anos, com o atual Governo socialista a utilizar cada mais os termos “autossuficiência e retorno” em vez de “integração”, à medida que a opinião pública dinamarquesa se foi manifestando cada vez mais contra o grande número de migrantes no país e a extrema-direita poderia capitalizar esse descontentamento.

Nos Países Baixos, o Governo, que chegou ao poder em julho, anunciou na semana passada o programa de ação para 2025, que inclui políticas mais rigorosas para reter ou expulsar os migrantes que não reúnam as condições necessárias para obter asilo, no que constitui uma reforma radical do sistema de asilo do país, e que prevê mesmo uma opção de “não participação” nas políticas de migração da UE.

E é neste cenário de um número crescente de Estados-membros a advogar políticas migratórias mais restritivas — e com conflitos como a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente ‘às portas’ da Europa — que arranca a nova legislatura a nível da UE na sequência das eleições de junho passado, que ameaça ficar marcada pela nova resposta do bloco comunitário aos desafios em termos de migrações e asilo.

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Espanha acaba com IVA zero nos alimentos e quase três anos de medidas contra inflação

  • ECO
  • 29 Setembro 2024

Espanha acaba na terça-feira com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando com quase três anos de medidas extraordinárias.

Espanha acaba na terça-feira com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando assim com quase três anos de medidas extraordinárias para controlar a inflação.

O Governo de Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia (UE) e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Acabou por fechar 2022 com a inflação mais baixa da UE (5,7%) e no ano passado a taxa continuou a baixar, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.

Segundo os dados mais recentes das autoridades nacionais e europeias, a inflação em Espanha foi 2,3% em agosto, próxima da média da UE (2,4%).

A estimativa do Banco de Espanha é que a inflação se modere para 2,9% este ano, para 2,1% em 2025 e para 1,8% em 2026.

Só ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com um valor de cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás ou um desconto na compra de combustíveis.

Entre as medidas que foram sendo adotadas desde 2022 e que permanecem em vigor estão taxas reduzidas de IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) de alguns alimentos.

Assim, alimentos considerados de primeira necessidade (leite, pão, ovos, hortaliças, frutas) estão com IVA zero em Espanha desde janeiro de 2023. O azeite passou a fazer parte deste grupo de alimentos em 01 de julho deste ano e está também sem IVA desde então.

A partir de terça-feira e até e 31 de dezembro, estes alimentos passam a ter 2% de IVA, com o Governo espanhol a estimar que voltarão a ter a taxa habitual de 4% a partir de 01 de janeiro de 2025, atendendo às previsões de moderação da inflação.

Outro grupo de alimentos, como massas e óleos de origem vegetal, estão com IVA reduzido de 5%. Na terça-feira, o IVA destes produtos passará para 7,5% antes de voltar aos 10% normais, previsivelmente, em 01 de janeiro de 2015.

Também estão ainda em vigor, até ao final do ano, descontos nas contas e taxas reduzidas de IVA da eletricidade (que esteve em Espanha nos 5% em 2022 e 2023 e passou para os 10% este ano).

Mantêm-se igualmente em vigor até dezembro descontos nos passes para transportes públicos e nas portagens.

Quando decidiu prolongar estas medidas pela última vez, em meados deste ano, o Governo espanhol garantiu que estava a ter em consideração o pedido da Comissão Europeia para serem levantados os apoios extraordinários adotados a nível nacional para responder à escalada da inflação e daí os termos em que foi aprovado o prolongamento de algumas medidas e o seu fim progressivo.

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A um ano das autárquicas, há dois “dinossauros” que querem voltar

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

Pelo menos dois antigos presidentes de câmara já anunciaram que serão candidatos nas eleições autárquicas de 2025. Do total de presidentes que não podem recandidadar-se, a maior parte é do PS.

Pelo menos dois antigos presidentes de câmara já anunciaram que serão candidatos nas eleições autárquicas de 2025, às quais estão impedidos de se recandidatar cerca de um terço dos atuais presidentes, devido à lei da limitação dos mandatos autárquicos.

Por um lado, em Setúbal, a ex-presidente Maria das Dores Meira, eleita pela CDU em três mandatos consecutivos, nas eleições autárquicas de 2009, 2013 e 2017, já confirmou que se vai recandidatar à presidência do município sadino, mas agora como independente, em 2025.

Por outro, o antigo presidente da Câmara de Estremoz Luís Mourinha também anunciou que vai voltar a ser candidato à presidência deste município do distrito de Évora. Luís Mourinha foi presidente do município durante 12 anos eleito pela CDU e outros 10 pelo Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), pelo qual vai agora concorrer novamente. O último mandato de Mourinha foi interrompido em 2019, quando o tribunal o condenou, com a pena acessória de perda de mandato, pelo crime de prevaricação.

Cerca de um terço dos 308 presidentes de câmara eleitos em 26 de setembro de 2021 não poderá recandidatar-se em setembro ou outubro de 2025 devido ao limite de eleição em três mandatos consecutivos à frente do mesmo município, imposto por lei. A maior parte destes 103 autarcas são de municípios socialistas.

