69 municípios podem receber apoios para recuperar dos fogos. Medidas já foram aprovadas

Medida mais emblemática são os 100 milhões de euros que as Finanças vão adiantar já para estes 69 municípios agora oficialmente definidos como territórios em situação de calamidade.

Já estão aprovadas as medidas de apoio e recuperação dos danos causados pelos fogos que atingiram 69 municípios do Norte e Centro do país. A mais emblemática são os 100 milhões de euros que o Ministério das Finanças vai adiantar já para que estes municípios agora oficialmente definidos como territórios em situação de calamidade possam candidatar-se aos apoios.

“O Conselho de Ministros aprovou as medidas de apoio e recuperação dos danos causados pelos incêndios de 16 a 19 de setembro“, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Presidência, que serão apresentadas em conferência de imprensa às 16h00 no Campus XXI.

Estes apoios, segundo o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, passam pelo adiantamento de 100 milhões de euros para que as CCDR possam ter liquidez para suportar as despesas mais imediatas até ao final do ano. Enquanto decorrem os processos para reprogramar 500 milhões de euros de fundos de coesão — “uma coisa complexa que ainda vai demorar algum tempo” — o ministro das Finanças vai proceder ao adiantamento de 100 milhões de euros. Verbas que “em 15 dias a três semanas estarão a chegar às pessoas”, prometeu Manuel castro Almeida em entrevista à RTP3 na noite de quarta-feira.

“Na semana seguinte à disponibilização do dinheiro ele vai chegar às pessoas”, garantiu, “para além da ajuda que está a ser garantida pelas câmaras municipais”.

E são as pessoas, empresas e infraestruturas públicas e agrícolas destes 69 municípios que se poderão candidatar aos apoios, isto porque no Conselho de Ministros desta quinta-feira ficou delineados quais os territórios em situação de calamidade e que por isso são elegíveis para os apoios. Mas primeiro é preciso terminar o levantamento dos custos.

Para o Conselho de Ministros desta quinta-feira estava prevista também a aprovação de uma resolução que incumbe o Ministro da Agricultura de apresentar um “plano de ação, com marcos e metas, resultados, fontes de financiamento e cronograma para dar valor económico à floresta”, avançou Castro Almeida.

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Dia do numerário: Denária debate fraude nos pagamentos

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  • 26 Setembro 2024

"Uma sociedade que exclua o numerário enquanto meio de pagamento, é uma sociedade mais exposta à fraude", foi uma das principais conclusões do debate promovido pela Denária Portugal.

O debate inscreveu-se num conjunto de iniciativas promovidas pela Denária Portugal no âmbito do Dia do Acesso Universal aos Pagamentos em Dinheiro (vulgo “Dia do Numerário”), celebrado a 26 de setembro e que contou com a participação de Mário Frota, Mandatário da Denária Portugal, Miguel Trindade Rocha, Vice-Presidente do Observatório Português de Compliance e Regulatório, e José Neto, Administrador da Prosonic.

Da esquerda para a direita: Mário Frota, Mandatário da Denária Portugal, Miguel Trindade Rocha, Vice-Presidente do Observatório Português de Compliance e Regulatório e José Neto, Administrador da Prosonic

Na ocasião foi ainda sublinhado que a inteligência artificial irá acelerar o número de fraudes por meios de pagamento eletrónicos. O que deverá aumentar ainda mais o fosso entre o número de fraudes através de meios de pagamento eletrónicos versus o número de fraudes com numerário – já hoje em número e valor abissalmente inferiores.

A IA vai acelerar as fraudes por meios de pagamento eletrónicos

Foi ainda focado que o digital e os meios eletrónicos de pagamento, oferecem maiores possibilidades e oportunidades a quem quer cometer fraudes: “todos conhecemos alguém que já foi alvo de fraude por via eletrónica, mas não conheço ninguém que tenha sido alvo de fraude por falsificação de dinheiro”, enfatizou José Neto da Prosonic.

Miguel Trindade Rocha, por seu lado, afirmou que existe um risco crescente de fraude e de sofisticação dos mecanismos de fraude com o aumento da digitalização da sociedade e da economia. Mário Frota deu nota de que o dinheiro físico continua a ser uma forma segura e protegida de transação, sendo um mecanismo fundamental para proteger especialmente os segmentos da população com menores possibilidades e de recursos mais escassos.

Assista aqui a toda a conversa:

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Empréstimos da casa voltam a superar os 100 mil milhões

Stock de empréstimos à habitação aumentou 513,5 milhões em agosto. Superou novamente a fasquia dos 100 mil milhões de euros, atingindo o valor mais elevado desde abril de 2015.

