Estação de Gaia fica em cima de curso de água e Reserva Ecológica, segundo proposta da Lusolav

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Em causa está uma proposta de alteração do consórcio LusoLav, responsável pela linha de alta velocidade Porto-Oiã, para mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia.

A nova localização proposta pela LusoLav para a estação ferroviária de alta velocidade em Gaia localiza-se por cima de uma ribeira, e por isso em zona de Reserva Ecológica Nacional, consultou esta quarta-feira a Lusa.

A localização proposta constitui um território peri-urbano, que se encontra atualmente desocupada, por se tratar de uma área que, face ao PDM, apresenta” as servidões e Restrições de Utilidade Pública de Reserva Agrícola Nacional (RAN) e “Reserva Ecológica Nacional [REN] decorrente da presença de uma linha de água”, pode ler-se em documentos municipais a que a Lusa teve acesso.

Em causa está uma proposta de alteração do consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), responsável pela linha de alta velocidade Porto – Oiã, para mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária.

Os documentos a que a Lusa teve acesso irão a votação numa reunião extraordinária da Câmara de Gaia que se realiza na quinta-feira às 16:00, bem como numa Assembleia Municipal no mesmo dia às 21:00.

Relativamente à Carta de Qualificação do Solo, no solo rural a localização proposta localiza-se numa “Quinta em Espaço Rural” e em “Áreas Agrícolas”, no solo Urbano em “Áreas de Transição”, “Áreas Industriais Existentes”, “Área Urbanizada em transformação – tipologia moradias”, e nas categorias comuns ao solo rural e ao solo urbano em “Áreas naturais – áreas ribeirinhas”, “Zonas inundáveis ou ameaçadas pelas cheias” e “Estrutura Ecológica Fundamental”.

“Apesar de se tratar, maioritariamente, de solo rural, dado o caráter excecional (interesse nacional) do Projeto da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto, admite-se que será sempre possível ultrapassar as restrições à edificação decorrentes dos regimes jurídicos da RAN e da REN”, consideram os serviços da Câmara de Gaia sobre a proposta do consórcio LusoLav.

Num vídeo que acompanha a proposta e a que a Lusa também teve acesso, refere-se que a estação, tal como a inicialmente projetada para Santo Ovídio, é da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura (aqui com André Campos), contando ainda com um parque urbano da autoria do arquiteto paisagista Sidónio Pardal.

Referem-se e demonstram-se ainda a existência de duas zonas de tomada e largada de passageiros, estacionamento com 505 lugares, quatro linhas de comboio e a extensão da Linha Rubi do Metro do Porto. Os serviços municipais alertam, porém, para “um esforço financeiro significativo por parte do Município”, especialmente ao nível de acessibilidades, mas também refere “um conjunto significativo de vantagens”.

O consórcio Lusolav propôs que o município “teria que executar/pagar o tramo da ‘Avenida até ao Mar’ e o tramo da VL3 até à nova rotunda, bem como o arruamento de ligação à EN1/Rua Alto das Torres”, ao passo que o consórcio “faria a ligação da rotunda (VL3) até à estação, executando também a ‘praça principal’ de entrada na estação, bem como os acessos de emergência”.

O consórcio faria ainda os “acessos sul, desde a Rua de S. Caetano e o acesso norte (ligação ao Metro), sendo que seria obrigação do Município executar o arruamento de acesso a poente”, bem como a via que delimita o parque ao lado nascente, estando o parque urbano da estação também a cargo do município.

Quanto às vantagens, o município aponta que “a nova localização é ‘equidistante’ da A1 (a nascente), do IC1 (a poente) e da A29 (a sul), permitindo uma melhor acessibilidade à estação a uma escala regional”, o descongestionamento da zona de Santo Ovídio, o facto de se tratar “de uma obra ‘mais fácil’, sem movimentos de terra significativos e numa área envolvente de baixa densidade”, a criação de uma “nova centralidade” no concelho ou a execução de “novos eixos viários municipais há muito previstos” e a extensão da Linha Rubi.

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Von der Leyen e Costa convidam empresas dos EUA a investir na UE

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

"A Europa está aberta ao comércio e ao investimento, foi essa a minha mensagem para a Câmara do Comércio dos Estados Unidos", afirmou a presidente da Comissão.

Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu convidaram esta quarta-feira as empresas norte-americanas a investirem na UE, assegurando que o bloco comunitário está contra uma guerra comercial por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A Europa está aberta ao comércio e ao investimento, foi essa a minha mensagem para a Câmara do Comércio dos Estados Unidos. Nós estamos a negociar e não a intensificar [uma guerra comercial] para continuarem a fluir as cadeias de abastecimento entre a UE e os EUA“, escreveu Ursula von der Leyen nas redes sociais, depois de uma reunião com representantes daquele organismo.

O presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, que também esteve presente neste encontro considerou que os acordos comerciais entre os 27 e Washington “são melhores do que as tarifas”.

“Na nossa reunião, sublinhei que a UE continua a fazer todos os esforços para assegurar uma solução negociada sobre as últimas decisões de tarifas por parte da administração norte-americana”, escreveu António Costa nas redes sociais. Para o ex-primeiro-ministro português, a relação entre os EUA e a UE é “das mais fortes”.

Há uma semana, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 20% para produtos importados da UE, acrescendo às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

Em resposta, a UE aprovou, por maioria, a aplicação de tarifas de 25% a produtos norte-americanos, a entrar em vigor a partir de 15 de abril.

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Benfica. Corrupção de árbitros não está na acusação, lembra juiz do processo Saco Azul

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

O presidente do Benfica, Rui Costa, garantiu em tribunal que "existia confiança" nas pessoas responsáveis pelos contratos sob suspeita e admitiu que o clube temeu que caso o prejudicasse a equipa.

O presidente do Benfica, Rui Costa, garantiu em tribunal que “existia confiança” nas pessoas responsáveis pelos contratos sob suspeita no processo ‘Saco Azul’, e admitiu que o clube temeu que caso o prejudicasse a equipa dos encarnados.

“Quando o caso foi tornado público, sentimos mais revolta do que preocupação, até porque sabemos que muitas vezes isto se reflete em campo. A revolta foi grande internamente, mas o foco passou a ser dentro do campo”, disse Rui Costa, acrescentando: “Tememos o medo que os árbitros poderiam ter a apitar jogos do Benfica”.

Quando foi conhecida a existência de um alegado ‘Saco Azul’ no Benfica, alguma comunicação social indicou que o mesmo poderia ter sido usado para corromper árbitros, algo que não consta na acusação, como o juiz Vítor Teixeira e Costa fez questão de frisar em tribunal.

“A acusação não faz a relação entre o dinheiro e o seu uso”, disse o presidente do coletivo de juízes, durante a inquirição do líder dos ‘encarnados’.

Rui Costa, o primeiro a depor, na qualidade de representante da SAD do clube, garantiu que nada o leva a crer que os contratos em causa “não tenham sido úteis e importantes para o clube, admitindo que “muitos dos contratos eram assinados sem passar pelo Conselho de Administração”, e que muitas vezes era feita uma súmula dos mesmos por Miguel Moreira, à data diretor financeiro (CFO) dos ‘encarnados’ e também arguido no processo.

“Grande parte desses contratos passava pelo Miguel Moreira, ele tinha autonomia, o Luís Filipe Vieira [presidente do clube à data dos factos] não tinha conhecimentos de tecnologia informática (IT)”, afirmou Rui Costa, que garantiu “nunca ter tido conhecimento da circulação de grandes quantidades de dinheiro vivo” no clube.

Neste processo, que começou esta quarta-feira a ser julgado no Juízo Central Criminal de Lisboa, está em causa um alegado esquema de pagamentos fictícios a uma empresa de informática externa ao grupo Benfica, a Questãoflexível, num valor que ultrapassa 1,8 milhões de euros.

Na sessão da tarde foram ouvidas, durante mais de duas horas, as declarações de José Bernardes durante a fase de instrução, sendo que, depois, perante o coletivo, o arguido respondeu a várias questões, mas não quis falar sobre as transferências de dinheiro do Benfica para a empresa.

BenficaLusa

José Bernardes, da empresa QuestãoFlexível, admitiu que, “relativamente a contratos, falava sempre com Miguel Moreira”, e garantiu que nunca esteve com Luís Filipe Vieira, que liderou o clube entre 2003 e 2021.

O arguido explicou detalhadamente a cedência de posições em duas empresas relativamente a serviços prestados ao Benfica, bem como a criação da empresa QuestãoFlexível Lda, criado por ele e pela mulher e que tinha o Benfica como único cliente.

José Bernardes continuará a ser ouvido na próxima sessão, marcada para 08 de maio, na qual falará também Luís Filipe Vieira, arguido e presidente do clube à data dos factos.