Pelo menos outros 30 que estavam nesta situação de fim de ciclo foram deixando os cargos aos respetivos vice-presidentes, dois dos quais recentemente: Ricardo Gonçalves (PSD) era presidente da Câmara de Santarém quando, em 30 de agosto, anunciou a suspensão do mandato para assumir a presidência do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e o também social-democrata Benjamim Pereira suspendeu, no início de setembro, o mandato na Câmara de Esposende para presidir ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

Do total de presidentes em final de mandato, 54 são socialistas, 28 do PSD (sozinho ou coligado), 12 do PCP-PEV (de um total de 19 câmaras desta coligação), três do CDS-PP (de seis municípios), um é o único presidente do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, autarca em Santa Cruz, na Madeira, e cinco são independentes, entre os quais Rui Moreira, que está de saída da presidência da Câmara do Porto.

Do total de presidentes em final de mandato, 54 são socialistas, 28 do PSD (sozinho ou coligado), 12 do PCP-PEV (de um total de 19 câmaras desta coligação), três do CDS-PP (de seis municípios), um é o único presidente do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, autarca em Santa Cruz, na Madeira, e cinco são independentes, entre os quais Rui Moreira, que está de saída da presidência da Câmara do Porto.

Nas principais autarquias do país, o PSD precisa de encontrar um candidato que substitua Carlos Carreiras em Cascais (no distrito de Lisboa), Ricardo Rio em Braga, Rogério Bacalhau em Faro e Ricardo Gonçalves em Santarém, autarca que nos últimos dias foi apontado para dirigir o Instituto Português do Desporto e Juventude, com o próprio a confirmar o convite, embora ainda sem uma decisão oficial.

O PSD tem ainda de encontrar um sucessor para José Ribau Esteves, com três mandatos à frente de Aveiro, depois de já anteriormente ter cumprido o limite de mandatos na Câmara de Ílhavo (entre 1997 e 2013).

Entre outros, o PS tem em fim de mandato Basílio Horta em Sintra (Lisboa), Eduardo Vítor Rodrigues em Vila Nova de Gaia (Porto) e Rui Santos em Vila Real.

De saída está também o presidente da Câmara de Gondomar, o socialista Marco Martins, que na sexta-feira foi eleito presidente da nova empresa Transportes Metropolitanos do Porto, antecipando, assim, o final do seu terceiro mandato à frente da autarquia.

A CDU (PCP-PEV) terá de arranjar sucessores para os presidentes de Cuba (Beja), Arraiolos (Évora), Évora, Sobral de Monte Agraço (Lisboa), Avis e Monforte (Portalegre), Benavente (Santarém), Grândola, Palmela, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal (Setúbal) e Silves, no Algarve, onde em 2013 Rosa Palma retirou a câmara ao PSD.

Vítor Proença, o comunista à frente de Alcácer do Sal desde 2013, tinha anteriormente cumprido o limite de mandatos como presidente da Câmara de Santiago do Cacém, enquanto Carlos Pinto de Sá, outro ‘dinossauro’ do PCP, não se pode recandidatar a Évora pelos mesmos motivos, mas já anteriormente tinha sido presidente de Montemor-o-Novo (Évora), entre 1993 e 2013.

O CDS-PP, que sozinho tem atualmente seis câmaras municipais, vai ter de encontrar substitutos para três: António Loureiro e Santos, de Albergaria-a-Velha, e José Pinheiro e Silva, de Vale de Cambra, ambos no distrito de Aveiro, e Luís Silveira, presidente da Câmara de Velas, nos Açores.

Além de Rui Moreira, no Porto, há ainda outros quatro municípios que estão a ser dirigidos por movimentos independentes e que terão de mudar de presidente: Maria Teresa Belém, em Anadia (Aveiro), António Anselmo, autarca em Borba (Évora), Décio Natálio Pereira, na Calheta (Açores), e o madeirense Ricardo Nascimento, eleito pelo movimento Ribeira Brava em Primeiro, embora com o apoio do PSD.

As eleições legislativas de março e as europeias de junho foram oportunidades para a saída de muitos autarcas impedidos de recandidatura.

Em Aveiro foram eleitos deputados do PSD os então presidentes de Vagos, Santa Maria da Feira e Ovar, além dos autarcas de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) e de Moncorvo (Bragança).

Também foram eleitos deputados os autarcas socialistas de Arruda dos Vinhos (Lisboa), Vendas Novas (Évora) e Nazaré (Leiria).

Quando estava no terceiro mandato na Câmara de Bragança, Hernâni Dias foi eleito deputado e é atualmente secretário de Estado do Poder Local, e Rui Ladeira, presidente de Vouzela, é agora secretário de Estado das Florestas.

Nas europeias, Hélder Sousa (PSD), Carla Tavares (PS) e Isilda Gomes (PS) foram eleitos eurodeputados e deixaram a presidência das câmaras de Mafra e Amadora (Lisboa) e Portimão, respetivamente.

Outros autarcas deixaram os cargos para dirigir outras entidades: Raul Almeida já tinha deixado a câmara social-democrata de Mira (Coimbra) para presidir ao Turismo do Centro, Nuno Canta (PS) deixou a Câmara do Montijo para dirigir a AMARSUL e António Martins, que era presidente de Vimioso, suspendeu o seu terceiro mandato para dirigir a Segurança Social de Bragança.

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