O mercado de crédito à habitação continua a recuperar depois da “crise” marcada pela escalada das taxas de juro. O stock de empréstimos da casa superou novamente a fasquia dos 100 mil milhões de euros, atingindo o valor mais elevado desde abril de 2015.

No final de agosto, o montante de financiamentos dos bancos para a compra de casa totalizava os 103,4 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 513,5 milhões em comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta quinta-feira.

Há sete meses que sobe, depois de um período de mais de um ano de contração, por conta do impacto do agravamento do custo do crédito.

Crédito à habitação retoma

Fonte: Banco de Portugal

A retoma do mercado surge num momento em que as taxas Euribor estão em queda acentuada e dão um maior incentivo para quem quer comprar casa com recurso a financiamento bancário. A expectativa é que as Euribor — que servem de base para o cálculo da prestação nos contratos com taxa variável — continuem em tendência decrescente nos próximos meses, acompanhado o desaperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Já o montante de empréstimos ao consumo aumentou 137 milhões de euros relativamente a julho, totalizando dos 22 mil milhões de euros.

No que toca às empresas, o stock de crédito caiu 637 milhões em agosto para 72,3 mil milhões.

O supervisor detalha que as grandes empresas e as microempresas tiveram taxas de variação anual positivas (2,1% e 5,7%, respetivamente), enquanto as pequenas e médias empresas continuaram a registar taxas negativas (-2,8% e -5,4%, respetivamente).

Por setor de atividade, o setor da construção e atividades imobiliárias tiveram uma variação anual positiva de 3,9% em agosto. Já o setor das indústrias e eletricidade e o setor do comércio, transportes e alojamento apresentaram taxas de variação anual negativas de -1,7% e -1,6%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 12h09)

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Unicórnio norte-americano Iterable entra em Portugal e está a recrutar

No início do ano, a Iterable ultrapassou 200 milhões de dólares em receita anual recorrente. Hoje com 700 colaboradores, pretende nos próximos anos recrutar 100 pessoas para o hub de Lisboa.

O unicórnio norte-americano Iterable, plataforma com tecnologia IA de marketing multicanal, está a instalar-se em Portugal e tem como objetivo contratar mais de 100 pessoas nos próximos anos em Lisboa.

“A Iterable e Lisboa partilham um trajeto de crescimento rápido e empolgante. Estamos muito entusiasmados por adicionar Lisboa à nossa rede global de escritórios em expansão, que já inclui São Francisco, Denver, Nova Iorque, Londres e Sydney. À medida que continuamos a expandir e a apresentar a Iterable a mais marcas a nível mundial, Lisboa revelou-se o local perfeito para criar raízes, fomentar a nossa expansão e estimular a inovação. O ecossistema tecnológico vibrante da cidade, o talento e a posição estratégica na Europa estão perfeitamente alinhados com a nossa visão de crescimento global e inovação. Estamos motivados em fazer parte da comunidade tecnológica de Lisboa promissora”, diz Andrew Boni, CEO e cofundador da Iterable, citado em comunicado.

O unicórnio norte-americano inicia em Lisboa, com uma equipa de oito pessoas, incluindo o vice-presidente de engenharia, Peter Oh, que se mudou para liderar o projeto, mas tem o “objetivo contratar mais de 100 pessoas nos próximos anos em Lisboa”. Em breve, será anunciado um country manager para Portugal, adiantam.

Marcas como Redfin, Priceline, Calm e Box usam a plataforma da tecnológica norte-americana que usa Inteligência Artificial (IA) para otimizar a comunicação com o cliente e tratamento de dados, permitindo experiências com comunicações multicanal personalizadas e dinâmicas.

No início do ano, a Iterable ultrapassou 200 milhões de dólares em receita anual recorrente, trabalhando com mais de 1.200 marcas de 50 países, tendo aproximadamente 700 colaboradores em todo o mundo, segundo os dados da empresa.

Com esta expansão, Lisboa passa a acolher 13 unicórnios e mais de 60 hubs tecnológicos, que anunciaram 14 mil empregos, em apenas dois anos.

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Depósitos a prazo sobem pelo 12.º mês para 107,3 mil milhões

As poupanças aplicadas em depósitos a prazo aumentaram quase mil milhões de euros em agosto. Stock aumenta há um ano e renova recorde.

Os depósitos a prazo continuam a captar o interesse das famílias portuguesas, apesar de a remuneração ser cada vez mais baixa. O montante aplicado neste produto de poupança tradicional aumentou pelo 12.º mês consecutivo e renovou um novo recorde acima dos 107,3 mil milhões de euros.