De acordo com a acusação, confirmada em junho do ano passado por um juiz de instrução, o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira é suspeito de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento, assim como Domingos Soares de Oliveira, antigo administrador — que está fora do país e só marcará presença em tribunal em julho – e o ex-diretor financeiro do clube Miguel Moreira.

Os mesmos crimes são também imputados em coautoria com a empresa QuestãoFlexível, da qual é proprietário o empresário José Bernardes, que vai responder também pelo crime de branqueamento de capitais.

Num processo no qual são também arguidos Paulo Silva e José Raposo, a Benfica SAD está acusada de dois crimes de fraude fiscal qualificada e a Benfica Estádio de um crime de fraude fiscal e 19 de falsificação de documento.

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Pilotos da Portugália aprovam acordo com administração e terminam greve

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Uma larga maioria, 91% dos trabalhadores da Portugália, votou a favor "do acordo alcançado com a administração, terminando assim a greve decretada”.

Os pilotos da Portugália aprovaram esta quarta-feira o acordo alcançado com a administração da empresa e terminaram a greve decretada, anunciou o Sindicato Independente de Pilotos de Linha Aérea (SIPLA). “Foi aprovado hoje, em assembleia-geral extraordinária, com 91% de votos a favor, o acordo alcançado com a administração, terminando assim a greve decretada”, lê-se num comunicado enviado aos associados do SIPLA, a que a Lusa teve acesso.

Para o sindicato, o acordo representa uma “verdadeira salvaguarda” dos postos de trabalho e do futuro dos pilotos, uma conquista que disse só ter sido possível graças à união dos trabalhadores. A estrutura sindical agradeceu ainda aos pilotos não associados que se juntaram ao esforço coletivo e a todos os setores da empresa, que demonstraram solidariedade ao longo do processo.

O SIPLA disse que esta greve, a primeira da sua história, constituiu um “símbolo da união dos pilotos da Portugália” e garantiu que a partir desta quarta começa uma nova fase, com tranquilidade e dignidade.

Em 27 de março, o sindicato que representa os pilotos da Portugália tinha decidido renovar a greve a tempo parcial aos voos realizados para a TAP de 28 de março a 11 de abril. De 12 a 27 de março já tinha decorrido uma paralisação, que contou com uma adesão média de 95%.

O SIPLA revelou, na altura, que lhes foi transmitido que a TAP iria reduzir a frota da Portugália de 19 para 17 aeronaves, e que não haveria garantias de trabalhadores serem integrados na companhia aérea de bandeira. Este sindicato também tinha avançado com uma queixa junto da Autoridade da Concorrência (AdC) por violação das regras da concorrência no Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE).

Criado em 1998, este regulamento tinha como objetivo funcionar como um travão à contratação de voos externos pela TAP, incluindo à Portugália que representa a maior fatia, impondo limites que, caso sejam ultrapassados, revertem a favor dos pilotos da TAP através do pagamento de compensações indemnizatórias.

Este protocolo, usado por várias companhias europeias, originou custos de 60 milhões de euros no ano passado, como resultado do pagamento de seis salários-base extraordinários a cada piloto da TAP, como o Expresso tinha noticiado em maio de 2024.

Os pilotos da Portugália, que em 2023 realizou cerca de 25% do total de voos da TAP de acordo com o relatório da TAP SGPS, têm vindo a criticar as consequências deste protocolo e defendem que só reforça que é “considerada uma empresa externa”.

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CNE alerta Governo para se abster de ações de publicidade em período eleitoral

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

A queixa refere-se a uma publicação nas redes sociais do Governo, em março, relativa à inauguração do Biopolis, em Vila do Conde, Porto.

A Comissão Nacional de Eleições ordenou ao Governo a remoção de uma publicação sobre a inauguração de uma estrutura científica em período eleitoral, e recomendou que “se abstenha de realizar ações” que consubstanciem publicidade institucional proibida.

A deliberação consta da ata da reunião de 03 de abril da Comissão Nacional de Eleições (CNE), divulgada esta quarta-feira, e foi tomada por maioria, com o voto de qualidade do presidente, juiz conselheiro José António Cabral.

Em causa está uma participação apresentada pelo PS contra o primeiro-ministro, a ministra do Ambiente e Energia e o ministro da Educação por alegada “violação da proibição de publicidade institucional” em período eleitoral — as eleições legislativas realizam-se em 18 de maio.

A queixa refere-se a uma publicação nas redes sociais do Governo, em março passado, relativa à inauguração do Biopolis, em Vila do Conde, Porto, qualificado como o “maior projeto português na área da biologia Ambiental, Ecossistemas e Biodiversidade“.