Em agosto, o stock de depósitos a prazo de particulares (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentou 988,7 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Este aumento dá-se numa altura em que os bancos continuam a baixar a remuneração dos depósitos em função dos cortes das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). Em julho, a taxa das novas aplicações a prazo caiu para 2,63%, mantendo a tendência de queda que se verifica desde que atingiu o pico acima dos 3% em dezembro.

Estes dados mostram que os depósitos continuam a ser a solução de poupança preferida dos aforradores portugueses. A alternativa aos depósitos seriam os Certificados de Aforro, mas a taxa de juro base de 2,5% ainda continua aquém da remuneração oferecida pela generalidade da banca.

Depósitos a prazo continuam a subir

Fonte: Banco de Portugal

Férias tiram 700 milhões dos depósitos

No final de agosto, os bancos guardavam 188,3 mil milhões de euros de poupanças das famílias, tratando-se de uma redução de 700 milhões em relação ao mês anterior. Foi a primeira queda mensal desde agosto do ano passado.

Apesar do aumento de quase mil milhões nas aplicações a prazo, registou-se uma queda de 1,7 mil milhões nos depósitos à ordem, o que poderá estar associado ao facto de agosto ser o mês de férias para a maioria dos portugueses.

Já o stock de depósitos de empresas totalizava os 66,5 milhões de euros no final do mês passado, o que corresponde a um aumento de 2,8 mil milhões face ao mês anterior. O Banco de Portugal nota que foi o maior aumento desde setembro de 2010.

(Notícia atualizada às 11h32)

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Francisco Teixeira é novo country manager do grupo WPP em Portugal

Francisco Teixeira sucede a Manuel Maltez, que liderou a WPP em Portugal durante duas décadas. Para além das agências de meios, o profissional assume também a área criativa e de comunicação.

Francisco Teixeira, desde abril do ultimo ano CEO do GroupM, é o novo country manager do grupo WPP para Portugal. O profissional, no grupo desde 2017, assume a responsabilidade máxima pela operação de meios, comunicação e publicidade da companhia, sucedendo a Manuel Maltez, que liderou o grupo durante duas décadas.

Gostaria de agradecer ao Manuel pela sua dedicação e importante contributo para a WPP nas últimas duas décadas. Ele foi fundamental na construção do nosso negócio em Portugal e estou muito satisfeito que o Francisco tenha aceitado assumir o cargo de country manager. A sua experiência, liderança e profundo conhecimento do mercado português serão inestimáveis à medida que continuamos a crescer”, afirma Mark Read, CEO da WPP

“É uma honra ter a oportunidade de liderar a WPP em Portugal num momento tão crucial para o setor”, começa por acrescentar Francisco Teixeira. “À medida que entramos numa nova era definida pela Inteligência Artificial e pela criatividade orientada por dados, estou muito entusiasmado em trabalhar lado a lado com a nossa talentosa equipa para continuarmos a liderar essas inovações, e desenvolver a forte base que o Manuel Maltez estabeleceu, e garantir resultados excecionais para os nossos clientes e parceiros”, aponta o novo CEO do grupo dono de agências como a Wavemaker, Mindshare ou EssenceMediacom, nos meios, VML e Bar Ogilvy, nas criativas, ou Burson, na comunicação.

Francisco Teixeira entrou na WPP em 2017 — com a FxT, agência que fundou em 2012–, para liderar o negócio de relações públicas do grupo. Manteve-se como CEO da Hill+Knowlton Strategies até 2023, ano em que foi nomeado CEO do GroupM, a maior operação do grupo.

Antes da comunicação, a carreira foi feita no jornalismo, onde durante uma década trabalhou n’O Independente, Grupo Renascença e Diário Económico. Foi depois consultor da AICEP e na IPSIS, até que fundou a sua agência, a FxT.

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Rendas dos novos contratos sobem 11,1% no segundo trimestre

Valor mediano dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares aumentou 11,1% no segundo trimestre face ao período homólogo, para 8,08 euros o metro quadrado (m2).

O valor mediano dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares aumentou 11,1% no segundo trimestre face ao período homólogo, para 8,08 euros o metro quadrado (m2), de acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Além do aumento face a igual período do ano passado, subiu também 8,2% relativamente ao primeiro trimestre de 2024.

No segundo trimestre, o número de novos contratos de arrendamento foi maior do que o registado no mesmo trimestre de 2023 (20.750 novos contratos), representando um aumento da atividade de arrendamento de 6,9%.

Os dados do organismo de estatística indicam que a renda mediana aumentou em todas as sub-regiões NUTS III na comparação face ao mesmo trimestre do ano passado, com exceção da Região Autónoma dos Açores (-2,8%) e do Alto Alentejo (-0,3%). As rendas mais elevadas registaram-se na Grande Lisboa (12,99 euros/m2), na Região Autónoma da Madeira (10,26 euros/m2), na Península de Setúbal (10,07 euros/m2), no Algarve (9,52 euros/m2), na Área Metropolitana do Porto (8,89 euros/m2) e no Alentejo Litoral (8,52 euros/m2).

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

No segundo trimestre, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes da Grande Lisboa e da Península de Setúbal registaram rendas medianas superiores à nacional, mas taxas de variação homóloga diferenciadas. Deste conjunto, destacam-se os municípios de Lisboa (16,00 euros/m2 e 5,1%), Cascais (15,38 euros/m2 e 9,9%), Oeiras (13,33 euros/m2 e 0,8%), Amadora (11,56 euros/m2 e 4,8%) e Sintra (10,02 euros/m2 e 9,6%), pertencentes à Grande Lisboa.

Na Área Metropolitana do Porto, os municípios do Porto (12,85 euros/m2 e 7,5%), Vila Nova de Gaia (9,52 euros/m2 e 10,7%) e Maia (8,31 euros/m2 e 5,3%) registaram rendas medianas superiores à referência nacional e variações homólogas inferiores. Entre os restantes municípios com mais de 100 mil habitantes, apenas o Funchal (12,33 euros/m2 e 37,5%) apresentou um valor mediano de renda e uma taxa de variação homóloga superiores às referências nacionais.

(Notícia atualizada às 11h27)

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IPN de Coimbra já promoveu mais de 200 empregos qualificados em tecnologia espacial aplicada na Terra

  • Lusa e ECO
  • 26 Setembro 2024

O programa de incubação de empresas que potencia a aplicação de tecnologia espacial na Terra faz dez anos e já contribuiu para mais de 6,4 milhões de euros de faturação anual.

O programa português de incubação de empresas que potencia a aplicação de tecnologia espacial na Terra faz dez anos e já contribuiu para a criação de mais de 200 empregos altamente qualificados e para 6,4 milhões de euros de faturação anual.

O Instituto Pedro Nunes (IPN), de Coimbra, coordena desde 2014 o Centro de Incubação de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal), tendo apoiado, ao longo de dez anos, 62 startup, numa iniciativa que tanto procura o desenvolvimento de tecnologia e conhecimento para a exploração espacial como a aplicação de tecnologia e dados usados no espaço para uso na Terra.

“São 62 startup que receberam um apoio de três milhões de euros ao longo destes dez anos. Estas empresas, atualmente, já faturam 6,4 milhões de euros anuais, com 54% para exportação e mais de 200 empregos altamente qualificados”, disse à agência Lusa o diretor de Inovação do IPN, Jorge Pimenta.

Ao longo do processo, há empresas que acabaram por não vingar, mas o balanço é muito positivo, vincou o responsável.

O programa, apesar de ser coordenado pelo IPN, estende-se por todo o país e que conta com projetos e startup “de norte a sul, incluindo ilhas”.

“Temos tido a felicidade de apoiar empresas que têm conseguido, com este apoio, aproveitar os contactos, o ‘know-how que a ESA lhes dá, e conseguirem que os seus produtos sejam percebidos como produtos com uma vantagem tecnológica”, notou, sublinhando que, ao utilizarem conhecimento utilizado na exploração espacial, estão a recorrer a “tecnologias de ponta”.

Para Jorge Pimenta, a grande missão do programa é assegurar que o conhecimento aplicado no espaço possa ter consequências e benefícios para “as pessoas no seu dia-a-dia”.

Apesar de o programa servir nos dois sentidos, é sobretudo na aplicação de tecnologia e conhecimento espacial na Terra que o ESA BIC Portugal tem crescido.

Segundo o diretor de Inovação do IPN, isso explica-se por o desenvolvimento de raiz de tecnologia para exploração espacial requerer um investimento inicial muito distinto, apesar de já haver empresas em Portugal que trabalham para missões espaciais.

“Se houver startup para trabalhar nessa vertente, nós estamos cá para apoiá-las, agora elas não aparecem tanto porque o investimento inicial é muito maior”, aclarou.

De acordo com Jorge Pimenta, as perspetivas para o futuro “são positivas”, esperando que se mantenha uma curva de crescimento exponencial.

“Há dois objetivos. Por um lado, continuar a apoiar todos os anos novas empresas e suportar as ‘startup’ que por aqui passaram no seu crescimento”, sublinhou.

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Rede social X diz ter suspendido milhões de contas que não cumprem regras éticas

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

No primeiro semestre do ano terão sido suspensas 5,2 milhões de contas, apagadas 10,6 milhões de mensagens por violações às regras internas da plataforma e denunciados 224 milhões de utilizadores.