É possível concluir que a conduta descrita é suscetível de permitir uma leitura favorável e como tal ser percecionada como promoção da obra realizada pelo Governo, cujo primeiro-ministro é (re)candidato ao mesmo cargo“, lê-se na deliberação.

A CNE considera que a publicação “constitui uma forma de publicidade institucional proibida” e “delibera ordenar a remoção da publicação em causa e recomendar ao Governo, na pessoa do primeiro-ministro, para que, até ao final do processo eleitoral em curso, se abstenha de realizar ações que consubstanciem formas de publicidade institucional proibida”, lê-se.

Em sede de contraditório, os visados defenderam que a situação em causa não se enquadra na noção legal de publicidade institucional e que “não pode a CNE, sem a necessária habilitação legal, criar — qual legislador — uma noção inovatória de publicidade institucional, ampliando o conceito fixado na lei”.

Por outro lado, alega o Governo que a linguagem usada não foi propagandística mas sim “objetiva” para informar os cidadãos quanto à atividade do Governo, precisando que se tratava de difundir informação relativa à inauguração da sede do BIOPOLIS, quais os membros do Governo que participaram e qual o papel da estrutura.

Numa declaração de voto, Mafalda Sousa justificou o voto contra considerando que a deliberação “perfilha um entendimento contrário ao que vem sendo reiteradamente difundido pela CNE no que diz respeito aos elementos que compõe o conceito de publicidade institucional proibida”.

Num documento divulgado no dia 27 de março no seu “site”, a CNE sistematiza o que a lei e a jurisprudência prevê o que pode ser considerado publicidade institucional interdita às entidades públicas em período eleitoral, como por exemplo campanhas de comunicação ou atos isolados, como anúncios únicos, realizados ou financiados por recursos públicos, para a promoção da imagem, com o uso de linguagem “identificada com atividade propagandística”.

O uso de imagens ou de expressões `que ultrapassem a mera necessidade de informação do público, como é o caso da imagem de titulares de cargos políticos, de expressões como `promessa cumprida´, `fazemos melhor´ ou quaisquer outras que pretendam enaltecer o órgão” é um dos exemplos.

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TGV. Câmara do Porto desconhecia proposta de construção de duas pontes

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

A autarquia indica ainda que não foi informada "até ao momento" da proposta pela Infraestruturas de Portugal.

A Câmara do Porto não tinha conhecimento da proposta de abandonar a solução de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para a linha de alta velocidade e passar para duas, apresentada pelo consórcio LusoLav, disse fonte oficial à Lusa.

“A Câmara Municipal do Porto não tinha conhecimento da solução da proposta de duas pontes, não tendo recebido informação por parte da IP [Infraestruturas de Portugal], até ao momento”, pode ler-se numa resposta de fonte oficial da Câmara do Porto a questões da Lusa.

A Lusa questionou também a IP sobre a proposta do consórcio LusoLav, responsável pela linha de alta velocidade Porto – Oiã, de mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária, e aguarda resposta. A proposta tem de ser aprovada pela IP.

De acordo com documentos a que a Lusa teve acesso, esta quarta-feira, e que irão a votação numa reunião extraordinária da Câmara de Gaia que se realiza na quinta-feira às 16:00, bem como numa Assembleia Municipal no mesmo dia às 21:00, em causa está a alteração do que foi inicialmente apresentado.

Quanto à travessia do Rio Douro, “a solução agora apresentada volta a separar, em duas pontes distintas, o modo ferroviário e o modo rodoviário”, pode ler-se em documentos municipais de Gaia consultados pela Lusa. Os mesmos apontam que “o consórcio sustenta essa opção na necessidade de redução do risco de financiamento, redução do risco de incumprimento do prazo e na clara separação das futuras responsabilidades de manutenção de cada uma das pontes”.

Na fase de estudo prévio, a IP propôs e pôs a concurso uma travessia rodoferroviária entre o Porto e Gaia, uma solução consensualizada entre os autarcas do Porto, Rui Moreira, e de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues. Aquando da adjudicação ao consórcio LusoLav, foi apresentado um vídeo com a apresentação do desenho da travessia, da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura e engenharia de Armando Rito.