A rede social X (ex-Twitter) suspendeu milhões de contas que não cumprem regras éticas indica esta quinta-feira o primeiro relatório sobre práticas de transparência desde que a empresa foi adquirida pelo multimilionário Elon Musk.

O relatório da empresa – referente ao primeiro semestre de 2024 refere que foram suspensas 5,2 milhões de contas além de terem sido apagadas 10,6 milhões de mensagens por violações às regras internas da plataforma digital.

Nos últimos seis meses foram também denunciados, por motivos diferentes, 224 milhões de utilizadores da rede social X. Entre outros, os assuntos mais frequentes são as denúncias relacionadas com abusos e assédio (2,5 milhões) e violência (2,2 milhões).

“Na rede social X aplicamos o princípio da tolerância zero em relação à exploração sexual infantil e comprometemo-nos a eliminar os conteúdos que exibam abuso físico infantil. Também suspendemos os utilizadores que publicam este tipo de conteúdos para evitar a violência contra as crianças”, acrescenta-se no relatório.

A (rede social) X tem como objetivo garantir o diálogo público, garantindo um ambiente seguro onde todos possam participar livremente e com confiança. Com este relatório sobre a transparência pretendemos consolidar a (rede social) X como uma plataforma segura para todos”, indica-se no documento.

“As nossas políticas e os nossos princípios têm como base os direitos humanos e estamos concentrados em adotar regras com amplitude e holísticas com preocupações sobre a liberdade de expressão, investimento no desenvolvimento de medidas corretas, em especial na educação, reabilitação e na dissuasão”, referem os responsáveis da companhia norte-americana.

No documento, a rede explica como determina a aplicação de medidas coercivas em contas ou publicações quando as mensagens são “dirigidas a um indivíduo, a um grupo ou a uma ‘categoria’ de pessoas” ou se tiverem sido denunciadas “por uma vítima de abuso ou por uma testemunha”.

As regras referidas referem também que é analisado o “historial de violação” de um utilizador da rede social X.

A empresa, antiga rede social Twiter, foi adquirida pelo multimilionário Elon Musk, de 53 anos, que detém, entre outras, a companhia aeroespacial SpaceX e a marca de automóveis elétricos Tesla.

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Academia Ponto Verde incentiva mais de 13 mil alunos a reciclar

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  • 26 Setembro 2024

No Dia Nacional da Sustentabilidade, a Sociedade Ponto Verde anunciou o regresso da iniciativa em 300 escolas. “Vamos mudar o mundo”, disse Carlos Moedas perante uma plateia de crianças e jovens.

“Vocês são uma geração incrível”, afirmou Carlos Moedas esta quarta-feira, 25, perante uma plateia de crianças e jovens entusiasmados por fazerem parte de um movimento em prol do ambiente. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) participou na sessão de apresentação de mais uma edição da Academia Ponto Verde, em pleno Dia Nacional da Sustentabilidade, que decorreu na Escola Básica e Secundária Passos Manuel. “Na minha geração nem sabíamos disto [poluição]. Vocês sabem disto e querem resolver o problema, é talvez um dos maiores desafios da vossa geração”, sublinhou.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

É precisamente junto dos mais novos que a Sociedade Ponto Verde (SPV) quer promover ações de literacia ambiental e alertar para a importância de reduzir, reutilizar e reciclar as embalagens. Na edição 2024/2025 do roadshow que vai percorrer escolas de Norte a Sul do país, incluindo, pela primeira vez, os arquipélagos da Madeira e dos Açores, o objetivo é “envolver ativamente toda a comunidade escolar – os alunos, os educadores e os professores – na missão de reciclar embalagens mais e melhor”, garante Ana Trigo Morais.

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde

Em declarações ao ECO, a CEO da SPV lembra que “a educação ambiental tem de começar muito cedo” e que “o amanhã constrói-se pelas mãos dos alunos com quem hoje estamos a falar. Fruto da boa experiência que tivemos na adesão a edições anteriores, não só dos alunos como também dos professores, decidimos escalar o projeto e levá-lo a todo o país para fazer este apelo: separem as embalagens, coloquem-nas nos ecopontos porque são vocês que vão fazer a diferença para atingir as metas da reciclagem”, afirma.

Apesar de os portugueses terem reciclado 3% mais embalagens no primeiro semestre deste ano, o atual ritmo não é suficiente para que o país consiga cumprir as metas europeias definidas para 2025. No próximo ano, Portugal tem de reciclar pelo menos 65% das embalagens colocadas no mercado. Segundo números da SPV, são enviados para aterro mais de 31 milhões de euros em embalagens, um “valor económico que perdemos” e que cria “impacto negativo no ambiente”.

Para chegar às crianças e jovens – que, por sua vez, vão influenciar familiares e amigos –, Ana Trigo Morais explica que serão implementadas “aulas com boas práticas, com perguntas, jogos, prémios e muita gamificação”, num ambiente “sempre animado e divertido” para garantir a eficácia na transmissão da mensagem ambiental. Ao todo, serão alcançados mais de 13 mil alunos com a Academia Ponto Verde.

Todos juntos chegamos lá

Carla Madeira, presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, assinalou a importância de envolver as novas gerações nos esforços de proteção ambiental e apelou a que os jovens se organizem “não para pintar as paredes [em protesto]”, mas para pressionar os comerciantes a diminuir os resíduos. “Gostava que quando entrassem num estabelecimento que está a servir bebidas em copos de plástico não reutilizáveis, saíssem e não consumissem”, sugere. Em causa está o “excesso” de embalagens e outros resíduos que o comércio noturno daquela freguesia lisboeta produz, provocando “custos acrescidos na higiene pública e água potável gasta na limpeza”.

Carla Madeira, presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia

O segredo para o sucesso, acredita Carlos Moedas, é trabalhar em conjunto. O presidente da CML incentivou as crianças e os jovens presentes a proteger o ambiente e a ajudar a “parar de emitir carbono” para a atmosfera. “Se cada um de nós fizer um bocadinho, mudamos realmente a vida dos outros. Tenham esperança. Vamos mudar o mundo”, afiançou.

Ana Trigo Morais reforça a importância da colaboração de todos – crianças, adultos, empresas e entidades públicas – para que o país possa cumprir os objetivos de reciclagem definidos no âmbito comunitário. E diz mesmo que “se cada português colocar mais duas garrafas de vidro por mês nos vidrões, conseguimos cumprir a meta. É um grande desafio”, remata a responsável.

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“Conduzir é sempre uma paixão, porque sentimos que conduzimos o nosso destino”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

O setor automóvel vive entre a paixão pela condução e o pragmatismo das escolhas. Com a IA a moldar o futuro, as marcas procuram equilibrar a emoção e a funcionalidade.

Desde o surgimento do primeiro carro, que o setor automóvel tem evoluído constantemente. A possibilidade de se ter um transporte individual revolucionou o desenvolvimento das sociedades. No entanto, do ponto de vista individual, o que influencia a escolha de um automóvel? A paixão ou o utilitarismo?

Com a chegada da inteligência artificial, esta questão tornou-se mais complexa. Estamos a lidar com uma área em pleno desenvolvimento, cujo futuro ainda é incerto. Teresa Lameiras, Diretora de Comunicação e Marca da SIVA | PHS, na conferência Outlook Auto, no Estúdio ECO, referiu que, num horizonte de 10 anos, espera que as marcas encontrem um equilíbrio entre satisfazer as necessidades práticas dos clientes e oferecer experiências que despertem emoção e alegria.

Ao longo dos dois dias da conferência, outro tema abordado foi a mudança no comportamento das pessoas em relação ao uso de transportes privados versus transportes públicos. Com o aumento da utilização dos transportes públicos, as marcas estão a adaptar o seu foco.

“Utilizamos o desporto automóvel para nos aperfeiçoarmos tecnicamente, mas também como uma forma de mostrar a paixão que temos pela condução”, afirma Teresa LameirasHugo Amaral/ECO

Sobre este tema, Teresa Lameiras refere o caso dos jovens, que são frequentemente apontados por não se interessarem tanto por automóveis. “Eu não sei se os jovens gostam tanto, ou não, de automóveis. Acho que eles não podem comprar tão facilmente um automóvel, porque as prioridades deles atualmente são outras e, naturalmente, que eles não têm o mesmo poder de compra que se calhar nós tínhamos há uns anos atrás. Na gestão das suas prioridades seguramente não está o automóvel, até porque eles têm outras formas de se deslocar que nós não tínhamos”. Teresa Lameiras refere, ainda, que estas alterações não significam que os jovens não queiram comprar um automóvel numa altura mais tardia das suas vidas, em que encontrem uma justificação para tal.

Da escolha emocional à racional

No que toca à decisão do consumidor, Teresa Lameiras observa que, hoje em dia, é possível que as pessoas escolham um automóvel muito ajustado ao seu perfil. “No grupo Volkswagen, encontramos marcas para escolhas mais emocionais, de luxo, escolhas mais racionais e temos o privilégio de realmente uma pessoa, que entra no grupo, poder escolher o automóvel que melhor se ajusta não só à sua capacidade financeira, mas também ao seu perfil de consumidor”, diz.