A proposta referia que o tabuleiro superior da nova ponte rodoferroviária sobre o Douro entre Porto e Gaia teria “um alçado muito semelhante ao do tabuleiro da ponte de São João”, e o inferior será em estrutura metálica, segundo consultou a Lusa. Já o tabuleiro inferior, dedicado à circulação rodoviária, ciclável e pedonal, “foi projetado em estrutura metálica, permitindo a redução do seu peso e potenciando a transparência da leitura entre tabuleiros”.

O tabuleiro à cota superior, para a alta velocidade ferroviária, teria 1.181,5 metros de extensão, e o à cota baixa, rodoviária, ciclável e pedonal, 677,5 metros de extensão.

O tabuleiro ferroviário, que cruza a totalidade do vale onde a ponte se insere, é suportado pela ponte principal, com um vão total de 885 metros, e por dois viadutos de acesso, um a sul (Viaduto de Mafamude) com 129,5 metros de extensão, e outro a norte (Viaduto de Campanhã), com 166,5 metros de comprimento”, refere o documento.

A unir os dois tabuleiros estão projetadas “três torres em forma de ‘A’, que suportam o tabuleiro superior e suspendem o tabuleiro inferior”.

“Embora este tipo de torre em ‘A’ seja a solução mais utilizada em pontes atirantadas, não deixa de criar nos seus utilizadores uma sensação de grande porta de entrada/saída na cidade”, pode ler-se no documento. Segundo o júri, “a solução da ponte proposta, embora se destaque das pontes já existentes sobre o rio Douro, integra-se perfeitamente no seu contexto”.

A nova ponte situa-se a “cerca de 200 a 300 metros a montante da ponte de São João”, e “invoca o princípio da similaridade”, dialogando ainda com a ponte do Freixo, a cerca de um quilómetro de distância. “A solução adotada para a componente ferroviária da ponte – que é a mais marcante do ponto de vista visual, em pórtico de betão armado e de cor branca –, é a tipologia que melhor se enquadra na envolvente existente”, considerou o júri.

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Trump cede. Pausa de 90 dias para negociar com 75 países, mas sobe tarifas contra a China para 125%

Presidente norte-americano anunciou uma tarifa reduzida recíproca de 10% durante o período de suspensão das chamadas "tarifas recíprocas". No entanto, contra-ataca a China com taxas de 125%.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira uma pausa de 90 dias na guerra de tarifas com mais de 75 países e uma tarifa reduzida recíproca de 10% durante esse período de negociação, com efeitos imediatos. Contudo, subiu as taxas para as importações chinesas para 125%, a aplicar-se desde já.

Numa publicação na rede social Truth, Donald Trump revelou que aceitou uma pausa de 90 dias com os países que convocaram representantes norte-americanos para negociar uma solução para a guerra comercial e que “não retaliaram de forma alguma” contra os Estados Unidos”.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, realçou o anúncio de Trump, explicando que aos países a quem foi aplicada a tarifa de 10% irá manter-se a taxa de 10%. Canadá e o México não vão ter tarifas adicionais de 10%, clarificou mais tarde a Casa Branca. A Casa Branca indicou que não ia publicar a lista de países com os quais estava a negociar.

A União Europeia também está incluída na trégua, adiantou a agência Efe, citando uma fonte da administração Trump. “Estou feliz” que a UE tenha retido as tarifas, confirmou, depois, Trump, em declarações aos jornalistas na Sala Oval. O Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acrescentou que esperava que a UE adiasse a retaliação.

A União Europeia aprovou esta quarta-feira uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas: abril, maio e dezembro. No entanto, Bruxelas explicou, contudo, que “as contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com uma solução negociada justa e equilibrada”.

O responsável norte-americano indicou que manteve esta quarta-feira negociações com o Vietname, tendo previstas negociações como o Japão, Coreia do Sul e Índia. Acho que agora temos mais clareza. Vamos negociar de boa fé e esperamos que os outros países façam o mesmo“, afirmou, acrescentando que “esta foi sempre a estratégia do Presidente [Trump], conseguir a máxima alavancagem negocial“.

No entanto, o conflito com Pequim sobe de tom e o chefe de Estado americano anuncia um novo aumento para 125% das taxas alfandegárias aplicadas aos produtos norte-americanos, argumentando com “a falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais”. O imposto já chegava aos 104%.

“Em algum momento, esperançosamente num futuro próximo, a China irá perceber que os dias de roubo aos EUA e a outros países já não são sustentáveis ​​ou aceitáveis”, refere.

Presidente dos EUA, Donald Trump. EPA/Samuel Corum/POOLEPA/Samuel Corum / POOL

Esta segunda-feira tinha entrado em vigor o aumento das taxas americanas sobre os produtos chineses de 34% para 84%, que se junta aos 20% impostos desde janeiro. Um cenário que levou a China a anunciar esta tarde tarifas de 84% sobre os produtos norte-americanos já a partir desta quinta-feira, 10 de abril — acima da taxa de 34% anunciada anteriormente.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, Pequim considera que a Casa Branca cometeu “um erro em cima de um erro” ao aumentar as tarifas contra o gigante asiático e que a decisão do Presidente dos EUA de aumentar as tarifas “é um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica”.

Depois do anúncio, as bolsas nova-iorquinas dispararam. O Dow Jones subia 2.169,93 pontos, ou 5,76%, para 39.801,82, o S&P 500 ganhava 321,89 pontos, ou 6,46%, para 5.304,66, e o Nasdaq disparava 1.229,20 pontos, ou 8,04%, para 16.497,11.

(Notícia atualizada às 21h42 com mais informação)

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Banco polaco do BCP fez provisões de 103 milhões de euros no primeiro trimestre

  • ECO
  • 9 Abril 2025

O valor final das provisões para riscos legais nos resultados dos primeiros três meses do ano deverá ser conhecido no próximo dia 12 de maio de 2025.

O Bank Millennium, o banco polaco do BCP, estima constituir provisões relacionadas com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira de 411 milhões de zlótis (cerca de 95,8 milhões de euros à cotação atual), no primeiro trimestre de 2025.

Além disso, em comunicado ao mercado, o banco prevê ainda constituir provisões de 34 milhões de zlótis (aproximadamente oito milhões de euros) para riscos legais relacionados com a carteira de crédito originada pelo Euro Bank, “contudo sem impacto nos resultados líquidos”, lê-se em comunicado enviado esta quarta-feira ao mercado. No total, são perto de 103 milhões de euros.

O valor final das provisões para riscos legais nos resultados dos primeiros três meses do ano deverá ser conhecido no próximo dia 12 de maio de 2025, aquando a divulgação do relatório financeiro do primeiro trimestre, segundo a nota informativa divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Ana Ramírez Muñiz vai liderar gestão de talento da MetLife

  • ECO Seguros
  • 9 Abril 2025

A head de RH vai liderar estratégias de crescimento e incorporação de talento a médio e longo prazo e terá a de missão conduzir iniciativas alinhadas com cultura de "cuidado e bem-estar" da seguradora

A MetLife anunciou esta terça-feira em comunicado a nomeação de Ana Ramírez Muñiz para o cargo de Diretora de Recursos Humanos para o sul da União Europeia (UE) para Espanha, Portugal, Itália e Chipre.

 

Ana Ramírez Muñiz é a nova head of HR Southern EU para Espanha, Portugal, Itália e Chipre: “Começo esta nova etapa profissional na MetLife com muito entusiasmo e com o objetivo de continuar a impulsionar o grande talento que já faz parte da empresa, além de atrair novo talento que queira acompanhar-nos na nossa evolução e sucesso”.

A head de RH na MetLife vai liderar estratégias de crescimento e incorporação de talento a médio e longo prazo. Aliás, o anúncio surge pouco de um mês após a seguradora anunciar que quer reforçar a sua rede de agentes exclusivos com 125 novos profissionais.

Além disso, a nova responsável terá como missão conduzir iniciativas alinhadas com cultura de “cuidado e bem-estar” da empresa que passam por programas de desenvolvimento do talento. Deste modo, Muñiz vai contribuir para as metas da seguradora de reforçar o seu posicionamento como empresa de referência para trabalhar.

“Começo esta nova etapa profissional na MetLife com muito entusiasmo e com o objetivo de continuar a impulsionar o grande talento que já faz parte da empresa, além de atrair novo talento que queira acompanhar-nos na nossa evolução e sucesso” afirmou Ana Ramírez Muñiz.

Antes de entrar na seguradora, a especialista em recursos humanos (RH) era chief of People & Culture Officer na acierto.com , plataforma digital de comparação de seguros que foi adquirida há quatro anos pelo grupo alemão Bauer Media Group, dono da Rádio Comercial.

Com experiência de duas décadas na área de RH, Muñiz já passou por diversos setores, desde o farmacêutico, banca digital, seguros ao tecnológico, tendo colaborado com as multinacionais AstraZeneca, AbbVie e WiZink Bank. Licenciada em Administração de Empresas pela Universidade de Navarra, Muñiz é também mestre em Direção de Recursos Humanos e Organização pela ESIC Business School e um HiOP (High-Impact Online Program) em Gestão de Talento na Era Digital pelo Instituto de Empresa.