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da Toyota, partilha da opinião de que o automóvel é uma paixão. “Recentemente, lançámos o Yaris, assinado por pilotos de rali, e foi uma loucura. Comparativamente à nossa quota de mercado da Toyota com o resto da Europa, nós tivemos uma alocação maior do que nos outros países”, refere.

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da ToyotaHugo Amaral/ECO

"A Toyota, por exemplo, tem uma empresa de mobilidade, a Kinto, que está a construir um ecossistema para poder servir todo o tipo de necessidades, desde a posse de veículos até às subscrições”

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da Toyota

Rita Dória ressalva que essa paixão se manifesta de diferentes formas, dependendo do estilo de vida de cada pessoa, e menciona também as questões ambientais como um fator importante na mudança de comportamento tanto dos consumidores quanto das marcas. “A Toyota, por exemplo, tem uma empresa de mobilidade, a Kinto, que está a construir um ecossistema para poder servir todo o tipo de necessidades, desde a posse de veículos até às subscrições. Portanto, eu acho que todos estes ecossistemas podem coexistir ao mesmo tempo”, diz.

Com a evolução do setor de braços dados com a sustentabilidade, esta “paixão” pelo mundo automóvel e a área desportiva também vai se vai adaptando aos novos tempos. Teresa Lameiras menciona o exemplo da Audi, que recentemente anunciou a sua participação na Fórmula 1 com um carro elétrico. “Utilizamos o desporto automóvel para nos aperfeiçoarmos tecnicamente, mas também como uma forma de mostrar a paixão que temos pela condução”, afirma Teresa Lameiras.

“Eu acho que conduzir é sempre uma paixão, porque sentimos que conduzimos o nosso destino, não é? E quem conduz um automóvel elétrico sente o que é conduzir, sente a força de um automóvel”, finaliza.

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Lisboa defende redução de voos e recusa aumento da capacidade

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

Autarquia defende a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora no Aeroporto, atendendo aos impactos negativos muito significativos sobre a cidade que já hoje são sentidos pela população.

A Câmara de Lisboa defendeu esta quinta-feira a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora do Aeroporto Humberto Delgado (AHD), recusando qualquer aumento da capacidade aeroportuária e pugnando pelo encerramento definitivo desta infraestrutura “em menos de dez anos”.

Em reunião pública, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, uma moção com estas deliberações, na sequência da junção de propostas do PCP e da liderança PSD/CDS-PP, com a consensualização do documento entre todas as forças políticas, com várias versões até se chegar à finalíssima.

Na moção, a Câmara de Lisboa, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), que governa sem maioria absoluta, deliberou “afirmar a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora e recusar liminarmente qualquer aumento da capacidade aeroportuária do AHD, atendendo aos impactos negativos muito significativos sobre a cidade de Lisboa, que já hoje são sentidos pela população, nomeadamente ao nível da saúde pública, da segurança e do ambiente”.

“Defender a necessidade de eliminação dos voos noturnos” é outra das deliberações do executivo municipal.

Esta posição do município inclui também a defesa pelo encerramento definitivo do AHD “tão rapidamente quanto possível, em menos de dez anos”, devendo este manter-se em funcionamento apenas o tempo mínimo imprescindível até à entrada em funcionamento do novo aeroporto de Lisboa nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, que deve ser construído e entrar em funcionamento num horizonte temporal “inferior ao anunciado pelo Governo”.

A câmara sublinhou que “qualquer intervenção que ocorra neste período no AHD se deve limitar à otimização da operação, sem que daí resulte qualquer aumento da capacidade do AHD, nem qualquer aumento do tráfego face à situação de referência”, afirmando que as obras de expansão, aprovadas pelo atual Governo, “são inaceitáveis”.

Em causa está uma decisão do atual Governo (PSD/CDS-PP/PPM), através da resolução do Conselho de Ministros n.º 67/2024, para aumentar a capacidade aeroportuária no AHD, em número de movimentos por hora, de 38 para 45, e em número de passageiros, de 33,6 milhões para entre 40 a 45 milhões.

Apesar de o trabalho de consensualização, todas as forças políticas no executivo municipal, nomeadamente a liderança PSD/CDS-PP, PS, PCP, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Livre e BE apresentaram declarações de voto por não se reverem em pleno na moção, mas reforçando a importância de uma posição conjunta da câmara.

O social-democrata Carlos Moedas saudou a disponibilidade de todos para “conseguir trabalhar acima dos partidos, acima da política, para os lisboetas” e apoiou o Governo pela “coragem de tomar a maior decisão de todas”, que é ter um novo aeroporto, para “não haver voos em Lisboa”.