O percurso profissional da nova diretora de recursos humanos da seguradora deu-lhe “vasta experiência na gestão do talento e desenvolvimento organizacional, tanto na área da consultoria como em processos de transformação em empresas multinacionais”. “Ao longo da sua carreira, liderou projetos de transformação organizacional e cultural, impulsionou a digitalização de processos e implementou estratégias centradas na maximização do valor que as pessoas trazem às organizações”, refere a MetLife em comunicado.

“O talento das pessoas que trabalham na MetLife é o maior ativo de que dispomos e estamos encantados de o confiar à Ana Ramírez, que partilha a mesma filosofia e valores. Com a Ana, estamos a acrescentar um aliado para potenciar a cultura de cuidado e bem-estar que nos caracteriza e potenciar o sentido de pertença e progresso profissional em que operamos”, comentou Oscar Herencia, diretor-geral da MetLife na Ibéria e vice-presidente para o Sul da Europa.

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Concurso para a biomassa teve sete vencedores. Novo aviso fica na gaveta

A ministra indicou que o Governo já tinha reservado 60 milhões de euros para um novo concurso, mas não será lançado antes das eleições, portanto fica a cargo do próximo Executivo.

Um concurso de dois milhões de euros para apoiar projetos de biomassa já selecionou sete municípios vencedores, que deverão ser conhecidos nos próximos dias, avançou a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho.

A ministra discursava num evento da Associação Portuguesa de Energia (APE), esta quarta-feira. Na mesma ocasião indicou que o Governo já tinha reservado 60 milhões de euros para um novo concurso, mas este não será lançado antes das eleições, portanto fica a cargo de um próximo Executivo.

À margem do evento, Maria da Graça Carvalho esclareceu que o concurso de dois milhões de euros, que tem os sete vencedores selecionados e está prestes a fechar, após a fase de audição prévia, destina-se a apoiar a construção de centrais para usar resíduos de limpeza da floresta para a produção de energia. Por outro lado, o próximo concurso não tem moldes definidos, pelo que pode destinar-se, por exemplo, a apoiar a indústria deste setor.

No mesmo discurso, a ministra lamentou a falta de estabilidade governativa do país, que tem interferido na capacidade de execução de vários projetos. Na sua área, regista atrasos nas negociações com Bruxelas em relação, por exemplo, à flexibilidade de rede e armazenamento.

Afirma que Portugal está menos desenvolvido nesta questão do que Espanha tendo em conta a maior estabilidade do lado de lá da fronteira. Deu ainda o exemplo do leilão de eólico offshore, que ainda não foi lançado, e que considera uma das vítimas das constantes mudanças governativas.

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“Vigora o princípio da liberdade”, diz CNE sobre cartazes do Chega

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Embora ressalvando que o conteúdo está "sujeito a determinados limites", como os que "resultam da aplicação do Código Penal", a CNE entende que "em sede de propaganda vigora o princípio da liberdade".

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou que “em sede de propaganda vigora o princípio da liberdade“, a propósito dos cartazes do Chega que associam José Sócrates e Luís Montenegro à corrupção.

Esta posição, publicada no portal da CNE, consta da ata de uma reunião realizada em 01 de abril, com a indicação “pedido de parecer”, em resposta a participações feitas por “cidadãos”, não identificados, sobre os referido cartazes do Chega.

Segundo a CNE, no âmbito das eleições legislativas marcadas para 18 de maio, “foram apresentadas participações relativas ao outdoor do partido Chega” que coloca a mensagem “50 anos de corrupção. É tempo de dizer Chega” ao lado de fotografias do antigo primeiro-ministro, José Sócrates, e do atual, Luís Montenegro.

A este propósito, a CNE “deliberou, por maioria, com a abstenção de André Barbosa”, que “em sede de propaganda vigora o princípio da liberdade de ação e propaganda das candidaturas“, citando o artigo 37.º da Constituição que salvaguarda “o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio“.

Nesta posição, estruturada em seis pontos, sustenta-se que “salvo em situações excecionais, o conteúdo da propaganda não é sindicável pela CNE“, mas ressalva-se que “o conteúdo da propaganda está, naturalmente, sujeito a determinados limites, nomeadamente os que resultam da aplicação do Código Penal“.

Cartaz Chega, março 2025

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, interpôs uma providência cautelar para que estes cartazes fossem retirados. Ainda não se conhece o desfecho dessa ação judicial, no âmbito da qual foi entretanto solicitado o contraditório ao Chega.

Além do artigo 37.º, a CNE invoca também os artigos 13.º, 113.º e 18.º n.º 2 da Constituição da República, sobre o princípio da igualdade, princípios gerais de direito eleitoral e força jurídica.

O artigo 18.º n.º 2 estabelece que “a lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na Constituição, devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos”.

“Nestes termos, a atividade de propaganda, incluindo a atividade de propaganda político partidária, com ou sem cariz eleitoral, seja qual for o meio utilizado, é livre e pode ser desenvolvida, fora ou dentro dos períodos de campanha, ressalvadas as proibições expressamente fixadas na lei”, refere-se.

“Acresce que, salvo em situações excecionais, o conteúdo da propaganda não é sindicável pela CNE. Neste âmbito, o da propaganda político-eleitoral, a missão da Comissão é garantir o exercício do próprio direito de propaganda”, sustenta este órgão independente que funciona junto da Assembleia da República.

No último ponto, a CNE ressalva que “o conteúdo da propaganda está, naturalmente, sujeito a determinados limites, nomeadamente os que resultam da aplicação do Código Penal”.

De acordo com a ata, participaram nesta reunião o presidente da CNE, juiz conselheiro José Santos Cabral, Teresa Leal Coelho, Fernando Anastácio, Fernando Silva, Frederico Valente Nunes, Gustavo Behr, André Wemans, Rogério Jóia, Mafalda Sousa, Francisco José Martins e, por videoconferência, João Almeida e André Barbosa.

O presidente da CNE apresentou a este propósito uma declaração, com várias páginas, em que defende que, apesar da salvaguarda da liberdade de expressão, “não se deverá, todavia seguir um caminho no sentido de não existirem quaisquer limites a tal exercício”.

Santos Cabral argumenta que esse não é um exercício sem limites, “se assim fosse, não seria possível a previsão de infrações cometidas em tal exercício”.

Manifestando “adesão ao parecer ora elaborado”, acrescenta: “Quando se evidenciar a ofensa de bens jurídicos fundamentais que configurem a tipificação de crimes de natureza pública, e no exercício das suas funções, deverá a CNE desencadear os procedimentos legalmente admissíveis, tendo em consideração a Lei 71/78″.

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Administração da CP aumenta salários em 34 euros. Sindicatos reprovam decisão

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

A administração da CP decidiu implementar em abril, com retroativos a janeiro, um “aumento de 34 euros nas retribuições até 2.631,62 euros e de 1,7% nas retribuições iguais ou superiores".

A administração da CP decidiu aplicar unilateralmente aumentos de 34 euros nos salários até 2.631 euros e de 1,7% nos iguais ou superiores, decisão reprovada pelos sindicatos, que vão discutir os passos seguintes, avançou esta quarta-feira a Fectrans.

Realizou-se, hoje de manhã, uma reunião supostamente de negociação, mas que logo no início foi transformada de imposição, quando a administração da CP informou que decidiu fazer um ato de gestão”, refere a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), numa nota publicada na sua página oficial da internet.

Segundo os representantes dos trabalhadores, a administração da CP – Comboios de Portugal decidiu implementar já no mês de abril, com retroativos a janeiro, a segunda opção que tinha apresentado às estruturas sindicais em 31 de março e que se traduz num “aumento de 34 euros nas retribuições até 2.631,62 euros e de 1,7% nas retribuições iguais ou superiores” e subsídio de refeição de 10,20 euros.

“Estamos perante uma posição da administração reprovada, unanimemente, pelas organizações presentes na reunião e iremos discutir os passos a seguir, na defesa da valorização dos salários e das profissões”, realçou a Fectrans. Os sindicatos consideram que este aumento representa um achatamento relativamente ao salário mínimo nacional, o que, “certamente, vai contribuir para agravar o problema estrutural da CP, que é a incapacidade de recrutar novos trabalhadores e fixar os atuais”.

Quanto ao relatório que os sindicatos e a administração elaboraram e que reivindica ao Governo medidas excecionais, sem prejuízo da negociação normal, como a reposição da diferença com o salário mínimo nacional existente em 2018, um aumento de 4% no segundo semestre deste ano e a redução dos tempos de permanências nos níveis de vencimento, a administração informou que o documento já foi enviado para o ministério da tutela, aguardando-se resposta breve.

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