“Não me revejo na grande parte da linguagem desta moção, sobretudo no seu preâmbulo e sobretudo numa certa defesa ou proteção do Governo anterior, mas a bem dos lisboetas aceitei realmente e dei muitos passos para que possamos ter esta moção conjunta”, declarou o presidente da câmara.

Carlos Moedas referiu que “foi o Governo anterior (PS) que decidiu 72 movimentos por hora, quando hoje temos 38” na Área Terminal de Lisboa, que inclui o AHD, Montijo, Cascais e outros pequenos aeroportos da região, “portanto este Governo diminuiu esse número de movimentos”.

A moção que PSD/CDS-PP tinha apresentado era nesta linha de raciocínio, tendo o PS a considerado que se tratava de “atirar areia para os olhos” ao associar o aumento para 72 movimento apenas à capacidade aeroportuária da cidade de Lisboa e o PCP a recusar acolher essa informação “factualmente errada”.

“Mesmo nestas diferenças que apresento, é sobretudo importante dizer aos lisboetas: “Estamos de acordo que não queremos mais voos noturnos, estamos de acordo que queremos rapidamente o novo aeroporto, queremos que esse aeroporto seja feito o mais rapidamente possível, porque isso é que vai permitir ter zero movimentos por hora em Lisboa, e queremos que o concessionário faça as obras para melhorar, otimizar a operacionalidade daquilo que é aeroporto, que hoje é criticado”, expôs.

Da vereação do PS, Inês Drummond considerou que “esta moção é um marco importante, porque era preciso uma posição firme da cidade de Lisboa em relação às obras de expansão do AHD”, indicando que a moção de PSD/CDS-PP “defendia, na prática, os interesses e as posições da ANA — Aeroportos de Portugal” e que pretendia atacar o anterior Governo (PS), e enaltecendo o “enorme esforço” de Carlos Moedas para convergir num documento com foco nos interesses da cidade e dos lisboetas.

A socialista lembrou que o PS apresentou uma moção, que aguarda agendamento, para que a câmara exerça as suas competências para “impedir obras ilegais”, inclusive com uma providência cautelar para prevenir obras de aumento da capacidade aeroportuária do AHD, bem como a responsabilização da ANA pelo “incumprimento do plano de ruído”.

O vereador do PCP João Ferreira valorizou a aprovação da moção, considerando que faz “justiça às centenas de milhares de pessoas que todos os dias são prejudicadas pelo funcionamento do aeroporto“, sem esquecer as responsabilidades históricas, “designadamente os sucessivos governos,” pela atual situação e sublinhando que é importante que esta posição do município “seja mesmo para valer”, em particular pelo presidente da câmara em toda a interação com o Governo e os agentes económicos.

O PCP expôs dúvidas sobre interações entre a câmara e operadores económicos que têm em vista investimento no AHD com períodos de amortização que vão “muito além do horizonte temporal” determinado para o funcionamento deste aeroporto, referindo-se a um projeto da empresa DGL, tendo a liderança PSD/CDS-PP esclarecido que existe um processo para a ampliação das atuais instalações e está em apreciação no departamento de Urbanismo.

Dos Cidadãos Por Lisboa, Rui Franco disse que esta moção “é um passo muito importante”, com a câmara a defender o interesse público, da qualidade de vida de quem reside e trabalha na cidade “prevaleça sobre o interesse particular e comercial da Vinci”, referindo que a antecipação da transferência da atividade aeroportuária para fora da malha urbana “é a única opção que protege, no presente e no futuro, os lisboetas”.

Patrícia Gonçalves, do partido Livre, congratulou-se com a moção e afirmou que “é essencial que Lisboa deixe de ter um aeroporto a dois quilómetros do seu centro” e que a saúde de todos os que vivem e trabalham na cidade seja protegida, sublinhando a necessidade de cumprimento da lei do ruído e o fim dos voos noturnos entre as 23:00 e as 07:00, horário que não está mencionado na moção por ser uma das cedências para se chegar a um consenso.

A vereadora única do BE, Beatriz Gomes Dias, sublinhou a importância desta posição conjunta da câmara, afirmando que representa “uma defesa inequívoca dos interesses das pessoas que vivem e trabalham em Lisboa e uma não capitulação aos interesses da concessionária”, realçando a necessidade de proibir os voos e ressalvando que algumas das posições “não traduzem plenamente” o que o seu partido defende.

Em meados de maio, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

Ao escolher a localização do novo aeroporto, o Governo propôs a expansão do Humberto Delgado, passando dos atuais 38 movimentos por hora para 45 movimentos.

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).

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